A diversidade do artesanato goiano é riquíssima, também em virtude do hibridismo cultural de nossa população. A Secretaria da Retomada instaurou um mapeamento, com foco na identificação e reconhecimento dos mestres artesãos, detentores de um valioso saber/fazer – patrimônio imaterial – que se encontra espalhado territorialmente. Por isso, realizamos visitas técnicas para conhecer a realidade atual do artesanato e de sua produção em todo o Estado. 

Dar luz a esses tesouros é reconhecer seu valor cultural, ampliar a autoestima de quem os cria, propiciar a demarcação do território de expansão desse conhecimento, proporcionando aos mestres, demais artesãos e interessados em adquirir essa prática as ferramentas e as condições necessárias para manter viva a sua cultura.

Trabalhamos com um olhar afetivo, despertando a afabilidade individual e coletiva. Em tempos de crise, provocada pela Covid-19, o contato direto com os artesãos e seu contexto é uma estratégia que ativa e estimula o entusiasmo, ajudando-os a adquirir força para a sua própria reinvenção, por meio de soluções criativas de sobrevivência. 

Mapear o artesanato é também consolidá-lo como um atrativo turístico, associado à natureza e às cidades. As visitas locais intensificam um desejo de mudança e crescimento, que impele os artesãos e o Governo de Goiás a inovar e reconhecer a dimensão da cadeia produtiva desse segmento.

A primeira-dama e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), Gracinha Caiado, participa ativamente do levantamento da realidade do artesanato produzido em Goiás. Além de acompanhar as visitas técnicas, Dona Gracinha está atenta e preocupada em criar projetos e parcerias que favoreçam o avanço, valorização e reconhecimento do trabalho dos artesãos.

No intuito de impulsionar o desenvolvimento do artesanato de qualidade e com valores identitários, estamos materializando o Centro de Referência do Artesanato de Goiás (Cerart), o segundo do Brasil. Além de oferecer cursos de capacitação e aperfeiçoamento, o Cerart fomentará as conexões entre o artesão e produtores, gestores e mercado consumidor, bem como os segmentos da economia criativa, de modo a incentivar o protagonismo dos artesãos. 

Na gestão do governador Ronaldo Caiado, as políticas públicas incluem ainda a criação do Sistema do Artesanato de Goiás (SAG), e o selo que atesta a denominação de origem e o reconhecimento da qualidade do produto. Outra realização concreta é a consolidação, depois de nove anos de processo, da Cooperativa dos Artesãos de Goiás (Cartago), que possibilita a organização e a venda do artesanato diretamente ao consumidor final, bem como a criação de uma plataforma virtual de comércio com a mesma finalidade. 

O artesanato compreende a possibilidade de trabalhar com diversas modalidades de economia: a criativa, a colaborativa, a solidária, a circular e, ainda, a cocriação. Nós da Secretaria da Retomada estamos empenhados em ativar a economia, de modo que o artesanato tenha autonomia, espaço e ferramentas para a autogestão e a sustentabilidade do segmento.

Míriam Pires é gerente da Secretaria da Retomada e coordenadora do artesanato do Estado de Goiás