Plano Diretor – O Estado de Goiás: Indicadores Sociais, Econômicos e Culturais


O Estado de Goiás

           O Estado de Goiás, 7º Estado do Brasil em extensão territorial e a 10ª economia do país, localiza-se na Região Centro-Oeste, ocupando uma área de 340.087 Km2. Possui 246 municípios e limita-se ao norte com o Estado do Tocantins, ao sul com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a leste com a Bahia e Minas Gerais e a oeste com Mato Grosso.

A população residente no Estado era de 5.528.852, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – 2004 (PNAD), o que representa 3,0% da população brasileira, sendo que a grande maioria, 87,8%, residia nos centros urbanos. É o Estado mais populoso da Região Centro-Oeste, correspondendo a 43,1% da população. Esse quadro demográfico é reflexo dos fenômenos ocorridos no Estado a partir da década de 1970, em que houve intenso esvaziamento da área rural causado, predominantemente, pela mecanização e modernização da agricultura. A população de Goiás tem crescido acima da média nacional, 2,43% e 1,69%, respectivamente, conforme taxa geométrica de crescimento 2002-2004 (Secretaria de Planejamento – SEPLAN/Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação – SEPIN, 2005). Esse elevado crescimento é fruto de correntes migratórias que, no passado, se dirigiam a São Paulo, impulsionadas por desequilíbrios regionais persistentes no Brasil e, em períodos mais recentes, ainda que em número menor, têm se direcionado às cidades do entorno do Distrito Federal e Goiânia, capital do Estado de Goiás, atraídas por melhores expectativas de negócios, de trabalho e de vida no Planalto Central. Grande parte desses migrantes é proveniente principalmente da Bahia, Pará, São Paulo e Tocantins.

No que tange à população de Goiás por grupos de idade, a Tabela 5.1 apresenta o quantitativo e respectivos percentuais, o que aponta a existência de uma população que possui mais da metade de seus componentes constituída de pessoas que necessitam acessar a algum nível da escala educacional. Se considerar que a metade dos estudantes na faixa etária entre 15 e 19 anos (529.057) estaria apta a se matricular no ensino superior, ou seja, 4,8% (264.529) da população e que os 9,4% (520.766) da faixa entre 20 e 24 também, totalizaria 785.295 jovens com potencialidade para ingressarem nesse nível de ensino. Constata-se, ainda, que 43,7% (2.416.929) da população têm idade entre 15 e 39 anos, constituindo expressiva força de trabalho, ou seja, Goiás tem um potencial de população economicamente ativa quanto a essa faixa etária, pois é formada predominantemente de jovens.  

Tabela 1 – Goiás: População residente por grupos de idade (2004)

Grupos de idade

Estado de Goiás

Total

%

Total

5.528.852

100,0%

0 a 4 anos

465.595

8,4%

5 a 9 anos

526.994

9,5%

10 a 14 anos

507.342

9,2%

15 a 19 anos

529.057

9,6%

20 a 24 anos

520.766

9,4%

25 a 29 anos

492.832

8,9%

30 a 34 anos

455.925

8,2%

35 a 39 anos

418.349

7,6%

40 a 44 anos

381.785

6,9%

45 a 49 anos

306.957

5,6%

50 a 54 anos

255.221

4,6%

55 a 59 anos

194.505

3,5%

60 a 64 anos

155.553

2,8%

65 a 69 anos

124.505

2,3%

70 anos ou mais

193.466

3,5%

Idade ignorada

Fonte: IBGE / PNAD 2004

Elaboração: SEPIN/SEPLAN (2005)

 A densidade populacional no Estado é de 16,3 habitantes por quilômetro quadrado e com taxa de urbanização de 87,8%. A distribuição populacional, por sexo, apresenta-se com 50,9% de mulheres e 49,1% de homens, relação bastante equilibrada. Nas Tabelas 5.2 e 5.3 constam esses dados, no período de 1991 a 2004.

 Tabela 2 – Goiás: População, situação de domicílio, taxa de urbanização e densidade demográfica (1991, 2000, 2003 e 2004)

 

Ano

 

População Total

Situação de Domicílio

Taxa de Urbanização

%

Densidade demográfica

(hab/km2)

Urbana

Rural

1991

4.018.903

3.247.676

771.227

80,8

11,8

2000

5.003.228

4.396.645

606.583

87,9

14,7

2003

5.329.322

4.675.664

653.658

87,7

15,6

2004

5.528.852

4.855.974

672.878

87,8

16,3

Fonte: IBGE, PNAD – 2004

Elaboração: SEPIN/SEPLAN e SUES/SECTEC (2005)

Tabela 3 – Goiás: População residente por sexo (1991, 2000, 2003 e 2004)

 

Ano

 

População Total

Sexo

Masculino

%

Feminino

%

1991

4.018.903

2.015.505

50,2

2.003.398

49,8

2000

5.003.228

2.492.438

49,8

2.510.790

50,2

2003

5.329.322

2.647.315

49,7

2.682.007

50,3

2004

5.528.852

2.715.982

49,1

2.812.870

50,9

Fonte: IBGE, PNAD – 2004; SEPIN/SEPLAN (2005).

Elaboração: SUES/SECTEC (2005)

Segundo dados obtidos junto à SEPLAN/SEPIN (2005), a economia do Estado se caracteriza por uma forte presença da agropecuária, evidenciando, também, importantes atividades extrativistas, principalmente dos seguintes minerais: amianto, calcário, fosfato, ouro, nióbio, níquel e vermiculita. Os principais produtos agrícolas do Estado são: algodão, arroz, café, feijão, milho, soja, sorgo, trigo, abacaxi, alho, cana de açúcar, laranja e tomate. A produção de grãos o coloca em 4º lugar dentre os estados brasileiros. O Estado é o 2º no ranking brasileiro no número de cabeças de vacas ordenhadas e na produção de leite; é o 4º no número de cabeças bovinas e o 6º no número de aves; o 8º no número de cabeças suínas e o 6º em produção de ovos.

O PIB goiano, valor correspondente a todos os bens e serviços finais produzidos no Estado, vem apresentando crescimento considerável. O Estado de Goiás passou a se destacar no cenário nacional por ser uma economia emergente, com grandes potencialidades para investimentos. Em 2003 o PIB do Estado atingiu 2,37% do PIB Nacional, contra os 1,87% verificados em 1996, o que significa um aumento que comprova o crescimento relativo do Estado.

 No ano de 1995, o PIB goiano era de R$ 11,9 bilhões e apresentava a seguinte composição setorial: agropecuária participava com 18,07%, a indústria com 26,07% e serviços com 55,86%. No ano de 2003, com o PIB de R$ 36,8 bilhões, observa-se que a indústria passa a participar com 35,15% do PIB, a agropecuária com 21,94% e serviços com 42,91%. Não se pode deixar de destacar que o crescimento da indústria goiana, incrementado por meio de incentivos fiscais, foi fortemente influenciado pela agroindústria que contou com a instalação de indústrias do setor alimentício. Na Tabela 5.4 consta a evolução da composição do PIB de 1990 a 2003.    

Tabela 4 – Goiás: Participação no PIB do Brasil, Taxa de Crescimento e Estrutura do PIB por setores (1990-2003)           

Ano

PIB Goiás e participação no PIB Brasil

Taxa de cresci-mento (%)

Estrutura do PIB por setores (%)

Moeda

Valores (Milhões)

Partici-pação (%)

PIB

Agrope-cuária

Indústria

Serviços

1990

Cr$

556.629,00

1,75

0,01

100,00

14,49

24,75

60,76

1991

Cr$

3.123.721,00

1,88

2,38

100,00

13,58

25,30

61,12

1992

Cr$

30.799.711,00

1,75

1,86

100,00

13,34

27,47

59,19

1993

Cr$

707.503,00

1,83

6,42

100,00

16,22

26,73

57,05

1994

R$

6.810,00

1,95

2,70

100,00

18,67

28,29

53,04

1995

R$

11.875,00

1,84

1,84

100,00

18,07

26,07

55,86

1996

R$

14.592,00

1,87

3,67

100,00

15,84

26,72

57,44

1997

R$

16.025,00

1,84

5,27

100,00

15,87

29,40

54,73

1998

R$

17.428,00

1,91

2,19

100,00

16,35

28,74

54,91

1999

R$

17.920,00

1,84

3,17

100,00

16,16

29,56

54,28

2000

R$

21.665,00

1,97

5,11

100,00

17,19

32,49

50,32

2001

R$

25.048,00

2,09

4,32

100,00

17,54

35,03

47,43

2002

R$

31.299,00

2,33

4,90

100,00

22,51

32,62

44,87

2003

R$

36.835,00

2,37

5,06

100,00

21,94

35,15

42,91

Fonte: SEPIN/SEPLAN (2005)

Elaboração: SUES/SECTEC (2005)  

A atividade industrial vem ganhando importante participação no crescimento da economia de Goiás. Nesse sentido, estudos têm sido desenvolvidos objetivando identificar as chamadas Aglomerações Produtivas, também conhecidas como Arranjos Produtivos Locais (APLs), ou seja, a distribuição das atividades econômicas desenvolvidas no âmbito do Estado e que apresentam correlações ou vínculos expressivos de articulação, interação e cooperação e aprendizagem. Essa identificação possibilita, além de conhecer as características atuais e potenciais de desenvolvimento, dar suporte ao estabelecimento de políticas públicas e institucionais locais e regionais de fortalecimento e ampliação das cadeias produtivas. O estudo realizado por CASTRO (2004) aponta quatro aglomerações existentes em Goiás que se concentram em 20 atividades produtivas descritas no Quadro 5.1.

Quadro 1 – Goiás: Aglomerações produtivas e respectivas atividades (2004)

 

Aglomeração

 

Atividades Produtivas

Principais regiões de localização

Agroindústria

–  Indústrias de alimentos
–  Fabricação de bebidas

–  Abate e processamento de aves e de suínos

–  Processamento de grãos

–  Laticínios

–  Região Sul Goiano (Rio Verde, Jataí, Catalão e Itumbiara)

–  Região Centro Goiano (Bela Vista, Itaberaí e São Luís de Montes Belos)

–  Em volta do Eixo Goiânia-Anápolis

 

Indústrias de Base Mineral

–  Agregados e artefatos de concreto, cimento, fibrocimento e gesso

–  Produtos cerâmicos e minerais não metálicos

–  Mínero-químico

–  Eixo Aparecida de Goiânia-Anápolis

–  Região do Entorno de Brasília (Luziânia)

–  Região Norte

–  Região Sul Goiano (Catalão e Ouvidor)

Outros Segmentos Industriais

–  Confecções

–  Têxtil

–  Calçados e artefatos de couro

–  Indústria de móveis

–  Indústria de produtos de metal

–  Indústria de produtos farmacêuticos

–  Indústria química

–  Indústria de artefatos de plástico

–  Eixo Goiânia-Aparecida de Goiânia-Anápolis

–  Região Centro Goiano (Goiânia, Goianira, Trindade, Aparecida de Goiânia, Rubiataba, Jaraguá, Uruana, Itaguaru e São Francisco de Goiás)

–  Região Sul Goiano (Catalão, Itumbiara e Cachoeira Dourada)

Setor de Serviços

–  Turismo

–  Informática e telecomunicações

–  Ensino superior

–  Atividades de atenção à saúde

–  Região Centro Goiano (Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia)

–  Região Sul Goiano (Caldas Novas, Rio Quente)

–  Região Leste Goiano (Pirenópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás e São Domingos)

–  Região Noroeste Goiano (Cidade de Goiás)

–  Região Norte Goiano (Chapada dos Veadeiros: Alto Paraíso, São João D’Aliança, Nova Roma, Cavalcante,

Fonte: Adaptado de CASTRO (2004).

Somando-se à industrialização, o comércio e os serviços também registram índices significativos. O setor terciário vem apresentando grandes perspectivas de avanços com a vinda para o Estado de redes de supermercados, dinamização do comércio e do turismo, dentre as atividades apresentadas no quadro anterior. Com diversas regiões de beleza natural exuberante, cidades turísticas e patrimônio histórico da humanidade, Goiás vêm explorando este potencial com investimentos em infra-estrutura, estradas, hotelaria e serviços de preservação da cultura e do patrimônio histórico. Segundo dados da Agência Goiana de Transportes e Obras (AGETOP[1]), Goiás possui um total de 21.370,7 Km de rodovias (federais, estaduais e estaduais transitórias), sendo 11.893,8 km pavimentadas e 9.476,9 km não pavimentadas, responsáveis pela maioria dos deslocamentos de cargas e passageiros, que integram o Estado ao restante do país.

Apesar do crescimento do PIB acima da média nacional (no período 2000- 2003 a taxa média de crescimento do PIB Brasil foi de 2,03% enquanto que Goiás alcançou 4,84%, segundo SEPIN/SEPLAN 2005), a geração de riqueza estadual é insuficiente para resolver os problemas que afligem a população. Assim, o Governo de Goiás apresenta uma série de programas de inclusão social, destacando-se entre eles o apoio ao acesso à educação superior, cujos investimentos são da ordem de R$ 4,062 bilhões, projetados para o período 2004-2007, que atingirão os seguintes Programas: Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente; Reintegração Social do Adolescente em Conflito com a Lei; da Juventude; Rede de Atenção e Proteção a Mulher em situação de Risco; de Assistência Social; Renda Cidadã; Universidade Participativa; Bolsa Universitária; Educacional Salário-Escola; Banco do Povo; Qualificação Profissional para a Empregabilidade – Pró-Avançar; Atendimento ao Trabalhador (Sistema Nacional de Emprego – SINE); Morada Nova; Agrofamiliar; Urgência e Emergência e Ambulatório 24 horas; Goiás com Mais Saúde e Cidadania.

Procura-se, portanto, construir um Estado com um novo perfil socioeconômico, com desenvolvimento regional mais equilibrado e socialmente mais justo. Continuar nesta trajetória, avançando mais nesta nova realidade para Goiás é o grande desafio para as próximas décadas. O Plano Diretor para a Educação Superior no Estado de Goiás (2006-2015) vem colaborar com esse processo de consolidação do desenvolvimento do Estado.

A Capital Goiânia

Goiânia foi fundada em 1933 para abrigar a capital do Estado, o que representou a expansão da marcha para o oeste e para a intermediação e o comércio entre o Estado de Goiás e as demais regiões brasileiras. Inaugurada oficialmente em 1944, Goiânia foi impulsionada nas décadas seguintes por um acelerado processo de crescimento econômico e de urbanização.

Cidade planejada, Goiânia foi dimensionada para uma população de 50.000 habitantes e em 1961 já contava com 150 mil. Durante a década de 1960, foi uma das cidades que mais cresceu no país. Atualmente, esse município é o núcleo polarizador da Região Metropolitana de Goiânia, um aglomerado de 11 (onze) municípios (Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Goianápolis, Goiânia, Goianira, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo e Trindade), com população total estimada para 2005 de 1,9 milhão de habitantes, segundo o IBGE.

A transferência da capital federal para o Planalto Central, ocorrida no início da década de 1960, repercutiu de forma intensa no Estado, especificamente, na região do aglomerado de Goiânia. O intenso fluxo migratório oriundo das pequenas cidades e da zona rural determinou a superioridade numérica da população urbana. A economia goiana, de base agrária, passou por intensas alterações. A modernização, especificamente das grandes unidades produtoras, passou a ser a meta principal a ser atingida na agropecuária, visando integrá-la ao setor exportador.

Impulsionada por esse crescimento, Goiânia teve suas funções urbanas estruturadas de forma a requerer profissionais qualificados para atuar nas múltiplas atividades econômicas. O crescimento do setor terciário (comércio, bancos, transportes, comunicações, governo e outros serviços), iniciado ao longo dos anos de 1960, foi responsável pela geração de importante percentual de empregos em Goiás. As profissões liberais de maior prestígio social também se despontaram nesse quadro de estruturação urbana, lado a lado com a mão-de-obra flutuante da construção civil e do setor informal da economia. A criação das universidades Católica e Federal de Goiás, em 1959 e 1960, respectivamente, contribuiu para a formação de profissionais em nível superior.

Goiânia está entre as melhores cidades do país para a realização de negócios, sendo destaque da Região Centro-Oeste devido à qualidade de vida de sua população, refletida nos baixos índices de mortalidade infantil, número de leitos hospitalares e escolaridade acima da média nacional. Sua localização geográfica é apontada como vantagem por facilitar os deslocamentos e beneficiar os negócios nos segmentos de atacado e distribuição.

Goiânia sedia um dos pólos importantes de confecções, com grande número de  empresas na área. A capital é apontada como cidade de baixos custos para a realização de congressos e seminários, além de contar com rede hoteleira em ampliação, restaurantes, cinemas e outras opções de lazer.

Alguns ramos do setor de serviços em Goiânia são altamente capitalizados como: serviços bancários, hospitalares, hotelaria, comunicações, educação (nível universitário), entre outros. O setor médico-hospitalar desenvolveu-se, expressivamente, em Goiânia, conquistando avanços tecnológicos em algumas especialidades como, por exemplo, a oftalmologia.

As mesorregiões, microrregiões e regiões de planejamento do Estado e os municípios mais populosos   

 

 

 Os dados apresentados neste Plano Diretor estão estruturados, em algumas situações, de acordo com as meso e microrregiões definidas pelo IBGE, assim como, em outras, em conformidade com as regiões de planejamento do Governo do Estado de Goiás.

 

 

 

 

 

 

Segundo o IBGE, o Estado de Goiás é dividido em 5 (cinco) mesorregiões e 18 (dezoito) microrregiões, conforme Figura 1:

 

 

 

Figura 1 – Mapa do Estado de Goiás com as meso e microrregiões (2005)
Fonte: SEPIN/SEPLAN (2005) / Elaboração: SUES/SECTEC (2005)

 Para fins de planejamento estratégico governamental, Goiás foi divido em 10 (dez) regiões de planejamento (Figura 5.2), segundo os critérios a seguir especificados e que são integrantes do PPA 2004-2007, conforme SEPLAN (2005):

a)     A Região do Entorno do Distrito Federal definida conforme o estabelecido na Lei de criação da Ride (Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno) – Lei Complementar (CF) nº 94, de 19 de fevereiro de 1998;

b)      A Região Metropolitana de Goiânia definida pela Lei Complementar Estadual nº 27 de dezembro de 1999 e alterações posteriores. A Grande Goiânia compreende 12 municípios e sua Região de Desenvolvimento Integrado é composta por mais oito municípios;

c)     As regiões Norte Goiano e Nordeste Goiano, constantes do primeiro PPA (2000-2003), foram delimitadas em função de sua heterogeneidade em termos de condições socioeconômicas espaciais e como estratégia de planejamento tendo em vista minimizar os desequilíbrios regionais;

d)     Outras seis regiões foram definidas tendo como critério os principais eixos rodoviários do Estado. Todos os municípios cujas sedes utilizam o mesmo eixo rodoviário para o deslocamento à capital do Estado foram considerados pertencentes a uma mesma região de planejamento.

Essa divisão objetiva otimizar as ações do Governo nos diferentes espaços e setores da economia, tendo em vista o desenvolvimento mais equilibrado do Estado.

 

Figura 2 – Mapa do Estado de Goiás com as regiões de planejamento (2005)
Fonte: SEPLAN (2005)

No aspecto populacional, Goiás constitui um território ocupado de forma heterogênea, sendo a grande maioria de sua população concentrada nas regiões do Entorno de Brasília e Metropolitana de Goiânia, com áreas praticamente vazias ou de densidade demográfica muito baixa. A maioria dos municípios do interior do Estado abriga um contingente reduzido de populações voltado para atividades agropecuárias.

As 10 (dez) regiões de planejamento podem ser caracterizadas por suas atividades e potencialidades no que se refere às riquezas naturais, aos setores industriais, serviços, extrativistas, de turismo e lazer, dentre outros, conforme Quadro 5.2.

 Quadro 2 – Goiás: Caracterização econômica, segundo as regiões de planejamento

 

 

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1

Região Metropolitana de Goiânia

11

Comércio de produtos alimentícios e higiene pessoal; Pólo Empresarial; Pólo Industrial; Pólo Educacional/Universitário; Prestação de Serviços.

2

Região Centro Goiano (Eixo BR-153)

33

Comércio Atacadista; Pólo Confeccionista; Pólo Industrial, com destaque para o segmento farmacêutico; Pólo Educacional/Universitário; Produção Agrícola; Pólo Agropecuário.

3

Região Norte Goiano

26

Agricultura; Indústria; Mineração; Pecuária; Pólo Educacional/Universitário; Turismo.

4

Região Nordeste Goiano

20

Agroindústria; Agropecuária; Mineração; Plantas Fitoterápicas; Pólo Educacional/Universitário; Setor Hidroelétrico; Turismo.

5

Região do Entorno do Distrito Federal

19

Agricultura; Agroindústria; Pecuária; Pólo Educacional/Universitário; Turismo.

6

Região Sudeste Goiano (Estrada de Ferro)

25

Agricultura; Agronegócio; Mineração; Pecuária; Plataforma Tecnológica; Pólo Confeccionista; Pólo Educacional/Universitário; Centro de Formação Profissional; Turismo.

7

Região Sul Goiano

27

Agroindústria; Turismo e Hotelaria; Pólo Educacional/Universitário; Pólo Confeccionista.

8

Região Sudoeste Goiano

26

Indústria; Mineração; Pólo Agropecuário; Pólo Educacional/Universitário; Turismo.

9

Região Oeste Goiano (eixo GO-060)

43

Agropecuária; Indústria; Mineração; Pólo Educacional/Universitário; Turismo.

10

Região Noroeste Goiano (Estrada do Boi)

16

Agricultura; Indústria; Mineração; Pecuária;

Pólo Educacional/Universitário; Turismo.

 

   

Região

 

   

Quantidade Municípios

 

   

Caracterização Econômica

Fonte: SEPIN/SEPLAN (2005).

Elaboração: SUES/SECTEC (2005)

 

A cidade mais populosa do Estado de Goiás é a capital – Goiânia – que, segundo estimativa do IBGE para 2005, possuía 1.201.006 de habitantes, o que representa 21,4% da população do Estado, seguida do município de Aparecida de Goiânia com 435.323 habitantes. Na Tabela 5.5 constam os vinte maiores municípios goianos em número de habitantes e que representam 63,2% da população do Estado.

 

Tabela 5 – Goiás: Classificação dos vinte maiores municípios em população (2005)

Municípios

Estimativa

Classificação

Goiânia

1.201.006

Aparecida de Goiânia

435.323

Anápolis

313.412

Luziânia

180.227

Águas Lindas de Goiás

159.294

Rio Verde

133.231

Valparaíso de Goiás

119.493

Trindade

99.235

Planaltina

94.717

Novo Gama

93.081

10º

Formosa

90.247

11º

Itumbiara

85.724

12º

Jataí

83.479

13º

Santo Antônio do Descoberto

74.867

14º

Senador Canedo

71.399

15º

Catalão

70.574

16º

Caldas Novas

65.637

17º

Goianésia

52.684

18º

Cidade Ocidental

47.499

19º

Inhumas

47.361

20º

TOTAL

3.518.490

 

Total Estado

5.619.917

 

Participação (%)

63,2

 

Fonte: IBGE

Elaboração: SEPIN/SEPLAN (2006)

Ações e marcos regulatórios da cultura em Goiás

A Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (AGEPEL) é responsável pela implementação de programas que movimentem a cultura goiana dentro da estrutura governamental. A área cultural de Goiás ganhou notoriedade na qualidade dos eventos e hoje tem uma dinâmica própria, além de buscar a interiorização e descentralização da cultura, desenvolvendo projetos locais, de acordo com a característica ou tendência de cada município.

Entre os principais projetos coordenados pela AGEPEL que buscam a superação do desafio de preservar o cenário cultural, já é consolidado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). A primeira edição do FICA em 1999, nasceu com a motivação de propagar as potencialidades de Goiás para o mundo e, ao mesmo tempo, premiar obras em vídeo e película cuja temática é a defesa da vida na Terra.

Uma das mais relevantes iniciativas para estimular a criação e a valorização da área musical é a Mostra de Pirenópolis – Canto da Primavera. Trata-se de representativa amostragem de música brasileira nos mais variados gêneros e ritmos, oferecendo também uma rica troca entre os profissionais da música.

Como forma de incentivar a criação teatral surgiu a Mostra Nacional de Teatro de Porangatu, que teve sua primeira edição em 2001, com vários espetáculos, oficinas, sessões de debate e a presença de onze mil visitantes.

As artes plásticas igualmente ganharam impulso com a ampliação do acervo e a adaptação do Museu de Arte Contemporânea para a inserção no circuito das grandes mostras nacionais e internacionais.

Dentro da política de resgate e valorização do patrimônio histórico e cultural, o Governo do Estado de Goiás, por intermédio da AGEPEL, teve como uma de suas prioridades a transformação da Cidade de Goiás em patrimônio da humanidade, imprimindo um novo ritmo de vida à antiga capital do Estado.

A preservação dos bens culturais de natureza material permanece como uma das grandes preocupações da AGEPEL, que mantém projetos de recuperação de prédios históricos, como igrejas, museus e galerias em diferentes municípios do Estado. No rastro desse esforço de resgate da memória histórica e cultural foi desenvolvido ainda um projeto que prevê a revitalização da estrada de ferro com a transformação de antigas estações ferroviárias em espaços culturais.

Outro projeto que impulsionará o movimento cultural no Estado é a construção dos centros culturais – Centro Cultural Labiba Fayad, em Catalão, o Centro Cultural de Palmeiras de Goiás e o Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia – este último, projetado pelo próprio Oscar Niemeyer, funcionará como um complexo que abrigará uma escola de artes, uma biblioteca, um anfiteatro para apresentações musicais e teatrais, um museu, um monumento, além, é claro, de um grande espaço destinado a manifestações culturais.

A instituição da Lei Estadual de Incentivo a Cultura – Lei Goyazes (Lei nº 13.613, de 11 de maio de 2000) foi fator relevante para o desenvolvimento da cultura goiana e constituiu-se em mecanismo real de apoio às iniciativas culturais prevendo diferentes modalidades de benefícios àqueles que queiram investir em projetos culturais.

O Programa Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico e o Programa de Apoio e Promoção à Cultura Goiana representam um encontro harmonioso do passado com o presente; um encontro que resgata as cantigas, as danças e várias outras manifestações longínquas e bens culturais tangíveis e intangíveis, e que, ao mesmo tempo, abriga as mais modernas expressões.

 

Esse panorama cultural guarda interfaces com as IES existentes no Estado de Goiás, uma vez que em muitos municípios estas instituições caracterizam-se como instâncias de promoção da cultura goiana. Além disso, já se verificam esforços no sentido de estudar e apoiar as manifestações culturais de cada região e localidade. A interiorização da educação superior em Goiás, sobretudo, nos moldes da UFG e da UEG poderá colaborar, ainda mais, com a produção, organização e disseminação da cultura, sobretudo, se apoiadas por ações governamentais e de empresas com responsabilidade social.

 

 


 

 

 

[1] Dados de 31/12/2005 fornecidos pela Diretoria de Planejamentos e Projetos da AGETOP, em 02/03/2006.

Governo na palma da mão

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