Comércio varejista goiano mantém-se em queda (10,2%) em junho.


 

O comércio varejista restrito goiano (que exclui os segmentos de veículos e motos, partes e peças e de material de construção) apresentou leve recuperação, mas ainda apresenta queda no volume de vendas em junho deste ano, completando uma sequência de 19 meses de resultados negativos. Os dados são da pesquisa mensal do comércio (PMC/IBGE), analisados pelo Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Socioeconômicos (IMB).

Segundo a Pesquisa, o mês de junho apontou queda de 10,2% em comparação às vendas do comércio varejista de junho do ano passado. Goiás se mantém com a 11ª pior taxa entre as 27 unidades da Federação, o indicador foi superior ao apurado nacionalmente, -5,3% (Gráfico 1).

 

 

Em volume, na comparação com ajuste sazonal, na passagem de maio/2016 para junho/2016, o resultado para as vendas do comércio goiano foi o mesmo apurado para a média do país (0,1%), nota-se que houve melhora, pois em maio/2016 ambos apresentavam variações negativas. Já a variação da receita nominal, tanto Goiás como o Brasil apresentaram resultados positivos de 1,4% e 0,9%, respectivamente (Tabela 1).

 

Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no
Comércio Varejista – 2016 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%)

 

Variações Mensais (%)

Brasil

Goiás

 

Abr/16

Maio/16

Jun/16

Abr/16

Maio/16

Jun/16

Volume de Vendas

0,3

-0,9

0,1

0,0

-2,9

0,1

Receita de Vendas

1,0

-0,1

0,9

0,6

-1,9

1,4

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

 

 

Varejo Goiano Restrito

 

O resultado negativo do varejo restrito goiano em volume em junho/16 refletiu recuos em todos os segmentos, sendo as maiores quedas nas vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com recuo de 46,4%, impulsionado, em grande parte, pela evolução da taxa de câmbio com reflexo nos preços de alguns componentes eletrônicos importados, em especial, para microcomputadores e aparelhos eletrônicos, e Móveis e eletrodomésticos, com queda de 17,5%, explicado pelo menor ritmo de crescimento do crédito às famílias e a queda da renda real. Outras contribuições negativas com menor impacto aconteceram nos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,4%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,8%), refletindo a perda persistente do poder de compra da população, devido à redução da renda real pressionada pela inflação no grupo da alimentação e de medicamentos.

 

Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2016 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Abr/16

Maio/16

Jun/16

No

Ano

12

Meses

Abr/16

Maio/16

Jun/16

No

Ano

12

Meses

Comércio Varejista Geral

-6,9

-9,0

-5,3

-7,0

-6,7

-8,7

-13,5

-10,2

-10,4

-10,8

Combustíveis e lubrificantes

-10,6

-10,8

-8,9

-9,8

-9,3

-4,6

-9,2

-9,9

-7,1

-6,2

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-4,6

-5,5

-2,9

-3,6

-3,4

-9,7

-7,6

-5,8

-7,4

-8,7

Hipermercados e supermercados

-4,4

-5,3

-2,6

-3,4

-3,4

-9,5

-8,4

-6,2

-7,7

-8,8

Tecidos, vestuário e calçados

-9,9

-13,6

-3,7

-11,1

-11,3

-3,7

-23,5

-12,0

-13,4

-11,8

Móveis e eletrodomésticos

-10,1

-15,2

-9,7

-14,5

-15,7

-10,9

-21,7

-17,5

-17,9

-20,5

Móveis

-14,1

-12,1

-12,4

-12,5

-16,5

-6,4

-17,8

-19,4

-4,1

-14,9

Eletrodomésticos

-8,2

-16,5

-8,5

-15,5

-15,3

-12,4

-22,9

-17,1

-22,2

-22,3

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

-1,3

-2,5

-2,1

0,2

0,7

-3,2

-6,8

-5,4

-2,2

-1,7

Livros, jornais, revistas e papelaria

-18,7

-24,4

-18,3

-17,0

-15,5

-19,0

-17,4

-13,8

-9,4

-10,3

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-14,4

-14,4

-18,3

-16,2

-14,0

-29,0

-35,0

-46,4

-37,4

-24,4

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

-11,1

-15,4

-8,4

-12,3

-8,7

-10,0

-14,7

-7,8

-7,8

-3,7

Comércio varejista ampliado geral

-9,2

-10,2

-8,4

-9,3

-10,1

-12,1

-15,0

-11,4

-14,3

-16,5

Veículos, motocicletas, partes e peças

-13,7

-13,2

-15,2

-13,7

-17,1

-14,5

-14,7

-10,7

-17,4

-24,1

Material de construção

-13,0

-10,6

-9,8

-13,0

-12,4

-19,0

-22,4

-18,0

-21,5

-16,8

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

 

                       

 

A Tabela 3 mostra que,  em termos de receita nominal, o valor das vendas do comércio varejista goiano apresentou alta (1,4%) em junho/16, acumulando queda de 1,7% em doze meses. Ressalta-se que essa informação é preocupante, pois em um ambiente econômico com inflação alta esse resultado negativo contribui ainda mais para a queda no valor da receita real.

 

Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2016 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Abr/16

Maio/16

Jun/16

No

Ano

12

Meses

Abr/16

Maio/16

Jun/16

No

Ano

12

Meses

Comércio Varejista Geral

4,9

2,2

6,0

4,5

3,4

2,0

-3,3

1,4

0,1

-1,7

Combustíveis e lubrificantes

3,3

1,0

2,2

4,2

4,8

12,3

6,7

7,6

8,4

7,7

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

8,9

7,2

10,1

9,6

8,3

1,7

3,1

6,9

4,3

2,6

Hipermercados e supermercados

9,0

7,4

10,5

9,7

8,2

1,6

2,0

6,5

3,9

2,3

Tecidos, vestuário e calçados

-4,6

-8,0

2,1

-5,6

-6,8

2,4

-19,0

-7,1

-8,9

-8,1

Móveis e eletrodomésticos

-4,8

Governo na palma da mão

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