Fórum Mundial da Água coloca pesquisa em recursos hídricos em debate

Fórum Mundial da ÁguaTerminou na última sexta-feira, 23, o 8º Fórum Mundial da Água, que discutiu, durante uma semana, temas relacionados aos desafios mundiais no âmbito dos recursos hídricos. Autoridades de vários países estiveram reunidas em Brasília para palestras nos mais diversos assuntos, incluindo as pesquisas nessa área.

E foi esse o assunto da Sessão Especial “Financiamento continuado para pesquisas sobre água”, organizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no dia 21, com a presença das principais agências públicas de fomento à pesquisa do País, pesquisadores e representantes de instituições nacionais e internacionais.

O evento contou com mesas redondas com a presença do presidente do CNPq, Mario Neto Borges; o diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Geraldo Nunes; a presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Maria Zaira Turchi; além do secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Álvaro Prata; e representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Além disso, foram apresentadas experiências internacionais positivas, como a organização Water JPI, e iniciativas bem consolidadas no Brasil, como o Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Icitiologia e Aquicultura (Nupelia) da Universidade Estadual de Maringá. O grupo paranaense trabalha há mais de 30 anos em parceria com a Itaipu Binacional, empresa brasileira e paraguaia considerada uma das maiores geradoras mundiais de energia hidrelétrica.

As conversas foram mediadas pelo Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Marcelo Morales.

Contribuição
Para Mario Neto Borges, a presença das grandes agências públicas e entidades financiadoras de pesquisa do País mostra como a água é um tema estratégico comum a todas. “Nós temos água doce em abundância, mas ela está concentrada em uma região onde a população é percentualmente reduzida, enquanto outras regiões mais concentradas, há racionamento. Portanto, é importante que a ciência, tecnologia e inovação se debrucem sobre essa questão”, afirmou o presidente do CNPq. Mario Neto lembrou, também, que grande parte da água, no Brasil, é usada na agricultura e que o país é um dos grandes celeiros mundiais na produção de alimentos. “Algo em torno de 70% da água é usada nela, mas certamente não da forma mais racional. Essa é uma das questões que o investimento em CT&I pode solucionar”, complementou, apontando, ainda, pesquisas sobre reutilização da água como temas importantes.

Por fim, Mario Neto ressaltou a importância da presença de instituições internacionais para consolidar parcerias, que já vem sendo feitas. “A ideia é articularmos essas instituições para que possamos utilizar o conhecimento para atender as necessidades que temos”, finalizou.

A presidente do Confap e da Fapeg, Maria Zaira Turchi, lembrou as chamadas abertas por meio da cooperação entre as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) e os países que compõem o Water Joint Programming (Water JPI). “Estamos com duas chamadas abertas. Tenho certeza de que só poderemos responder aos grandes problemas globais da água por meio da contribuição da ciência”, destacou.

Para o diretor da CAPES, não se trata de saber se enfrentaremos uma crise hídrica no planeta, mas quando “a crise está batendo em nossas portas, é melhor estarmos preparados”. O diretor lembrou que o documento guia da Capes para o desenvolvimento da pós-graduação, o Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020, traz 12 desafios para o período, sendo a água o primeiro deles.

O professor Tobias Bleninger, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o apoio a pesquisas é fundamental, também, para estimular uma melhor formação. Segundo ele, “a formação de recursos humanos no País ainda é precária. Não formamos, hoje, profissionais e pesquisadores para resolver problemas”, aponta.

Por fim, o presidente do CNPq destacou, ainda, parcerias com instituições com a Agência Nacional da Água, com editais específicos para pesquisas em recursos hídricos. Ao todo, desde 2009, agência já investiu mais de R$ 53 milhões em ações relacionadas ao tema.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social do CNPq, com acréscimos.

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