Artigo: Uma articulação efetiva para os Arranjos Produtivos Locais de Economia Criativa

Nos últimos anos tem sido recorrente a discussão sobre como o estímulo à Economia Criativa pode favorecer a competitividade dos territórios, com impactos positivos na dimensão econômica, cultural, ambiental e social. Tal fenômeno ocorre na medida em que cresce o reconhecimento do talento criativo das pessoas como insumo para o desenvolvimento local.

Em Goiás, cabe a Secretaria de Estado da Retomada o desafio de tratar das abordagens, conexões e articulações que favoreçam e facilitem o desenvolvimento da economia criativa e dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), que são a organização de cadeias produtivas e criativas e de seus ecossistemas. 

Todas as abordagens coincidem no aspecto que a economia criativa é o núcleo central dessa “nova economia”, onde o capital intelectual constitui-se como matéria-prima para a produção de ativos gerados pela interseção entre as artes, manifestações culturais, negócios e tecnologia. 

A Economia Criativa tem um papel relevante como estratégia transversal que abre novas oportunidades para o desenvolvimento local, impulsionando novas atividades econômicas relacionadas à sociedade do conhecimento, bem como proporcionando o desenvolvimento competitivo e sustentável dos setores considerados mais tradicionais. 

Observa-se um crescimento na concepção e implantação de iniciativas para impulsionar essa atividade emergente, com a criação progressiva de APLs, parcerias internacionais para intercâmbio de experiências, criação de alianças, articulações institucionais para sensibilizar o setor público e privado. Tais movimentos têm como alvo tanto os segmentos criativos como determinados espaços geográficos. 

Goiás vive um momento singular quanto ao reconhecimento que seu principal ativo – o talento criativo do seu povo – constitui-se na grande oportunidade de geração de ocupação e renda, conformando uma importante base para o novo modelo de desenvolvimento sustentável no Estado.

A ação institucional no âmbito da criatividade requer uma visão ampla, integrando a capacidade de entender as características dos setores, propiciando sua atuação de forma alinhada com as políticas públicas existentes nas diversas esferas de governo, mas, principalmente, gerando resultados para o conjunto de empreendedores criativos.

Uma consistente estratégia de atuação poderá contribuir de maneira decisiva a superar os principais problemas apontados pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) de 2008, para o fomento das indústrias criativas:

1 – Falta de um referencial claro para compreender e analisar a Economia Criativa que sirva de base para o desenho de políticas públicas;
2 – Falta de dados sobre as receitas e faturamento da Economia Criativa que constituam a base de boas estratégias para o desenvolvimento;
3 – As características específicas organizacionais da Economia Criativa que, mais do que políticas genéricas, requerem políticas públicas adaptadas a cada país;
4 – A falta de capacidade institucional para apoiar o desenvolvimento das indústrias criativas nos países em desenvolvimento, especialmente a proteção dos direitos de propriedade intelectual;
5 – As grandes vantagens dos países desenvolvidos por terem sido pioneiros no estabelecimento do setor de bens e serviços criativos.

A Secretaria da Retomada tem buscado desempenhar um papel decisivo no contexto do fortalecimento da Economia Criativa, e com este projeto deve potencializar suas linhas de atuação de forma que possa proporcionar o conhecimento da realidade atual, o delineamento de estratégias claras e efetivas, a capacidade de articulação com outros agentes institucionais, mas principalmente a concretização de resultados no curto, médio e longo prazo.

Décio Coutinho é superintendente da Retomada do Trabalho do Emprego e da Renda, da Secretaria da Retomada

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