Artigo: “Economia criativa e economia da cultura em Goiás”

Suellen Mara*

O aumento expressivo de novos negócios em Goiás não pode ser pensado de forma desassociada da Economia Criativa. O aumento de empresas e, consequentemente, da quantidade ofertada, eleva a competitividade e pressiona o foco na diferenciação de bens e serviços para criação e fidelização de clientes.

As empresas precisam desenvolver modelos de negócios que estejam entrelaçados a processos constantes de inovação e criatividade para conseguirem se destacar, além de precisarem estar atentas às novas formas de comercialização, demandas e tendências de mercado.

Segundo pesquisa do Itaú Cultural, referente aos dados de 2018, os negócios ligados ao setor criativo são majoritariamente micro empresas, dos segmentos de moda, museus e patrimônio, tecnologia da informação, publicidade e serviços empresariais. A moda é uma categoria destaque na exportação na área da Economia Criativa, desde 1999, em nosso Estado. Cabe mencionar que os pequenos negócios possuem vantagens em relação às empresas de grande porte, pela maior possibilidade de diferenciação, personalização e inovação de produtos, enquanto as maiores, para conseguirem maior lucratividade, precisam, muitas vezes, trabalhar com padronização e economia da escala.

Um estudo de 2018 do Instituto Mauro Borges revela que a Economia Criativa contribuiu de 6,3 a 6,9% na produção de Goiás, de 2010 a 2015,  sendo as atividades científicas, técnicas, de alimentação,  de artes, cultura e esporte as que mais se destacaram. 

Já um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Sebrae, relacionado ao impacto da pandemia nos pequenos negócios, demonstrou que a Economia Criativa foi um dos setores mais atingidos pela queda do faturamento em 2020 e pelas demissões. Para modificarmos este cenário e gerar lucratividade, empregabilidade e sustentabilidade dos negócios em Goiás, principalmente dos pequenos, é necessária a consciência da população para a valorização cultural dos bens produzidos por goianos. Produtos como os do artesanato, por exemplo, além de gerar renda para os artesãos, transmitem senso histórico, identidade cultural e a criatividade humana para quem o adquire, assim como o que é produzido pelo setor de gastronomia e pelas performances culturais.

Não podemos deixar de destacar o quanto a produção da economia criativa e da cultura tem sido importantes para a manutenção do bem-estar, contribuindo para que, em meio a pandemia, sejam realizados momentos de pausa para conforto e apreciação da vida. Valorizar a cultura e economia goiana, perpassa pelo consumo da produção dos pequenos produtores, das músicas, do artesanato, da moda, daquele café local e também de apresentações virtuais, como a Live Cultural Solidária, promovida pelo Governo do Estado, com artistas goianos e a Orquestra Filarmônica de Goiás.

Ações como esta, promovida em conjunto com a Secretaria de Estado de Cultura, Secretaria da Retomada, Gabinete de Políticas Sociais (GPS), Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e TBC, contribuem para que as pessoas possam prestigiar os artistas goianos e incentivam a arrecadação de alimentos para as famílias dos músicos.

Que possamos pensar nossos consumos e entender como eles estão atrelados à cadeia produtiva, fortalecendo os empreendimentos locais e contribuindo para a geração de emprego e renda, afinal, são os pequenos negócios os que mais empregam em Goiás, e são eles os que mais nos entregam, de forma material ou não, o senso de identidade, cultura e pertencimento. Sendo assim, eu te pergunto: qual profissional ou empreendedor você pode valorizar e incentivar hoje?

*Suellen Mara é gerente de Avaliações e Informações da Secretaria da Retomada

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