Dia Internacional da Superdotação: saiba como é feito o atendimento aos estudantes com altas habilidades/superdotação na rede estadual

Estudantes com altas habilidades/superdotação do Colégio Estadual Polivalente Goiany Prates participam do Atendimento Educacional Especializado

Rede Pública Estadual de Educação atende, hoje, 88 alunos com altas habilidades/superdotação identificados e regularmente matriculados
 
O último Censo Escolar, realizado em 2022, revelou que o Brasil tem 26.815 estudantes com altas habilidades/superdotação. Desse total, 88 são alunos da rede pública estadual de ensino de Goiás e frequentam uma das 998 unidades escolares do Estado.

Um desses estudantes é Gustavo Henrique Gomes Barbosa, do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, em Goiânia. Identificado com altas habilidades/superdotação, o jovem conta que o processo de identificação ocorreu de forma espontânea, após apontamentos dos professores e da própria família em relação ao seu desempenho escolar nas áreas de Humanas e Biológicas.

“Foi algo espontâneo, natural. Eu fui me interessando por essas áreas (do conhecimento). Gostando da História, principalmente, e da Geografia. Acho que surgiu desse gosto, dessa vontade de me aprofundar. E, na área de Biológicas, nem era uma área que eu admirava, mas fui tendo facilidade. Às vezes eu não estudava muito aquele tema, mas com uma simples revisão eu acertava muita coisa”, relata o estudante.

Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, os alunos com altas habilidades/superdotação são aqueles que demonstram potencial elevado, de forma isolada ou combinada, nos âmbitos intelectual, acadêmico, de liderança, psicomotricidade e artes. Além disso, são sujeitos que apresentam grande criatividade e envolvimento com a aprendizagem e na realização de tarefas em áreas de seu interesse.

“O aluno Gustavo Henrique, que tem altas habilidades, é também um líder nato. Ele que propõe as reuniões, ele que gerencia e que traz propostas de pautas”, destaca a coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, Thaisy Gomes, evidenciando as demais características de Gustavo Henrique.

De acordo com a profissional, todo o trabalho pedagógico desenvolvido na escola é pensado de modo a incluir os estudantes que são público-alvo da Educação Especial. No caso dos alunos com altas habilidades/superdotação são desenvolvidos projetos e ações que possam potencializar as habilidades de cada um, respeitando as especificidades e contemplando suas áreas de interesse.

Um desses projetos é o Cine Goiany, um cineclube que idealiza e produz curtas-metragens sobre temáticas sociais. Conforme explica a diretora da unidade escolar, Jackeline Vaz, o projeto possibilita a interação dos estudantes, ao mesmo tempo que permite que aqueles com altas habilidades/superdotação explorem a suas áreas de interesse.

“A gente vai trabalhar com o aluno de acordo com a especificidade dele. Alguns alunos têm maior aprendizagem utilizando o visual, outros com a tecnologia, outros com tato. Então, nós vamos trabalhando no individualizado”, explica a gestora.

Atendimento na rede estadual

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº 9.394/1996) assegura aos estudantes com altas habilidades/superdotação o acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a currículos, métodos e recursos educativos que atendam às suas necessidades.

Atendendo à normativa, a rede pública estadual de Educação disponibiliza o AEE aos estudantes com altas habilidades/superdotação. Além disso, por meio do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), os profissionais da rede têm acesso a cursos e formações que visam auxiliar no atendimento aos alunos com altas habilidades/superdotação.

“O NAAH/S oferece, hoje, formações continuadas para compreender o que são as altas habilidades, compreender essa parte teórica. Nós temos, ainda, cursos para a prática da avaliação, para o professor aprender a identificar esse aluno na escola e, também, o curso de potencialização, como trabalhar com o aluno que tem altas habilidades”, exemplifica Núbia Consuelo, diretora do Núcleo.

Além das formações, o NAAH/S disponibiliza aos professores uma assessoria pedagógica, que visa auxiliar na identificação de indivíduos com altas habilidades/superdotação e na potencialização curricular dos estudantes já identificados.

“O NAAH/S tem, como finalidade e proposta pedagógica, dar suporte e orientações para os professores do AEE para que estes façam o acompanhamento para identificação e, posterior emissão do documento de que este estudante possui altas habilidades/superdotação. Para além do processo de identificação, tem o processo pedagógico de orientação aos professores de AEE sobre como potencializar esses estudantes em sala de aula”, explica o gerente de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO), Weberson Oliveira.

 

  

Identificação

Dinamar Aparecida Barbosa, professora no Atendimento Educacional Especializado (AEE) do Colégio Estadual Polivante Professor Goiany Prates, diz que, na maioria das vezes, a identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação é feita pelo professor regente.

“Na sala de aula, o professor identifica aqueles alunos que se destacam em alguma área do conhecimento. Ele (o aluno) é selecionado e encaminhado para a sala de AEE e passa pelo NAAH/S para fazer toda a validação desse trabalho, para que ele possa participar desse projeto”, conta a professora.

Foi o que ocorreu com Mariana Soares Trindade, estudante da 2ª série do Ensino Médio no Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates. A jovem relata que só reconheceu o próprio potencial após indicações dos professores.

“Eu percebi pelos professores, que me diziam que eu tinha maior facilidade de aprendizagem em Linguagens e Humanas. Uma antiga professora da sala de recursos chegou a me dizer que acreditava que eu tinha altas habilidades justamente por isso. E faz um certo tempo que eu me sinto confortável na área de linguagens e humanas. Eu aprendo rápido quando são essas matérias e sinto que o conteúdo é um conteúdo que eu me sinto confortável em aprender, em fazer as provas”, reconhece a jovem.

Segundo a diretora do NAAH/S, Núbia Consuelo, ao contrário do que se imagina, a solicitação para avaliação e identificação das altas habilidades/superdotação pode ser feita por qualquer pessoa do convívio do estudante. “Pode partir do próprio aluno, da família, de um colega ou de um professor da escola. Qualquer um que está percebendo aquele comportamento de um determinado estudante pode fazer essa solicitação”.

É só a partir da solicitação que é iniciado o levantamento, que visa investigar e identificar a presença das altas habilidades/superdotação. “É feita toda uma triagem, uma pesquisa com a família e um levantamento de todo o desenvolvimento do estudante desde criança. Nesse processo, são observados diversos critérios que o Núcleo de Altas Habilidades define”, afirma o gerente de Educação Especial da Seduc/GO, Weberson Oliveira. (Texto: Ana Carolina Jobim/Comunicação Setorial da Seduc/GO – Fotos: Acervo)

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