Tenda Multiétnica colabora para ampliar repertório de conhecimentos de alunos da rede estadual
Projeto da Seduc/GO e UEG é realizado dentro da programação do Festival Internacional de Cinema Ambiental, na Cidade de Goiás. Exposições, rodas de conversas, oficinas e debates colaboram para ampliar o repertório de conhecimento dos alunos das escolas estaduais
Centenas de alunos da rede estadual de educação estão participando, nesta semana, das várias atividades ofertadas dentro da programação da Tenda Multiétnica, uma das principais atrações do 25º Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), que está sendo realizado na Cidade de Goiás de 15 a 16 de junho.
Para a aluna Graziela Bandeira Barbosa, de 16 anos, que estuda no Colégio Estadual Jardim Cascata, em Aparecida de Goiânia, o que mais lhe chamou a atenção foram o colorido e a beleza do artesanato indígena. “Os acessórios que eles confeccionam misturam diversas cores e é tudo muito lindo”, destaca ela.
Fernanda Labelle, colega de turma de Graziela, comenta que a Tenda possibilita uma troca de conhecimentos extracurricular muito importante. “Achei muito interessante essa mistura de culturas. Encontramos os índios, quilombolas, acampados e os pequenos agricultores. E cada um deles tem um tipo de vivência, de saber”.
Educação antirracista
Além de promover a visita dos estudantes, o C. E. Jardim Cascata participou da Tenda Multiétnica com um estande com fotografias e desenhos (grafismo) dos alunos. A gestora Rita Cássia Pessoa afirma que os trabalhos foram desenvolvidos no primeiro semestre com foco na valorização da identidade dos alunos.
De acordo com ela, a unidade escolar atende, em sua maioria, crianças e jovens quilombolas da região e, por isso, a educação antirracista é trabalhada no dia-a-dia como uma prioridade. “A gente vê que os olhares mudam quando extrapolam os muros da escola. Conhecer outras culturas, outras etnias faz com que o interesse dos alunos pelas aulas de Geografia e de História cresça. Parece pouco, mas isso alarga o horizonte desses estudantes”, conclui.
A pedagoga Tânia Maria de Almeida Ribeiro foi ao Fica acompanhando um grupo de 35 alunos da Escola Estadual Vila Nova, onde ela trabalha. A unidade escolar fica em Deuslândia, distrito de Brazabrantes. Segundo ela, a visita foi muito proveitosa porque se trata de uma escola do campo e os estudantes puderam conhecer outros modelos pedagógicos, citando as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs).
Outra visão de mundo
Outra turma que foi ao Fica para participar de atividades extraclasse foi a do CineClube do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, em Goiânia. A professora Thaísa de Carvalho Rocha Gomes, coordenadora do projeto, conta que a visita dos alunos foi em busca de uma maior experiência na produção cinematográfica. “Esse contato contribui para o enriquecimento da bagagem deles, pois amplia o repertório e a visão de mundo e isso reverbera na hora deles produzirem seus vídeos”.
Na comitiva do Goiany Prates também estava a professora Lidiane Maria de Oliveira, responsável pelas aulas de Geografia e pela eletiva ‘Aprendendo a Viver na Cidade’. Conforme ela, a visita à antiga Capital do Estado, durante o Fica, foi pensada com o intuito de mostrar as diferenças entre uma metrópole como Goiânia e uma cidade cheia de história, como Goiás.
A aluna Alcidia Picanso Melo de Souza, de 16 anos, reconhece que a experiência dos estudantes foi muito importante. Para ela, a inserção dos jovens no mundo das artes é fundamental para melhorar sua percepção de mundo.
“Ter vindo aqui nos deu chance de conhecer outras tradições e culturas, como a dos indígenas. Entender que existem realidades muito diferentes da nossa é essencial em um mundo tão plural e onde a maioria dos jovens vive numa bolha, onde só acessa aquilo que lhe interessa”, ressalta Alcidia.
Diversidade cultural
A Tenda Multiétnica é um projeto realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc/GO) e a Universidade Estadual de Goiás (UEG). A iniciativa conta ainda com o apoio das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Social e da Cultura, além do Museu do Índio e da Fundação Nacional do Índio (Funai). (Texto: Maria José Rodrigues/Fotos: Alexandra Rita)