Programa Ouvir e Acolher, voltado às habilidades e questões socioemocionais, apresenta bons resultados nas escolas estaduais de Goiás

Instituído pelo Governo de Goiás, o Programa Ouvir e Acolher surgiu com o objetivo de oferecer suporte emocional e melhorar o ambiente escolar, impactado pelos efeitos da pandemia da Covid-19. O programa é realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc/GO) em parceria com o Instituto Hortense, fundado pelo cantor Leo Chaves, e já alcançou 925 escolas da rede pública estadual.

Dando seguimento às ações, os coordenadores regionais de Educação e mediadores de Inclusão se reuniram no auditório da Seduc/GO com a equipe multiprofissional do programa para debater os resultados obtidos até o momento.

A secretária de Educação, Fátima Gavioli, destacou, no encontro, que o objetivo é manter e ampliar o Ouvir e Acolher nos próximos anos, fortalecendo os atendimentos psicológicos e sociais nas escolas. “Com a contratação do Instituto Hortense, conseguimos dar apoio, tanto aos alunos quanto aos professores, que agora recebem formação em Educação socioemocional. Queremos que todos sintam que a escola faz diferença na vida deles, inclusive na saúde emocional”, afirmou.

Entre as atividades oferecidas pelo programa estão palestras, rodas de conversa, escuta qualificada e orientação psicoeducacional. De acordo com a diretora pedagógica do Instituto Hortense, Elaine Cristina Resende, os dados coletados apontam avanços importantes. “Percebemos uma mudança significativa nos comportamentos dos alunos, com redução nos riscos de bullying, ansiedade e automutilação, superando nossas expectativas”, comemorou.

Resultados

Os formulários aplicados a gestores, professores, estudantes e outros funcionários avaliaram indicadores como clima escolar, intervenções psicossociais e desenvolvimento socioemocional. Os resultados mostram uma redução de 74,91% nos conflitos escolares e uma diminuição de 88,% em comportamentos de risco, como bullying, agressões e ideação suicida. Além disso, a equipe psicossocial obteve 83,59% de avaliação positiva em seu desempenho.

Os dados também revelam avanços nas habilidades socioemocionais dos estudantes. Entre eles, 46% afirmaram ser capazes de exercer empatia e ajudar os colegas, enquanto 72,61% demonstraram autonomia na tomada de decisões responsáveis. No quesito habilidades sociais, como comunicação eficaz e estabelecimento de relações positivas, o índice alcançou 86,67%. Em relação à autoconsciência, 64% dos alunos se mostraram aptos a reconhecer e gerir seus sentimentos e a cuidar de sua saúde mental e física.

No contexto do clima escolar, 84,17% dos gestores avaliaram como eficazes as metodologias de ensino propostas pela Seduc/GO, e 88,32% dos professores concordaram. Contudo, apenas 50,68% dos alunos se sentiram incentivados por seus professores. O levantamento também destacou que 79,84% dos professores aplicam estratégias pedagógicas voltadas ao desenvolvimento socioemocional, embora apenas 42,15% dos estudantes reconheçam esse impacto em suas rotinas.

Ambiente escolar

Sobre as relações sociais, 90,98% dos gestores consideraram o ambiente escolar acolhedor, e 85,28% dos professores compartilharam essa percepção. Já entre os alunos, apenas 58,30% avaliaram as relações escolares como amigáveis. Por outro lado, 95,38% dos gestores e 90,37% dos professores consideraram boas ou muito boas suas relações com os estudantes.

Outro ponto relevante é a motivação para o trabalho e estudo. Enquanto 90,81% dos gestores e 76,20% dos professores se sentem frequentemente motivados, apenas 37,30% dos estudantes afirmaram estar felizes e motivados a estudar. Por fim, a pesquisa também apontou que 52,84% dos gestores consideram eficazes as ações voltadas ao bem-estar e saúde mental, e 59,32% dos funcionários se mostraram satisfeitos com as iniciativas nessa área.

O Programa Ouvir e Acolher segue sendo uma referência nacional no cuidado com a saúde mental nas escolas públicas e pretende continuar ampliando sua atuação. A união entre assistência social e psicologia escolar tem gerado impactos significativos, fortalecendo a convivência e o desenvolvimento emocional de toda a comunidade escolar.

(Texto: Camila Mascarenhas/Fotos: Solimar de Oliveira)

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