Vídeo vencedor do “Dance Your PhD” é fruto de pesquisa realizada com apoio federal e estadual
A brasileira Natália Cybelle Oliveira ganhou notoriedade, recentemente, pela conquista do Prêmio Dance Your PhD, promovido pela renomada revista Science. Única representante do Brasil na competição, Natália concorreu na área de Química, categoria voto popular, com o vídeo Pop, Dip and Spin: The Legendary Biosensor for Forensic Sciences, gravado, em parte, no Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde a pesquisadora concluiu o mestrado (2013) e o doutorado (2017).
Na disputa, candidatos de vários países apresentaram suas teses em formato de dança, concorrendo nas categorias de Química, Física, Biologia e Ciências Sociais. O prêmio é um reconhecimento não só da qualidade artística do vídeo, mas, principalmente, de todo o trabalho realizado no Lika, sob orientação do bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), José Luiz de Lima Filho.
No vídeo, Natália, que ingressou este ano no pós-doutorado na UFPE, mostra de forma simples e lúdica como um crime pode ser resolvido pelo uso de tecnologias portáteis, como os biossensores, questões tratadas em sua tese de doutorado intitulada Desenvolvimento de Biossensores para as Ciências Forenses. “Parte do trabalho dela foi financiado por vários projetos do CNPq e pela bolsa que ele obteve pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)”, afirma o professor José Luiz.
O trabalho demonstrou o uso de biossensores que podem detectar amostras biológicas em cenas de crime, como sangue, mesmo após a lavagem dessas manchas por materiais de limpeza doméstica, ato freqüentemente realizado por criminosos numa tentativa de esconder vestígios do crime.
O biossensor identifica moléculas específicas, como sequências de ácidos nucléico de fluidos corporais humanos, usando plataformas eletroquímica. Na pesquisa, os biossensores podem detectar DNA de amostras como sangue, sêmen ou saliva.
“Como resultados, o biossensor conseguiu detectar a presença da molécula de DNA específica do sistema, mesmo quando a amostra havia sido imersa em soluções contendo detergente, álcool e água sanitária, com sinais bastantes distintos uns dos outros. A perspectiva agora é desenvolver a plataforma que será usada em campo, o que inclui testes com amostras biológicas reais oriundas de cenas de crime”, explica o professor.
Segundo José Luiz, o trabalho foi fruto de vários anos de pesquisa realizada no LIKA, financiados pelos governos federal e estadual, principalmente pelo CNPq, por meio de projetos de editais como o “Universal” e projetos específicos financiados em parceria com o Ministério Saúde.
“Este projeto possui uma grande representatividade não somente pelo prêmio conquistado por uma brasileira, mas demonstra que a interdisciplinaridade e a ciência de qualidade levam a acreditarmos que somos capazes de realizar trabalhos importantes em momentos difíceis. E que o investimento em ciência e tecnologia de qualidade sempre levará as inovações e uma melhor qualidade de vida para nossa população”, conclui José Luiz. Segundo ele, graças aos investimentos recebidos, “foi possível realizar este trabalho junto a nossa sociedade, formar recursos humanos de qualidade e melhor a vida de nosso povo”.
Natália Cybelle, que é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), compõe grupos de peritos da Policia Civil do Estado de Pernambuco e continua desenvolvendo os sistemas no laboratório.
Fonte: Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da UFPE