A secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás, Raquel Teixeira, participou nesta manhã de terça-feira, 18/4, da premiação dos comtemplados com bolsas de mestrado no Reino Unido, direcionadas a grupos sub-representados na ciência. O evento, aberto pelo Coro Cênico do Ciranda da Arte, foi liderado pelo governador Marconi Perillo e contou com a presença de várias autoridades de Goiás, Bahia, Paraíba, além de representantes do Conselho Britânico e da comunidade científica goiana.

O edital, inserido no Fundo Newton, foi lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), em parceria com as fundações da Bahia (Fapesb) e da Paraíba (Fapesq) e o British Council. Ao todo foram contemplados seis pesquisadores de Goiás, dois da Bahia e dois da Paraíba. Cinco candidatos ficaram no cadastro reserva, sendo três deles goianos.

De acordo com a presidente da Fapeg, Maria Zaida Turchi, a bolsa tem como objetivo fortalecer a participação de minorias étnicas e pesquisadoras na ciência e inovação no Brasil, além de influenciar práticas e políticas inclusivas. “Nós temos a junção de três grandes causas: da educação, da ciência e da inclusão social. É extremamente importante que essas ações sejam permanentes para que possamos reforçar o compromisso com as diferenças”, salientou.

O diretor do conselho britânico no Brasil, Martin Dowle (na foto com a Secretária Raquel), celebrou a iniciativa. “Vejo como um primeiro passo para conscientizar o mundo da necessidade de incluir mais pessoas na ciência. Os países não utilizam toda a capacidade humana e isso é um tiro no pé. Temos uma grande tarefa de melhorar essa situação”, ressaltou ao citar que 32 universidades se dispuseram a participar do programa.

O governador Marconi Perillo abriu o discurso lembrando que em 2005, Raquel Teixeira, na época à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia, encabeçou a criação da Fapeg. “Nós tomamos a decisão há mais de 10 anos e hoje colhemos os frutos. As bolsas de mestrado entregues aqui contemplam a diversidade e a inclusão por meio da ciência. Já adianto que vamos estudar esse projeto a fundo porque sei que ele pode aprimorar o Goiás Sem Fronteiras”, completou Marconi Perillo.

Raquel, por sua vez, disse se lembrar bem da luta para conceber a fundação de Goiás. “Eu era representante da Universidade Federal de Goiás (UFG) na comissão que já estudava a criação de uma fundação no final dos anos 90 e que acabou nascendo em 2005. Fizemos muitas reuniões e várias comissões. Trabalhamos com todas as universidades e foi um momento ativo e dinâmico. Fico muito feliz com a entrega das bolsas a esses grupos, porque isso consolida a minha certeza de que era o caminho certo a ser percorrido”, acentuou.

O incentivo a grupos de mulheres, afrodescendentes, indígenas, entre outros, consolida e aprofunda o potencial da Fapeg, um marco simbólico para Goiás. “São Paulo é essa potência porque foi o primeiro a criar uma sólida fundação, que, inclusive, serviu de modelo para nós. O século 21é o século do conhecimento e o que faz a diferença na vida das pessoas é o conhecimento científico, porque ele permite encontrar soluções para as questões climáticas, ambientais, tecnológicas, econômicas, de saúde e em todas as áreas”, afirmou Raquel Teixeira.

O valor da bolsa individual é de até 40 mil Libras, totalizando 400 mil Libras, o equivalente R$ 1,6 milhão, com financiamento das Fundações de Amparo à Pesquisa e o Fundo Newton. “Como mulher negra eu quero ressaltar que esse curso é muito importante para adquirirmos conhecimento e darmos mais visibilidade às mulheres, em especial as negras. Eu estou numa posição privilegiada, mas não posso, jamais, me esquecer de onde eu vim, e onde quero chegar”, declarou a bolsista Maria das Neves Jardim de Deus, formada em Letras.

O programa será realizado em quatro fases: curso de inglês e preparação para o exame IELTS no Brasil; curso de inglês no Reino Unido; mestrado no Reino Unido; e atividades de disseminação de impacto. “Eu quero agradecer ao governador Marconi Perillo por sua atitude de valorização da ciência, porque sua iniciativa vai culminar em desenvolvimento econômico e social para o nosso país”, lembrou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, Lázaro Cunha.

Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) mostram que dos 12.780 pesquisadores brasileiros que receberam bolsas de pesquisa internacional em 2014, com base na autodeclaração, 64,8% eram brancos, enquanto 3% orientais, 16,4% eram mestiços e 2,4% negros. Além disso, das bolsas de estudo nacionais concedidas pelo CNPq em 2015, no âmbito da participação das mulheres, 59% foram atribuídas a mulheres brancas e 26, 8% a mulheres negras. Com relação aos homens, 56,3% foram alocados aos brancos e 24,3% aos negros.

Neste contexto, sob a linha de “Professional Development & Engagement” (PDE), o projeto Mestrado de Bolsas de Estudos para grupos Sub-Representados na Ciência no Brasil busca alavancar a participação de tais grupos nas áreas da ciência, bem como apoiar o ambiente científico e de inovação no Brasil. O objetivo estratégico do projeto é a promoção de um programa de mestrado no Reino Unido, como uma experiência abrangente para fortalecer a participação de grupos sub-representados.

Também participaram da solenidade o vice-governador José Eliton; a representante da embaixada Britânica, Mariana Veiga; a gerente de projetos do Fundo Newton, Camila Almeida; os reitores da UFG, Orlando Amaral; da UEG, Haroldo Heimer, do IFG, Adelino Cândido (em exercício), e os pró-reitores da PUC, Milca Severino e da Unievangélica, Sandro Dutra, além do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauro Faiad.

Ana Cláudia Gonçalves (PB)

Atyla Sousa (GO)

Ayanda Dantas (GO)

Cristina Pereira (GO)

Douglas Xavier (PB)

Isabelle Cristine (GO)

Jéssica Teixeira (GO)

Kívia Vieira (BA)

Lorena Cordeiro (GO)

Tamiles Silva (BA)