Pesquisa do Procon Goiás revela que preços de medicamentos genéricos podem variar até 600%
Pesquisa do Procon Goiás revela que preços de medicamentos genéricos podem variar até 600%
Os preços dos medicamentos sofreram reajuste que varia de 2,09% a 2,84%, a partir do dia 31 de março. Esse é o percentual máximo permitido aos fabricantes definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Como ocorrido em 2017, o reajuste aplicado neste ano foi menor que a inflação registrada no período de abril de 2017 a março de 2018 medido pelo IPCA (2,68%).
Para auxiliar o consumidor a fazer economia, o Procon Goiás visitou, entre os dias 2 e 16 de abril, 17 drogarias em diferentes regiões de Goiânia. Foram coletados e comparados os preços de 66 tipos de medicamentos, sendo a metade formada por medicamentos de referência e a outra metade pelos genéricos, obedecendo à mesma apresentação, denominação e laboratórios (nos casos de medicamentos de referência). O órgão alerta para a importância da pesquisa, uma vez que os preços dos genéricos apresentaram variação de até 600%.
O levantamento considerou os preços praticados para o cliente comum, ou seja, independente da exigência de cadastro, seja pela própria rede ou por laboratórios. Vale lembrar que não foi considerada nenhuma condição especial como desconto para aposentados, empresas ou clientes de planos de saúde conveniados.
► Medicamentos Genéricos têm variação de até 600%
Devido a uma maior concorrência entre os diversos laboratórios, os medicamentos genéricos geralmente registram grandes variações. No levantamento realizado pelo Procon Goiás, a maior diferença entre o menor e maior preço chegou a 600,56%, encontrada no Cloridrato de Metoclopramida – gotas – 4 mg/ml – fraco c/ 10 ml. Os preços variaram entre R$ 1,79 e R$ 12,54.
Veja outras variações de preços – genéricos:
MEDICAMENTO | APRESENTAÇÃO | MENOR | MAIOR | VARIAÇÃO |
PREÇO | PREÇO | |||
Cloridrato de Metoclopramida | Gotas 4 mg/ml – frasco c/ 10 ml | R$ 1,79 | R$ 12,54 | 600,56 |
Acetofenido de Algestoma +
Enantato de Estradiol |
150 mg/ml + 10 mg sol inj 1 ampo x 1 ml | R$ 1,93 | R$ 11,75 | 508,81 |
Loratadina | 10 mg – 12 comprimidos | R$ 6,44 | R$ 34,23 | 431,52 |
Paracetamol | 200 mg/ml – gotas 15 ml | R$ 2,99 | R$ 13,90 | 364,88 |
Atorvastatina Cálcica | 10 mg – 30 comprimidos | R$ 14,99 | R$ 64,15 | 327,95 |
Cloridrato de Ranitidina | 150 mg – 20 comprimidos | R$ 6,44 | R$ 23,23 | 260,71 |
Dipirona Monoidratada | 500 m/ml – gostas 10 ml | R$ 1,49 | R$ 5,31 | 256,38 |
Nimesulida | 100 mg – 12 comprimidos | R$ 4,99 | R$ 16,24 | 225,45 |
Amoxicilina | 500 mg – 21 cápsulas | R$ 9,66 | R$ 23,96 | 148,03 |
► Medicamentos de Referência têm variação de até 302,96%
Esta foi a maior diferença relacionada aos medicamentos de referência, com o medicamento Aerolin (Sulfato de Salbutamol) – 2 mg/ 5ml – Xpe – 120 ml do laboratório Glaxosmithkline. Os preços variam de R$ 7,42 a 29,90.
Veja outras variações de preços – referência:
MEDICAMENTO | APRESENTAÇÃO | LABORATÓRIO | MENOR | MAIOR | VARIAÇÃO |
PREÇO | PREÇO | ||||
Aerolin (Sulfato de Salbutamol) | 2 mg/ 5 ml – Xpe 120 ml | Glaxosmithkline | R$ 7,42 | R$ 29,90 | 302,96 |
Amoxil (Amoxicilina) | 500 mg – 21 cápsulas | Glaxosmithkline | R$ 35,80 | R$ 78,95 | 120,53 |
Propranolol (Clorid de Propranolol) | 40 mg – 30 comprimidos | SEM Sigma | R$ 4,49 | R$ 10,81 | 140,76 |
Tylenol (Paracetamol) | 200 mg/ml – gotas 15 ml | Janssen-Cilag | R$ 17,90 | R$ 27,90 | 55,87 |
Voltaren (Dicrofenaco Sódico) | 50 mg – 20 comprimidos | Novartis | R$ 25,29 | R$ 36,12 | 42,82 |
Fenergan (Clorid de Prometazina) | 25 mg – 20 comprimidos | Sanofi-Aventis | R$ 9,07 | R$ 12,95 | 42,78 |
Rivotril (Clonazepam) | 2 mg – cx 20 comprimidos | Roche | R$ 16,55 | R$ 22,12 | 33,66 |
Gardenal (Fernobarbital) | 100 mg – 20 comprimidos | Sanofi-Aventis | R$ 6,09 | R$ 8,46 | 38,92 |
Aumento médio nos preços dos medicamentos é de 28%
Se a maioria dos medicamentos tem seus preços controlados pelo governo e os reajustes são definidos anualmente, como explicar a oscilação apurada pelo órgão de até 28%? Essa é uma dúvida de muitos consumidores, principalmente aqueles que estão acostumados a comprar medicamentos de uso freqüente e constatam aumentos bem acima dos definidos pelo governo.
Isso ocorre porque os percentuais de reajustes autorizados pelo Governo são aplicados sobre o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) e não sobre o preço de venda praticado pelo estabelecimento.
Medicamentos genéricos podem representar economia de até 79%
A opção pelos medicamentos genéricos, desde que seja seguida a prescrição médica, pode representar economia de até 79,61%.
É o caso do genérico “Amoxicilina” – 500 mg – 21 cápsulas, vendido em uma drogaria a R$ 13,15. Já o medicamento de referência “Amoxil” de mesma apresentação, no mesmo estabelecimento, custa R$ 64,50.
Orientações gerais
Antes de uma criteriosa pesquisa de pecos, é interessante que o consumidor consulte a lista de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) dos medicamentos, disponível no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br). A consulta também pode ser realizada nas listas de preços que devem estar disponíveis ao consumidor nas unidades do comércio varejista, conforme determina a Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Nas drogarias da mesma rede não há, necessariamente, uma única política de preços. Portanto, faça pesquisa de preços inclusive em drogarias da mesma rede.
Para acessar a planilha de preços clique aqui
Para acessar o relatório da pesquisa clique aqui