Política educacional antirracista e perspectivas para 2024 nortearam discussões no segundo dia do seminário com os gestores estaduais

Cerca de 1,2 mil gestores e coordenadores regionais da Educação estadual participaram do seminário ‘Equidade Racial na Educação: Desafios e Oportunidades na Gestão Escolar’, realizado em Goiânia

O segundo e último dia do Seminário ‘Equidade Racial na Educação: Desafios e Oportunidades na Gestão Escolar’, foi marcado pela apresentação de práticas exitosas de enfrentamento ao racismo nas escolas da rede pública estadual de ensino e de ideias para o fortalecimento da política educacional antirracista a ser consolidada nos próximos anos.

Direcionado aos gestores escolares, o encontro trouxe, também, palestra sobre a organização administrativa das escolas e a utilização das complementações dos recursos do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), por meio dos indicadores Valor Anual por Aluno (VAAF), Valor Anual Total por Aluno (VAAT) e Valor Alunos Ano Resultado (VAAR).

O seminário foi realizado em Goiânia, nesta terça e quarta-feira, 05 e 06/12, reunindo os gestores da rede estadual, coordenadores regionais de Educação, técnicos, superintendentes e gestores da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO). A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, representou, no evento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Fátima Gavioli destacou a importância do seminário para os avanços na gestão escolar. “Dentro de uma escola, os gestores desenvolvem diferentes competências e exercem funções diversas e é fundamental que tenham conhecimento a respeito da destinação e melhor aplicação dos recursos, tanto por interferirem nos indicadores de aprendizagem, quanto para a formação integral do estudante”.

“A Educação que queremos, se volta para o combate aos preconceitos, como o racismo, e para a promoção do respeito às diferenças e da construção da equidade a partir das nossas escolas”, declarou a secretária de Educação de Goiás.

Educação antirracista e troca de experiências

A primeira roda de conversa, realizada no último dia do seminário, foi composta pelos convidados André Gomes e Cleber Ribeiro, integrantes do Instituto Maria e João Aleixo, da Universidade Internacional das Periferias (IMJA/Uniperiferias).  

Com o tema “Educação Antirracista: troca de experiências”, os participantes trouxeram algumas práticas que fortalecem as temáticas raciais e que valorizam a diversidade e a inclusão, além de contribuírem no combate ao racismo e a outros preconceitos presentes no ambiente escolar.

Uma dessas práticas apresentadas no seminário é o projeto ‘Solte o cabelo, prenda o preconceito’, desenvolvido pela professora Samantha Isaura, do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, de Jussara. O projeto, que é trabalhado durante todo o ano, foi criado com o objetivo de elevar a autoestima dos estudantes, trabalhando o empoderamento racial.

Nas aulas, os alunos do Ensino Fundamental, Médio e EJA Prisional, fazem pesquisas, redações, desenhos e até mesmo produções de músicas. Neste ano, a unidade escolar apresentou, no mês de novembro, os trabalhos realizados em um desfile nas ruas da cidade. “Esse foi o momento de perceber a semente do antirracismo sendo plantada, afirmou a professora Samantha.

A professora de dança do Centro de Estudos e Pesquisa Ciranda da Arte, da Seduc/GO, Daya Gomes, também foi uma das convidadas para contar sobre sua trajetória e experiências. De acordo com ela, o seminário é uma oportunidade de conversar com quem está na ponta (gestores) sobre as relações étnico-raciais, para que se possa implementar  uma Educação antirracista. 

Segundo a professora, não existe uma receita pronta e estruturada de como realizar ações de combate ao racismo nas escolas, mas existe a construção de práticas exitosas que servem de modelo. “Eu diria que o primeiro passo é ter esse olhar diferente para, então, construirmos um projeto político pedagógico real e que esteja de acordo com a identidade de cada escola,” destaca Daya.

Perspectivas para a Educação de qualidade

Já a roda de conversa “Equidade: Perspectivas para uma Educação de qualidade na rede estadual de Educação”, contou com participação da consultora em Educação e especialista do Fundeb, Mariza Abreu.

A discussão foi voltada para a parte administrativa e organizacional das escolas estaduais goianas, com um aprofundamento na regulamentação do novo Fundeb, por meio da explicação de como as complementações VAAF, VAAR e VAAT são distribuídas.

A especialista falou sobre a importância de se ter um gestor escolar engajado e que desenvolva as funções de articulador e mediador. “É importante que o gestor esteja alinhado com o governo estadual e com toda a comunidade. Ele precisa ser um verdadeiro líder dentro da escola,” afirmou.

De acordo com ela, existem muitas maneiras de se controlar a entrada dos recursos e benefícios, como por exemplo, a partir da matrícula do estudante. Basta que as unidades escolares sigam as condicionalidades e, para que isso aconteça, os gestores precisam garantir a prática de boas ações, afirmou Mariza.  

Mariza Abreu também destaca que a aplicação dos investimentos é o que vai interferir na equidade e na qualidade da Educação: “Vocês precisam entender que o nosso assunto começa no financiamento, mas tem que chegar no pedagógico. O foco é, e sempre será, a aprendizagem do aluno.”

(Texto: Isadora Ribeiro – Comunicação Setorial da Seduc/GO – Fotos: Alexandra Rita) 

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