A Influência dos desastres naturais no mercado de seguros e na infraestrutura
Texto trata das mudanças climáticas e do seu impacto no setor
O assessor especial da Presidência da AGR, Thiago Nepomuceno, publicou um artigo sobre “Eventos Climáticos Extremos e a Atração do Mercado Segurador”, em coautoria com Isadora Cohen, sócia da ICO Consultoria, e Pedro Henrique Machado, consultor da mesma empresa. O texto, que trata das mudanças climáticas e seus impactos no setor, foi publicado no portal JOTA, uma startup que integra jornalismo e ciência de dados para fornecer previsibilidade às instituições brasileiras.
Inicialmente, o texto menciona uma reportagem do jornal Valor Econômico, que destaca como os eventos climáticos têm alterado a precificação das apólices de seguros. A crise climática tem pressionado as seguradoras a adotarem novas metodologias para calcular os riscos associados a esses eventos, o que impacta diretamente nos preços das apólices. Em um contexto mais amplo, o artigo também faz referência ao impacto das mudanças climáticas no setor rodoviário, especialmente a regulamentação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que busca promover uma infraestrutura mais resiliente, com foco na mitigação das emissões de gases de efeito estufa e na transição energética.
No entanto, a discussão central do artigo está no impacto generalizado dos desastres naturais sobre diversos setores da infraestrutura nacional. A frequente ocorrência de enchentes, deslizamentos de terra, secas e queimadas têm levado as seguradoras a revisar seus cálculos de risco, com a intenção de precificar de forma mais eficaz os danos causados por esses eventos. Para isso, o artigo sugere que as modelagens contratuais que adotem melhores práticas de adaptação climática e mitigação de riscos terão mais sucesso em obter condições favoráveis no mercado segurador, além de atrair investimentos para projetos sustentáveis.
Um exemplo citado pelos autores do artigo é o modelo de concessões rodoviárias do Estado do Mato Grosso, que incorpora exigências claras de prevenção e mitigação de riscos climáticos, como a elaboração de relatórios de riscos e planos de adaptação climática e desastres naturais. Ainda segundo o artigo, a concessionária deve seguir normas internacionais e as diretrizes climáticas, como o padrão ESG e as normas ISO e o Climate Risk Assessment (CRA), para garantir uma gestão eficiente dos riscos climáticos durante a execução do contrato de forma sustentável e responsável.
O artigo também destaca a importância de contas vinculadas e recursos para resiliência climática nas concessões de Mato Grosso, que poderão ser utilizados em caso de desequilíbrios financeiros causados por desastres naturais. A implementação dessas diretrizes contribui para uma precificação mais assertiva dos seguros de eventos climáticos extremos e facilita a financiabilidade de projetos de infraestrutura.
Desse modo, o artigo argumenta que a adaptação e a mitigação de riscos climáticos são essenciais para melhorar a precificação de seguros e atrair investimentos no mercado de infraestrutura no Brasil, sugerindo que as práticas adotadas em Mato Grosso podem servir de modelo para outras regiões do país.
Para além disso, a relação entre eventos climáticos extremos, seguros e infraestrutura é cada vez mais complexa e desafiadora. No entanto, a adoção de medidas como a inclusão de cláusulas específicas em contratos de concessão, a utilização de ferramentas de gestão de riscos e o investimento em soluções sustentáveis podem contribuir para um futuro mais seguro.
Veja a íntegra do artigo aqui.
Texto: Briana Silva
Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) – Governo de Goiás