A produção de milho no Brasil deverá alcançar um patamar histórico na safra 2024/25, com estimativa da Conab de 131,9 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,3% em relação à safra anterior. Esse crescimento é impulsionado principalmente pela produtividade, com aumento de 11,6%, e pela ampliação de 2,4% na área plantada, especialmente na segunda safra. O avanço da produção ocorre em paralelo à intensificação da demanda doméstica, com o consumo estimado em quase 90,0 milhões de toneladas ao longo de 2025, um crescimento de 7,1% em comparação com a temporada anterior. Esse aumento é fortemente influenciado pela expansão da produção de etanol a partir do cereal, que tem se consolidado como um novo vetor de demanda interna.

Diante desse cenário, a elevação do consumo tende a limitar o excedente disponível para exportação. Além disso, a maior oferta global, especialmente do milho norte-americano, em decorrência da ampliação da área cultivada nos Estados Unidos, contribui para a expectativa de uma leve redução nas exportações brasileiras em 2025, conforme projeções da Conab.

O mercado do milho tem enfrentado forte pressão baixista nos preços ao longo de julho de 2025, reflexo direto do avanço da colheita da segunda safra. Essa ampla oferta, sobretudo no Centro-Oeste, que responde por 58,0% da produção nacional, tem reduzido o ímpeto dos compradores no mercado físico, que recuam diante da expectativa de novas desvalorizações. Ademais, a desaceleração das exportações acentua o excedente interno, dificultando a sustentação dos preços. Como resultado, o indicador Cepea registrou queda de 6,6%  comparado a junho/2025, fechando a R$63,63/sc.

Entre 2022 e 2025, a cultura do milho em Goiás apresentou variações significativas no Valor Bruto da Produção (VBP), refletindo tanto os efeitos de fatores climáticos quanto de mercado. Em 2022, o VBP da cultura alcançou R$13,2 bilhões, recuando nos dois anos seguintes para R$12,8 bilhões em 2023 e R$11,5 bilhões em 2024. No entanto, em 2025, observa-se uma retomada vigorosa, com o milho registrando seu melhor desempenho no quadriênio: R$16,8 bilhões. Esse crescimento de aproximadamente 45,5% em relação ao ano anterior evidencia a importância da cadeia produtiva. A recuperação do VBP do milho reforça sua posição estratégica na economia agropecuária goiana, respondendo por 13,7% do VBP total estadual em 2025, sendo essencial para o abastecimento interno, exportações e sustentação da cadeia de proteína animal.

Em Goiás, embora a maior parte das exportações de milho seja composta por grãos secos, o segmento de milho doce preparado apresentou sinais de recuperação ao longo do primeiro semestre de 2025. Após um início de ano marcado por retração nas exportações, com resultados negativos de janeiro a março, o setor registrou crescimento nos meses seguintes. Em junho, foram exportadas 973,4 toneladas, volume 27,3% superior ao registrado no mesmo mês de 2024. O estado é o principal exportador nacional nessa modalidade, respondendo por 64,8% do volume embarcado pelo país no acumulado dos seis primeiros meses do ano, na qual os principais destinos desse produto foram Argentina, Paraguai e Bolívia.

 COTAÇÕES – Indicador do Milho Esalq/BM&FBOVESPA (R$/saca 60kg)

 SAFRA DE MILHO TOTAL 2024/25

 GOIÁS – VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DO MILHO (VBP) Estimativa 2025

 BRASIL – EXPORTAÇÕES DO MILHO EM GRÃO

 GOIÁS – EXPORTAÇÕES DO MILHO EM GRÃO