Formação em sistema Braille, para professores da rede, destaca importância da Educação Especial nas escolas de Goiás

Quase 300 professores do Atendimento Educacional Especializado e mediadores de inclusão participaram de oficinas e palestras envolvendo o ensino e aprendizagem do Braille

A professora Alessandra Rigonato, do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Maria Olinta de Almeida, de Itaberaí, acumula 20 anos de experiência na Educação, mas foi no Atendimento Educacional Especializado (AEE) que encontrou sua área de atuação. “A gente aprende com eles [alunos com deficiência]. E as vivências deles trazem muito para nossa vida pessoal. Desde que eu vim trabalhar na Educação Especial, eu acredito que eu estou crescendo cada dia mais como pessoa.”, conta a educadora do AEE.

Alessandra foi uma das professoras da rede pública estadual que participou do Encontro Estadual de Formação em Sistema Braille para Professores de AEE, realizado pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO), nos dias 24 a 26 de junho. O curso de formação continuada foi promovido pela Superintendência de Atenção Especializada com o objetivo de promover o aprimoramento das práticas pedagógicas dos professores de AEE no âmbito da Educação para alunos com deficiência visual.

“Acredito que é de suma importância esse evento. Pois, nele, podemos trabalhar as particularidades da deficiência visual para, então, aprimorar cada vez mais o nosso conhecimento e poder colocar em prática na escola, ajudando os estudantes, os colegas, professores e os familiares”, afirma a professora Alessandra, que tem especialização em Educação Especial.

O curso de Braille foi ministrado pela equipe de professores do Núcleo de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (NAP). O evento contou com palestras, oficinas e mesas-redondas acerca dos desafios dos professores na adaptação de recursos didáticos do dia a dia escolar para estudantes cegos e o cuidado com a audiodescrição de pessoas e espaços da escola. Além, é claro, do ensino prático da leitura e interpretação do sistema Braille.

“Não é só ensinar o sistema Braille. É conscientizar, sobretudo na tentativa de mitigar a barreira atitudinal em incluir esse estudante na rotina escolar”, aponta o organizador do evento, o superintendente de Atenção Especializada, Rupert Nickerson.

De acordo com o gerente, este foi um curso essencial para preparar os educadores no que se refere à inclusão e conscientização. “Porque a maioria dos professores do AEE não tem a formação necessária, a fluência para ensinar o estudante. E é necessário que esses profissionais, não saibam somente o Braille, mas que compreendam como se portar diante de uma pessoa com deficiência visual”, ressalta.

Capacitação embasada em princípios pedagógicos

A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, em sua fala, abordou sobre a necessidade de as escolas estaduais dedicarem uma maior atenção e cuidado quanto à composição da equipe de professores de AEE, a qual deve ser feita com base em princípios pedagógicos, inclusivamente. A participação desses educadores na formação em sistema Braille, por exemplo, é um dos pontos positivos listados pela secretária ao descrever um bom professor que atua na Educação Especial.

“Eu não confio numa Educação Especial que só sirva para gerar emprego. Acredito que esta área tem o dever de atender bem, cuidar, zelar, estimular e transformar de fato aquela criança, independentemente da deficiência dela, em um ser extremamente respeitado no lugar onde ele vive. Eu não posso concordar com uma Educação Especial que só sirva para gerar emprego ou encarregar profissionais que estão próximos de se aposentar”, frisou. 

A importância da preparação psicológica para professores do AEE também foi tema de seu discurso, pela relevância do trabalho desses servidores com estudantes com deficiência: “Quem mais precisa ter empenho e dedicação com o outro, em uma escola, é o profissional da Educação Especial. A pessoa da sala do AEE é a que vai estender a mão para o aluno, que naturalmente, talvez, não esteja tão bem. Por isso a necessidade de pedagogos psicologicamente bem-preparados, para além de capacitados profissionalmente”. (Texto: Amanda Dutra – Comunicação Setorial – Seduc/GO / Fotos: Solimar Oliveira)

Banner Mobile

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo