Internacionalização do ensino superior precisa avançar, sugere estudo da Capes

internacionalização do ensino superiorO processo de internacionalização das instituições de ensino superior (IES) brasileiras avançou nos últimos anos, mas são necessários ajustes para torná-lo mais eficiente. Essa é uma das conclusões apresentadas pelo relatório A internacionalização na Universidade Brasileira: Resultados do Questionário Aplicado pela Capes, elaborado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De acordo com o estudo, existe no Brasil uma tendência à internacionalização passiva (mobilidade de docentes e discentes para o exterior), com baixas taxas de atração de profissionais internacionais. Isso ocorre apesar de as IES já apresentarem a atração de professores estrangeiros entre as prioridades do processo de internacionalização.

A forma como o conhecimento adquirido no exterior vem sendo difundido e aproveitado nas instituições brasileiras também pode se desenvolver, pois apenas parte das instituições afirmou incluir os profissionais qualificados no exterior em seus programas de pós-graduação (PPG).

Método
Para realizar o diagnóstico da atual situação de internacionalização das IES brasileiras, a Capes enviou um questionário a 430 instituições com programas de pós-graduação stricto sensu. Cerca de 74% das instituições responderam ao questionário, que foi estruturado tendo como base dois prontos principais: 1) situação atual de internacionalização da instituição e 2) projeto de internacionalização.

A análise dos dados coletados sugere que as IES no Brasil podem ser divididas em dois grupos distintos, de acordo com o estágio de internacionalização alcançado. O primeiro grupo contém o maior número de instituições, mas o menor número de PPG por IES, assim como os menores índices de internacionalização (menor número de bolsas implementadas, acordos ou projetos). Já o segundo grupo, formado por um número reduzido de IES, possui o maior número de cursos de pós-graduação, de bolsas implementadas, projetos e acordos de cooperação internacional.

As IES mencionaram acordos com diferentes países, citando como prioritários os pertencentes à América do Norte e Europa. Já em relação à modalidade de fomento, o maior número de bolsas individuais implementadas foi de doutorado sanduíche no exterior. Quando questionadas sobre qual seria a modalidade ideal de fomento em um futuro programa, as IES elencaram o pós-doutorado para docentes como prioridade. Essa informação indica uma mudança de estratégia por parte das IES.

Novo programa
A partir dos resultados da pesquisa, a Capes pretende lançar uma iniciativa de fomento à internacionalização fundamentada na realidade das IES brasileiras. Esse novo programa deve ampliar a autonomia das instituições, permitindo que as IES definam seu plano estratégico de internacionalização.

O relatório propõe que o novo formato de programa permita à IES definir parceiros nacionais e internacionais e apresentar suas próprias propostas de internacionalização. As instituições também devem fornecer condições que contribuam com a construção de um ambiente internacional no cotidiano da universidade. Isso inclui infraestrutura física e administrativa, uso de idiomas, projetos para receber estudantes e pesquisadores estrangeiros, treinamento de equipes e apropriação do conhecimento adquirido pelo bolsista após o retorno ao país.

Acesse aqui o relatório.

Fonte: CCS/Capes

 

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