Geoprocessamento


O QUE É GEOPROCESSAMENTO?

“Quase tudo que acontece, acontece em algum lugar” (LONGLEY et. al., 2005). Portanto, a localização geográfica de uma ocorrência torna-se peça chave para a perfeita compreensão das relações intrínsecas de determinado fenômeno. A busca deste entendimento passa obrigatoriamente pela aplicação das técnicas de geoprocessamento.

Segundo Câmara et. al. (2001), o geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para a obtenção, manipulação e apresentação de dados e informações geográficas. Esse tem influenciado sobremaneira as áreas da Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicação, Energia e Planejamento Urbano e Regional.

Rodrigues (2003), define Geoprocessamento como um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e representação de informações espaciais voltado para um objetivo específico.

Tais definições evidenciam que o geoprocessamento é uma área do conhecimento aplicável a diferentes questões ligadas a sociedade. Essas técnicas vem sendo aplicadas com grande sucesso nas áreas da saúde, meio ambiente, negócios, administração pública entre outras.
 

                              

 

 

O QUE É SENSORIAMENTO REMOTO?

Sensoriamento remoto é a arte e a ciência de obter informação sobre um objeto sem estar em contato físico direto com o objeto. Novo (2010), apresenta uma definição menos abrangente que recorta melhor a atividade de sensoriamento remoto realizada na área de geoprocessamento:

Sensoriamento Remoto trata-se da utilização conjunta de sensores, equipamentos para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados colocados a bordo de aeronaves, espaçonaves, ou outras plataformas, com objetivo de estudar eventos, fenômenos e processos que ocorrem na superfície do planeta Terra a partir do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias que o compõem em suas mais diversas  manifestações (NOVO, 2010).

 

O QUE É GEODÉSIA?

A Geodésia está intimamente ligada à necessidade inerente de localização da espécie humana (Bueno, 2005). Geodesia é a ciência que trata da aquisição de dados por meio de levantamentos e da representação da forma e da superfície terrestre, com as suas feições naturais e artificiais, além de considerar o campo gravitacional da Terra (Helmert, 1880). Dentre suas aplicações está o apoio ao mapeamento, demarcação de áreas e regularização fundiária. Além disso, é uma importante ferramenta no auxílio à administração urbana e ambiental.

A partir do advento do GPS (Global Positioning System), as atividades que necessitam de posicionamento foram revolucionadas em função da obtenção de coordenadas de forma precisa e rápida. Tais atividades no Brasil são de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que criou o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) , constituído de uma rede de estações de monitoramento contínuo que servem de referência aos usuários em seus trabalhos.

 

O QUE SÃO SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS?

Sistemas de Informações Geográficas (SIG), são sistemas de informação construídos especialmente para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização geográfica é uma característica inerente e indispensável para trata-los. Dados geográficos são coletados a partir de diversas fontes e armazenados via de regra nos chamados bancos de dados geográficos (CÂMARA et. al., 2006).

 

O QUE É FOTOGRAMETRIA?

Fotogrametria é a ciência e tecnologia de obter informações confiáveis através de processo de registro, interpretação e mensuração de imagens fotográficas (Andrade, 1998). A elaboração de mapas antes dessa ciência necessitava de uma série excessiva de mensurações em campo, e foi a partir da fotografia, que o homem encontrou uma forma de otimizar a determinação da posição das feições do terreno.

De acordo com Andrade (1998), a Fotogrametria encontra o seu maior campo de aplicação na elaboração de mapas em colaboração com outras ciências como Geodésia e Cartografia. É classificada em analógica, analítica e digital, sendo que, esta última predomina atualmente. A Fotogrametria digital possibilita a reconstrução automática do espaço tridimensional (espaço objeto) a partir de imagens bidimensionais (espaço imagem).

 

O QUE É CARTOGRAFIA?

Segundo Menezes e Fernandes (2013), a produção de mapas e a noção de Cartografia, como um conjunto de técnicas utilizadas para representar o espaço geográfico, estão relacionadas com a história da humanidade. Há evidências da confecção de mapas antes mesmo da invenção da escrita, o que comprova que povos pré-históricos já dominavam a habilidade do traçado de mapas.

A cartografia é uma palavra derivada do grego graphein, que significa escrita, e do latim charta, significa papel. Assim, cartografia refere-se à apresentação gráfica da informação, com sua representação em papel. No entanto, para atingir seu objetivo finalístico, a cartografia engloba “[…] todas as atividades que vão do levantamento de campo ou da pesquisa bibliográfica até a impressão definitiva e a publicação do mapa elaborado. Ela é ao mesmo tempo uma ciência, uma arte e uma técnica”. (MENEZES E FERNANDES, 2013, p. 18).

Para sintetizar, a Cartografia visa estudar formas de elaborar, produzir e utilizar a representação da informação geográfica, consoante a seguinte definição:

“[…] ciência que trata da organização, apresentação, comunicação e utilização da geoinformação, sob uma forma que pode ser visual, numérica ou tátil, incluindo todos os processos de elaboração, após a preparação dos dados, bem como o estudo e utilização dos mapas ou meios de representação, em todas as suas formas” (TAYLOR, 1991, apud, MENEZES E FERNANDES, 2013, p. 19).

 

ANDRADE, J. B. Fotogrametria. Curitiba: SBEE, 2003.

BUENO, R. Redes Ativas de GPS. InfoGPS, Curitiba, ano 2, n.10, 2005.

CÂMARA, G.; CASANOVA, M.; HEMERLY, A.; MEDEIROS, C. B.; MAGALHÃES, G. Anatomia de sistemas de informação geográfica. Campinas: UNICAMP – Instituto de Computação, 1996b. 193p. 

CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, INPE, 2001.

HELMERT, F.R.. Die Mathematischen und Physikalischen Theorien der Höheren Geodäsie, Leipzig, 1880.

LONGLEY, P. A.; Goodchild, M. F.; Maguire, D. J.; Rhind, D. W. Geographical Information Systems and Science. 2ª ed. John Wiley & Sons Ltd. England. 2005.

MENEZES, P. M. L.; FERNANDES, M. C. Roteiro de Cartografia.  São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

NOVO, E. M. L. de M. Sensoriamento Remoto: Princípios e Aplicações. 4 ed. São Paulo: Blucher, 2010.

RODRIGUES, M. Geoprocessamento: um retrato atual. Revista Fator GIS. Sagres Cartografia e Editora, Curitiba, PR, 1993, Ano1, nº2, pág. 20-23.

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