Filmes devem ir além das telas de cinema

Diretor e produtora de Caminho do Mar consideram o cinema um ponto de partida da discussão ambiental

A estreia do filme ‘Caminho do Mar’ ocorreu na abertura da 19ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2017) no Cine Teatro São Joaquim. O documentário, dirigido por Bebeto Abrantes, ressalta a importância da preservação do rio Paraíba do Sul, um dos principais afluxos da região sudeste do Brasil.

Bebeto Abrantes, bastante emocionado, agradeceu à curadoria do Festival a oportunidade de realizar o lançamento do filme na cidade de Goiás. “É muito significativo estrear aqui no Centro-oeste, coração do Brasil”, disse.  A escolha do filme, ‘Caminho do Mar’  para a abertura do Fica 2017 se deu pela importância da obra ao destacar a dimensão do rio Paraíba do Sul – sujeito principal do documentário. O rio banha os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo um dos mais estratégicos da região e mesmo assim, desconhecido de grande parte da população.

Ainda no palco do Cine Teatro São Joaquim, a secretária de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Raquel Teixeira, convidou a todos para assistir o filme, destacou o problema mundial da água que foi tema principal do Fica em 2014 e afirmou que todos tinham uma oportunidade única de conferir essa estreia mundial. “O filme ‘Caminho do Mar’ inicia aqui sua trajetória e daqui irá rodar o mundo, com certeza com muito sucesso!”, garantiu.

Debate sobre o documentário

A feliz “coincidência” da estreia no Fica 2017 foi salientado pelo diretor do documentário na manhã desta quarta-feira em um roda de conversa que contou com a participação da secretária Raquel Teixeira, do cineasta Manoel Rangel, do consultor de cinema do Fica, Pedro Novaes e também da produtora do filme, Juliana de Carvalho.

Hoje, o rio Paraíba do Sul tem menos de 30% de capacidade do que tinha há 30 anos e passa por um momento crítico. Para o diretor, o documentário é um filme de causa, não apenas uma crítica e serve de reflexão para as políticas ambientais do Brasil e do mundo. Chama para um olhar mais atento às águas que servem tanta gente.

“Hoje um filme não apenas se restringe às telas do cinema. Temos material que podem servir para diversos conteúdos e vamos lançar em outras plataformas”, é o que garante a produtora de “Caminho do Mar”, Juliana de Carvalho. A discussão girou em torno de formas de exibição do documentário, que a partir de agora deve ir para outros festivais e entrar no circuito comercial e sobre os problemas ambientais enfrentados pelo rio Paraíba do Sul.

Para Juliana de Carvalho, filmes como esse não devem ser permanentes e sim um ponto de debate como o ocorrido no Fica 2017. “São mais de cinco décadas de desastre ecológico, o filme deve causar impacto. O impacto para que as pessoas façam algo”.

Bebeto Abrantes

Cineasta, roteirista e premiado. Bebeto Abrantes conta no currículo passagens por canais como Globo, Futura, Discovery, além de receber prêmios no New York Film Festival e ter sido finalista do Emmy Awards 2000 e 2005. Como diretor, fez o premiado documentário “Recife/Sevilha – João Cabral de Melo Neto” e “Histórias de um Brasil Alfabetizado”, além do “Caminho do Mar”.

 

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