Estudantes da rede estadual desenvolvem soluções para o pós-pandemia em desafio da Campus Party

Professores e estudantes da rede estadual foram provocados a desenvolverem softwares que atendessem demandas do pós-pandemia. Ao todo, 26 equipes de 52 Cepis participaram do desafio, intitulado Hackathon Low Code

A Campus Party Goiás, realizada entre os dias 15 e 19 de junho em Goiânia, teve ares de desafio para os estudantes da rede pública estadual de Educação. Inscritos no Hackathon Low Code, uma competição que envolveu pensamento computacional e programação de baixa complexidade, eles tiveram que desenvolver softwares que atendessem demandas do pós-pandemia. 

Ao todo, 26 equipes, de 52 Centros de Ensino em Período Integral (Cepis), participaram do Hackathon. Cada uma delas era composta por dois professores da rede estadual, que passaram pelo curso “Criando soluções inovadoras: da ideia à prototipação” e seis estudantes das escolas de tempo integral com até 15 anos de idade que participaram das edições do Bootcamp Low Code. 

Ao longo dos três dias de programação, os times assistiram palestras sobre criatividade, prototipação e pitch e receberam instruções sobre como aprimorar suas ideias usando o pensamento computacional e as habilidades de empreendedorismo. 

Os momentos foram liderados por representantes das Secretarias de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e de Educação (Seduc), do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG) e do Sebrae.

Encontro de afinidades

Maria Eduarda da Silva Cardoso, estudante da 1ª série do Ensino Médio do Cepi Marajó, de Valparaíso de Goiás, foi uma das participantes do Hackathon Low Code na Campus Party Goiás. Ao lado de seus colegas do Cepi Francisco Maria Dantas, de Goiânia, a jovem integrou a equipe TechNinjas e foi responsável por desenvolver um aplicativo para marcar encontro presenciais entre pessoas ou grupos de mesma afinidade. 

“Quando foram apresentados os temas, nós tínhamos ideias distintas. Porém, conforme começamos a conversar sobre a tomada de decisão, chegamos a uma mesma conclusão. O tema que a gente escolheu foi relações sociais e todos nós apresentamos ideias para a montagem do App. Era incrível como uma ideia complementava a outra!”, conta Maria Eduarda sobre a experiência de criação do App, que rendeu o 2º lugar na competição. 

A estudante relata que o anseio em participar da competição era tamanho que ela chegou a adiar a própria festa de aniversário para estar na Campus Party. “O meu aniversário de 15 anos foi no dia 16 e a minha festa seria no dia 18. Porém, eu queria muito participar desse projeto e decidi cancelar a festa para ir para a Campus Party. E, quer saber? Foi a melhor decisão que eu poderia tomar”, narra a jovem, que sonha em seguir carreira na área de tecnologia. 

O software desenvolvido por Maria Eduarda e seus colegas também deve ter um futuro. Isso porque, de acordo com os professores Weberson Carneiro da Silva e Victor Hugo Moisés dos Santos, a ideia é que o aplicativo seja finalizado e colocado em prática o quanto antes, auxiliando, primeiramente, na organização dos clubes juvenis das próprias escolas.

“No próximo semestre queremos concluir o aplicativo. Durante a Campus Party, os alunos criaram uma network com várias instituições e pessoas e conseguiram patrocinadores para o projeto, além de presença confirmada em eventos e feiras. O projeto da Sedi e da Seduc, de fato, tem aberto portas e por aqui os projetos não vão parar. É a nova Educação chegando em Goiás!”, celebra Victor Hugo, um dos coordenadores da equipe e professor de Geografia no Cepi Francisco Maria Dantas.

Demais resultados

Além da equipe TechNinjas, outros dois times foram premiados durante o Hackathon Low Code. 

O 1º lugar ficou com a equipe CEPIDiscovery, composta pelos Cepis Osvaldo da Costa Meireles, de Luziânia, e Polivalente Antônio Carlos Paniago, de Mineiros. Juntos, professores e estudantes criaram um software de atendimento psicológico on-line.

“Nós fizemos uma pesquisa e descobrimos que, por conta da pandemia, houve um aumento de 25% dos casos de depressão e ansiedade. Então, nós resolvemos fazer um software para atendimento psicológico on-line para pessoas de baixa e média renda, que seriam as pessoas que não têm acesso”, conta a professora Mayara Dias da Silva sobre o projeto, que também deve ser expandido e finalizado.

Quem também subiu ao palco foi a equipe Pegasus, que ocupou o 3º lugar na competição. Composta pelos Cepis Drº Antônio Raimundo Gomes da Frota, de Goiânia, e Santa Terezinha, de Itapaci, a Pegasus desenvolveu o QRTraining, um serviço para aparelhos públicos de ginástica que orienta sobre a correta execução dos exercícios.

“A gente observa que, nas praças públicas, muitas pessoas realizam o exercício físico de uma forma inadequada. E, no pós-pandemia, o sedentarismo aumentou muito, bem como o número de pessoas que reclamam de dores no corpo oriundas desse sedentarismo. O nosso App veio com esse intuito: diminuir o sedentarismo, instruindo as pessoas sobre a forma correta de elas praticarem o exercício físico”, explica o professor Geraldo Avelino, um dos orientadores da equipe. 

De acordo com o professor, a ideia já está contagiando os demais estudantes do Cepi e instigando-os a se aventurarem pela prototipação e pela tecnologia. “Os meninos chegaram motivados, felizes e contando para os colegas. E esses já estão querendo saber, também, como participar. Foi muito importante, muito interessante!”, explana o professor Geraldo, ansiando pela construção das equipes para as próximas competições.

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