Fica 2018 – Com a palavra, o futuro

Jovens campeões da mostra Fica Atitude conversam com jornalistas e mostram que são o verdadeiro legado do Festival

 

Quando falamos de meio ambiente e preservação, não há legado maior que o despertar de consciência das novas gerações. Nesse quesito o Fica 2018 está fazendo bonito. Os jovens e crianças da cidade de Goiás são presença confirmada em todos os eventos. Espalhados por todo canto, as crianças e adolescentes têm olhos atentos à programação, mas foi na mostra Fica Atitude que eles foram os protagonistas. No segundo e último dia da mostra, os alunos do 8° ano do Lyceu de Goyaz, uma das turmas premiadas nessa quinta-feira, 7/6, conversaram com jornalistas e mostraram que o Fica traça hoje um caminho para o futuro.

Acompanhados pelos idealizadores do projeto, a ex-secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira; o coordenador Regional de Educação, Cultura e Esporte da Cidade de Goiás, professor Jonas Berquó e a superintendente de Educação da Seduce, Zenilde Teixeira, os alunos falaram de sua experiência na produção do filme “Levo minhas escolhas na sacola”.

Jonas começou a conversa explicando que a intenção da proposta era ir além de denúncias ambientais. A ideia era identificar um problema que afetasse a comunidade e trabalhar temas em que os alunos pudessem promover a mudança, já que o projeto está atrelado ao tema do Fica 2018: A Força de um Legado. “A gente entendeu que o legado seria a atitude. Não apenas conhecer os problemas ambientais e denunciá-los, mas partir para a ação”, explicou. Para a professora Raquel Teixeira, a Mostra também resultou em trabalhos que servem de ferramenta de pressão e instrumento de formação de cidadania.

 

“Levo minhas escolhas na sacola”

Com confiança e atitude, os jovens mostraram ter consciência de suas responsabilidades com o futuro. A estudante de 13 anos Nathanaelly Ferreira, conta que o processo de produção do filme, que durou dois meses, envolveu pesquisa, roteiro e a filmagens. Toda a realização do filme foi colaborativa, desde a escolha do tema até a finalização foram feitas por toda a turma. A estudante conta que a temática das sacolas plásticas foi escolhida por ser muito presente na vida das pessoas.

Após a escolha do tema, os alunos realizaram um teste de eficiência, comparando a quantidade de produtos que cabem em uma sacola plástica e em uma reutilizável. Eles descobriram que em apenas uma compra, a sacola reutilizável suporta 6 vezes mais produtos, evitando o uso de 6 sacolas plásticas.

Sendo exibido e premiado na mesma semana em que pesquisadores encontraram uma baleia morta na Tailândia com 80 sacolas plásticas no estômago, o filme se destacou pela ligação com uma das mais graves problemáticas ambientais em todo o mundo. Segundo informações do Ministério do Meio Aambiente, anualmente são utilizadas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas em todo o mundo. Por volta de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora só no Brasil.

Nathanaelly conta que, em suas pesquisas para o projeto, aprendeu que uma sacola plástica dura até 400 anos na natureza. Para ela, as pessoas têm conhecimento sobre a problemática das sacolas plásticas, mas não se importam, por isso ações de conscientização são importantes. “As pessoas sabem que isso acontece, mas são egoístas” reclamou. Os alunos também levaram o tema para comunidade através de ações de conscientização em mercados e palestra na própria escola.

Kellen de Oliveira, de 13 anos, foi a responsável por cenas que mostram o lixo pela cidade de Goiás. Para ela, indo além das pessoas, a preservação tem uma forte associação com a importância histórica da cidade de Goiás. “A cidade é um patrimônio, a gente tem que cuidar”, defendeu a jovem.

Raquel Teixeira observou que o projeto fortalece o protagonismo da juventude, permitindo um legado não só ambiental, mas também audiovisual para a comunidade, já que os estudantes participaram de oficinas de produção de vídeo com professores do Instituto Federal de Goiás (IFG). “Foi uma junção interessante de educação, cultura, meio ambiente e cinema com ações e suas consequências, não foi só uma coisa para ganhar um prêmio e parar”, afirmou a professora.

Se depender da estudante Estela Cristina Santos, de 13 anos, os efeitos do projeto irão além da produção do curta-metragem “Levo minhas escolhas na sacola”. A jovem, que é youtuber, aproveitou sua intimidade com as novas tecnologias para trabalhar no projeto e tem a intenção de se tornar cineasta. “Para mim, mexer com eletrônicos é normal” explicou.

Por fim, entre tantas, problemáticas, perguntas e tentativas de respondê-las, o questionamento da jovem Nathanaelly resumiu o sentimento de responsabilidade ambiental que o Fica há 20 anos busca despertar em seu público e que é urgente nas novas gerações: “se a gente não cuidar do meio ambiente, quem vai cuidar?”.

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