Tarifa bancária sofre aumento médio anual de 7,4%, conforme pesquisa do Procon Goiás
As tarifas bancárias tiveram elevação média anual de 7,4% de acordo com dados coletados pelo Procon Goiás. No entanto, individualmente, foi identificado aumento de até 21,45%. Esse é o exemplo da tarifa de fornecimento de cópia de microfilme que em 2016 tinha preço médio de R$ 6,84 e atualmente custa, em média, R$ 8,31.
Com intuito de fornecer informações consideradas relevantes aos correntistas e/ou consumidores que utilizam cartão de crédito, técnicos do órgão visitaram, entre o dia 19 de setembro e a última terça-feira, 26, oito bancos na cidade de Goiânia, verificando os preços cobrados nas tarifas de conta corrente/poupança e cartão de crédito.
A divulgação também visa orientar sobre os direitos dos correntistas, bem como alertar sobre os cuidados a serem observados para reduzir ou eliminar custos desnecessários.
Veja outros exemplos:
Serviços Prioritários | Média | Média | Variação |
Conta de Depósito | 2016 | 2017 | % |
Fornecimento de cópia de microfilme ou assemelhado | R$ 6,84 | R$ 8,31 | 21,49 |
Depósito identificado | R$ 3,70 | R$ 4,45 | 20,27 |
Saque de conta – Atendimento Pessoal | R$ 2,81 | R$ 3,13 | 11,21 |
Transferência por meio de DOC/TED – At. Pessoal | R$ 16,23 | R$ 18,08 | 11,37 |
Variação de preços de tarifas bancárias chega a 263,64%
Na comparação, a diferença das tarifas bancárias chega a 263.64%. Esse é o caso da taxa de saque de conta corrente, cujos valores individuais apresentaram variação de R$ 2,20 a R$ 8.
Os valores coletados pelo Procon Goiás referem-se aos preços máximos praticados por cada banco e são cobrados quando o consumidor excede a quantidade de serviços disponíveis gratuitamente no pacote contratado junto à instituição financeira, considerados essenciais.
Veja outros exemplos de variações:
Serviços Prioritários | Menor | Maior | Variação |
Conta de Depósito | Preço | Preço | % |
Saque de conta corrente – Guichê Pessoal | R$ 2,20 | R$ 8,00 | 263,64 |
Fornecimento de cópia de microfilme ou assemelhado | R$ 5,50 | R$ 20,00 | 263,64 |
Depósito identificado | R$ 2,70 | R$ 8,50 | 214,81 |
2ª via de cartão com função débito – a pedido do cliente | R$ 6,80 | R$ 20,00 | 194,12 |
Fornecimento de Extrato mensal – Guichê Pessoal | R$ 2,50 | R$ 6,00 | 140,00 |
Confecção e fornecimento de folha de cheque | R$ 1,45 | R$ 2,50 | 72,41 |
Transferência DOC / TED – Cx Eletrônico | R$ 8,35 | R$ 12,00 | 43,71 |
Concessão de adiantamento a depositante | R$ 48,00 | R$ 80,00 | 66,67 |
Cartão de Crédito | |||
Pagamento de contas com cartão de crédito | R$ 7,50 | R$ 24,50 | 226,67 |
Saque com cartão de crédito no país – em espécie | R$ 6,50 | R$ 18,15 | 179,23 |
Anuidade – cartão básico – Nacional | R$ 49,00 | R$ 90,00 | 83,67 |
Cuidado ao utilizar o cartão de crédito para pagamento de contas ou saques
Muitos consumidores que optam pelo pagamento de contas como água, luz, etc, utilizando o cartão de crédito, acreditam que agindo dessa forma, conseguirão um prazo maior para pagamento da conta, evitando despesas com encargos de atraso. No entanto, na prática, é bem diferente.
Por exemplo: Uma conta de energia no valor de R$ 200 paga após 30 dias de atraso será acrescida dos encargos de multa, juros e correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). Aproximadamente R$ 6,40 será cobrado por este atraso. Ao optar por essa “comodidade”, somente de tarifa de serviço cobrada pela administradora do cartão, o custo poderá chegar a R$ 24,50.
Outro exemplo é utilizar o cartão de crédito para realizar saque em espécie. Neste caso, o consumidor deve ficar atento, pois independentemente do valor do saque, a tarifa cobrada é única.
Em um saque de R$ 100, a tarifa cobrada pode chegar a R$ 24,50. Ou seja, a tarifa representa um custo de 24,5% do valor do saque. Da mesma forma, se a retirada for, por exemplo, de R$ 20, considerando a maior tarifa pesquisada pelo Procon Goiás, o custo será maior que o valor sacado.
Tarifas e quantidade de serviços cuja cobrança é proibida
As instituições bancárias devem esclarecer ao cliente Pessoa Física, no momento da contratação de serviços relacionados à conta corrente, sobre a opção de contratar ou não os pacotes de serviços oferecidos pelo banco. Dependendo da movimentação mensal do consumidor, essa contratação se torna desnecessária e até mesmo prejudicial.
Isso se deve ao fato de existir um pacote de serviços considerados “essenciais”, ou seja, gratuitos, de acordo com a quantidade de eventos de cada tipo de tarifa.
Se os serviços essenciais forem suficientes, não há necessidade da contratação.
Os serviços considerados essenciais e gratuitos são:
Serviços Essenciais – gratuitos | Qtde de |
Conta corrente de depósito à vista | evento |
Fornecimento de cartão com função débito | * |
Saques mensal | 4 saques |
Transferências na própria instituição, por mês | 2 |
Extratos bancáriso da movimentação dos últimos 30 dias | 2 |
Consultas pela internet | * |
Compensação de cheques – independente de valor | * |
Folhas de cheque – desde que o cliente possua requisitos | 10 folhas |
Não utilizar os caixas eletrônicos pode encarecer em até 108% a tarifa
Segundo a pesquisa do Procon Goiás, a opção de não utilizar os terminais de auto-atendimento pode encarecer em até 108% a tarifa. Esse exemplo foi verificado na transferência por meio de DOC/TED. Em um banco, a tarifa cobrada para esse serviço é de R$ 12 se realizada nos TAA – Terminais de Auto Atendimento. O valor do mesmo serviço, se realizado por meio do atendimento pessoal (guichês), o sobe para R$ 25, acréscimo de 108,34%.
Deixar de fazer um saque nos terminais de auto-atendimento para fazer nos guichês de atendimento pessoal, dependendo do banco, pode representar um acréscimo de 33,34% no valor da tarifa. Neste caso, o valor cobrado nos TAA é de R$ 6 e nos guichês de atendimento pessoal, a R$ 8.
Informações de interesse dos correntistas
O valor das tarifas bancárias não é fixado pelo Banco Central do Brasil, nem pelo Conselho Monetário Nacional. Os valores são estabelecidos pelas instituições financeiras (bancos, cooperativas de crédito,e tc). As tarifas obedecem a uma padronização, ou seja, mesma nomenclatura em todos os bancos. Isso auxilia os consumidores na hora de comparar os valores cobrados de seu banco e de outros.
As informações sobre os valores das tarifas cobradas devem obrigatoriamente ser divulgadas em local e formato visível ao público, nas suas dependências e em página na internet.
As instituições são obrigadas ainda a disponibilizar aos clientes, até o final de fevereiro de cada ano, um extrato consolidado informando, mês a mês, todas as tarifas e valores cobrados no ano anterior.
Para acessar o relatório da pesquisa clique aqui
Para acessar a planilha de preços das tarifas clique aqui