UFG, Goiás Rã e Funape apresentam projeto para expandir e fortalecer a cadeia da ranicultura em Goiás
De acordo com os idealizadores do projeto, mais de 260 unidades de produção familiar deverão ser beneficiadas. Para o desenvolvimento das etapas, as instituições informam que serão necessários R$ 24,8 milhões em recursos.
Com previsão inicial de implantação em 23 municípios goianos, o projeto ‘Rede de cooperação de empreendimentos econômicos solidários em ranicultura de Goiás’ pretende articular, formar e fortalecer a cadeia produtiva de ranicultura no Estado. Segundo os representantes das instituições idealizadoras do projeto – Universidade Federal de Goiás (UFG), Associação de Ranicultores do Estado de Goiás (Goiás Rã) e Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) – a intenção ainda é criar um Centro de Pesquisa, na UFG, fortalecer a atuação da Associação e estruturar polos nas cidades goianas com potencial para sediar módulos de produção solidária familiar. Para o desenvolvimento do projeto, foi estabelecido um cronograma que prevê prazo de três anos para a realização de todas as etapas e a necessidade de orçamento no valor de R$ 24,8 milhões.
Com a criação da rede de cooperação, deverão ser beneficiadas 260 unidades de produção familiar goianas, por meio do fornecimento de infraestrutura necessária para que o ranicultor de base familiar possa garantir a sustentabilidade da atividade. Entre as vantagens do projeto estão o desenvolvimento de empreendimentos sustentáveis, a formação de corpo técnico para atuar no campo, promovendo assistência técnica e extensão, assim como a transformação do meio rural por meio da geração de emprego e renda, e até o incentivo à alimentação saudável.
O projeto tem sido estruturado desde o segundo semestre de 2018, mas foi apresentado, oficialmente, nesta quinta-feira, 7 de fevereiro, na sede da Superintendência Executiva de Agricultura, em Goiânia (GO). O evento reuniu representantes das três entidades envolvidas no projeto – UFG, Goiás Rã e Funape -, assim como da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), da Superintendência Executiva de Agricultura, de Prefeituras Municipais e produtores de rãs.
O superintendente executivo de Agricultura, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, participou do evento, conheceu os objetivos e como os realizadores pretendem desenvolver o projeto em Goiás. De acordo com ele, o governo estadual tem o compromisso de apoiar e promover o desenvolvimento econômico dos diferentes setores que integram o agronegócio. “Entre eles o da ranicultura, que está se organizando e estabelecendo parcerias para levantar demandas e fazer propostas de melhorias para o segmento. Estamos todos reunidos para buscar o aperfeiçoamento das cadeias produtivas presentes no nosso estado, consequentemente, o fomento junto aos municípios. Sabemos que é preciso dar oportunidade de produção e comercialização, até mesmo para que o consumidor final possa adquirir um produto de qualidade, diferenciado e produzido no nosso estado”, enfatiza. Antônio Carlos acrescenta ainda que o projeto deverá contribuir para a geração de renda, a promoção de desenvolvimento rural e a agregação de valor ao produto. “Isso fortalece nossa agropecuária e evidencia a importância desse segmento para toda a sociedade”, diz.
O presidente da Goiás Rã, José Messias, avalia que o projeto ajudará a organizar o setor, que ainda é pouco explorado no Estado. “Nós produzimos muito pouco. E para produzir mais é preciso se organizar. Quando se estrutura um projeto como esse, abrimos possibilidade de organização, de fomento à cadeia, desde a parte produtiva até a comercial. Até porque não adianta incentivarmos a produção, se não existir mercado. É preciso investir em frigoríficos, por exemplo. Com essas parcerias, vamos promover as mudanças necessárias e organizar o segmento. Em breve, esse mercado vai crescer e o consumidor goiano terá mais carne de rã à disposição”, informa.
O secretário de Projetos Especiais da UFG, Manoel Rodrigues Chaves, destaca que cada um dos três parceiros terá sua contribuição dentro do projeto, inclusive para ajudar a identificar os principais problemas enfrentados pela ranicultura. Ele cita o exemplo da falta de um sistema de alimentação própria para as rãs e até da questão genética. “Com a criação de um Centro de Pesquisa, poderemos trabalhar no fortalecimento de tudo isso, promovendo melhorias para a cadeia goiana”, revela. Apesar de o projeto estar em um estágio ‘embrionário’, ele informa que há o interesse de instituições em contribuir com o desenvolvimento das ações. “A Sudeco e a Secretaria de Pesca devem colaborar, porque visualizaram que o projeto tem a dimensão de desenvolvimento regional. Isso talvez ajude a ir atrás dos recursos necessários para a realização das etapas previstas”, explica Manoel.
Etapas
O projeto será desenvolvido em várias etapas, sendo que cada parceiro terá atribuições diferentes. No caso da UFG, um dos focos é trabalhar a parte de pesquisas, avaliando desempenho produtivo, genética, sanidade, nutrição e alimentação, manejos gerais e processamento de pescado. Também faz parte do escopo da instituição de ensino a criação de módulo de produção solidário familiar, que serão unidades experimentais e produtivas, a estruturação de laboratórios, espaços de convivência para os envolvidos no projeto, formação de equipes – com previsão de bolsa de iniciação científica, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado -, assim como a divulgação de materiais didáticos, pedagógicos e promocionais. Já a Goiás Rã ficará responsável pela infraestrutura, como a sede da Associação, e a criação de Departamento de Assistência Técnica.
Por indicação da Goiás Rã, 23 municípios irão compor a rede com Módulos de Produção Solidária Familiar (MPSF):
- Abadia de Goiás;
- Abadiânia;
- Alexânia;
- Aragoiânia;
- Bela Vista;
- Brazabrantes;
- Bonfinópolis;
- Bom Jesus de Goiás;
- Caldazinha;
- Campestre;
- Cromínia;
- Gameleira;
- Guapó;
- Hidrolândia;
- Itaberaí;
- Itapirapuã;
- Iporá;
- Nova Veneza;
- Orizona;
- Professor Jamil;
- Santo Antônio de Goiás;
- Santa Bárbara;
- e Valparaíso.