Operação conjunta entre Procon Goiás e Polícia Civil resulta na prisão de mais de 20 suspeitos do golpe do consórcio

Mesmo interditada pelo órgão de defesa do consumidor no mês de setembro, empresa estava funcionando normalmente, com atendimentos pela porta dos fundos

Na tarde desta quarta-feira (29/11), uma operação conjunta entre fiscais do Procon Goiás e policiais civis resultou na prisão de 21 pessoas e apreensão de um adolescente de 17 anos, suspeitos de envolvimento com o golpe do consórcio. A ação foi realizada em uma empresa localizada na Vila Rezende, em Goiânia.

Apesar de ter sido interditada pelo Procon Goiás no mês de setembro, a empresa estava funcionando normalmente, com atendimentos realizados pela entrada do fundo. De acordo com o superintendente do órgão, Levy Rafael Cornélio, chegou a informação de que a empresa estava com a fachada fechada, mas funcionava normalmente. Por isso, a polícia foi acionada.

“Chegando lá, nós constatamos que a empresa não só estava operando, como havia dobrado o número de colaboradores. Portanto, por parte do Procon a empresa foi definitivamente fechada, irá responder a um processo administrativo sancionatório e será multada, pois por trás desse CNPJ com certeza existe um CPF que deve pagar por esses crimes contra as relações de consumo”, afirma.

Para atrair os consumidores, a empresa publicava anúncios de carros e motos nas redes sociais, no chamado marketplace. O alvo era principalmente os consumidores negativados, que não conseguem obter um financiamento no mercado de crédito. Ludibriados, os clientes pagavam a “entrada” de uma moto ou veículo, mas na verdade assinavam um contrato de consórcio e não viriam a ser contemplados.

“O consórcio é uma modalidade legal, mas não da forma como eles têm feito. Ao todo, havia grupos com cerca de 3 mil participantes. Eles davam entrada num negócio de 15, 20 mil reais, mas saíam com um contrato assinado no valor de 130 mil reais, por exemplo”, comenta Levy.

Ao chegar no local, a polícia se deparou com cerca de 70 pessoas trabalhando no total. No momento da fiscalização, havia algumas vítimas que tinham acabado de dar a entrada no suposto financiamento. A polícia identificou que 22 pessoas, entre elas um menor de idade, já haviam sido identificadas na primeira operação realizada na empresa há cerca de 90 dias.

Os supervisores e coordenadores da empresa de consórcio foram presos e encaminhados à Central de Flagrantes de Goiânia, onde foram autuados por crimes contra as relações de consumo e associação criminosa. Eles serão submetidos à audiência de custódia no prazo de 24 horas.

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