Comércio varejista goiano desacelera em abril, -11,2%


 

Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, na comparação com ajuste sazonal, abril15/março15, o comércio varejista nacional apresentou queda no volume de vendas (-0,4%) e alta na receita nominal (0,3%). Para o Estado de Goiás, o resultado do mês de abril/15 apresentou variação de -0,8% no volume e a receita permaneceu estável.

Em âmbito regional, na série com ajuste sazonal, apenas sete Estados tiveram taxas positivas, com destaque para o Amazonas (3,0%), Rio Grande do Sul (1,0%) e Mato Grosso do Sul (0,7%). As principais variações negativas ocorreram nos Estados de Roraima (-2,6%), Amapá (-2,5%), Pará (-1,9%) e Bahia (-1,8%).

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o varejo brasileiro em abril de 2015 apresentou queda de 3,5% no volume e alta de 2,5% na receita nominal. Na mesma comparação o comércio varejista goiano teve queda no volume de vendas e na receita nominal com -11,2% e -5,5%, respectivamente.

Na análise do comércio sem ajuste sazonal vinte e duas unidades da federação apresentaram variações negativas no volume de vendas, sendo as maiores quedas ocorridas em Goiás (-11,2%), Paraíba (-11,0%) e Mato Grosso (-10,5%). Os Estados que lideraram os resultados positivas foram: Acre (15,2%) e Roraima (4,6%), vide Gráfico 1.

 

 

 

 

 

Varejo Goiano Restrito

O comércio varejista goiano em abril de 2015 apresentou queda de 11,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior (série sem ajuste). Dentre as oito atividades, apenas três registraram taxas positivas em relação ao mês anterior. Em sentido contrário cinco atividades apresentaram resultados negativos, cujos comportamentos serão descritos a seguir. (Tabelas 1 e 2).

 

Tabela 1 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2015                                           (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Fev/15

Mar/15

Abr/15

No Ano

12 Meses

Fev/15

Mar/15

Abr/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

-3,3

0,3

-3,5

-1,5

0,2

-10,6

-7,1

-11,2

-8,5

-3,3

Combustíveis e lubrificantes

-10,0

-2,1

-2,1

-3,6

-0,6

-1,0

2,8

-6,1

0,2

1,2

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-1,8

-2,4

-2,3

-1,6

-0,6

-15,7

-17,5

-15,4

-15,6

-9,9

Hipermercados e supermercados

-1,4

-2,4

-2,3

-1,4

-0,6

-16,2

-17,7

-15,8

-15,9

-10,1

Tecidos, vestuário e calçados

-7,5

-1,2

-7,5

-4,2

-1,9

-13,2

-5,0

-10,3

-7,5

-2,0

Móveis e eletrodomésticos

-10,7

-6,8

-16,0

-8,9

-3,9

-13,5

-7,9

-18,2

-10,0

-3,6

Móveis

-11,4

-7,9

-17,5

-12,1

-5,5

-17,9

-9,4

-20,8

-13,3

-6,6

Eletrodomésticos

-10,3

-6,2

-15,4

-7,5

-3,1

-11,9

-7,3

-17,4

-8,9

-2,6

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

1,8

10,3

6,2

5,9

7,5

-1,1

7,9

3,9

3,2

10,5

Livros, jornais, revistas e papelaria

-6,3

-5,9

-9,1

-8,0

-8,9

-29,3

-17,0

-13,8

-17,9

-11,4

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

8,2

21,8

2,7

13,5

2,9

33,5

72,7

25,8

40,2

19,0

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

3,1

15,7

-0,6

5,6

6,8

4,3

25,6

11,0

11,8

17,0

Comércio varejista ampliado geral

-10,4

-0,8

-8,5

-6,1

-4,1

-12,6

-5,3

-15,8

-10,6

-5,6

Veículos, motocicletas, partes e peças

-23,8

-3,7

-19,5

-16,0

-12,6

-17,7

-8,9

-26,1

-17,2

-9,9

Material de construção

-12,9

2,9

-5,0

-4,5

-2,6

-3,9

17,2

3,8

4,8

0,8

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio 

 

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015

 

                       

 

A desaceleração no varejo goiano em abril/2015 foi puxada, principalmente pela queda nas vendas de Móveis (-20,8%) e Eletrodomésticos (-17,4%), que em conjunto representam queda de 18,2%. O segmento de Móveis e Eletrodomésticos em termos de resultados acumulados apresentou variação no ano de -10,0% e nos últimos 12 meses de -3,6%. O fraco desempenho da economia doméstica, o aumento da inflação e o aumento na taxa de desemprego são fortes fatores para esta desaceleração.

Ainda seguindo o comportamento de contração, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou queda de 15,4%, sendo o décimo mês consecutivo de queda. No ano a queda é de 15,6% e nos últimos doze meses queda de 9,9%. Isto demonstra um processo contínuo da acentuada queda do poder aquisitivo da população. O segmento de Livros, jornais e revistas apresentou queda por cinco meses consecutivos e nos últimos doze meses a queda foi 11,4%. A trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.

Em sentido contrário, o segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação liderou as vendas, sobre igual mês do ano passado, com expansão 25,8%, embora em março/15 a taxa fosse superior (72,7%). Essa alta pode ser explicada pelos benefícios fiscais concedidos ao setor, como a redução do IPI, reduzindo o preço dos microcomputadores para os consumidores, um dos principais itens que compõe a atividade.

O segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou a segunda maior taxa positiva, (11,0%). Vale destacar que este resultado positivo foi influenciado pelo baixo valor unitário da maioria dos produtos comercializados nesta atividade e que apresentam um grande volume de vendas.

Varejo goiano ampliado

 

O varejo ampliado goiano, que contempla além do varejo o segmento de atacado na construção civil e de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou queda em abril no volume de vendas (-15,8%), decorrente, em grande parte, da queda em Veículos, motocicletas, partes e peças de 26,1%. A redução nas vendas de veículos foi decorrente, entre outros fatores, da gradual retirada dos incentivos via redução do IPI, do menor ritmo na oferta de crédito e da restrição orçamentária das famílias, diante da diminuição real da massa de salários. Enquanto o segmento de Material de construção variou positivamente em 3,8% em vendas, na comparação com abril de 2014. Este resultado está sendo influenciado de certa forma pelos reflexos das expectativas negativas sobre o quadro macroeconômico, pois este segmento apresentou forte redução na taxa em relação ao apurado em março/2015 (17,2%). No acumulado material de construção atingiu taxas de 4,8% e em doze meses 0,8%.

Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Atividades

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Fev/15

Mar/15

Abr/15

No Ano

12 Meses

Fev/15

Mar/15

Abr/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

3,4

6,3

2,5

4,7

6,4

-4,1

-1,4

-5,5

-2,5

2,1

Combustíveis e lubrificantes

-0,3

8,8

6,7

4,5

5,6

9,1

13,2

1,0

8,0

8,8

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

6,7

4,9

4,5

6,1

6,9

-5,4

-8,4

-6,9

-6,2

-2,7

Hipermercados e supermercados

7,0

4,9

4,5

6,2

6,9

-6,1

-8,6

-7,3

-6,6

-3,0

Tecidos, vestuário e calçados

-5,1

2,1

-4,0

-1,1

2,0

-9,9

-0,9

-7,5

-3,9

2,1

Móveis e eletrodomésticos

-8,5

-4,4

-13,3

-6,6

1,1

-13,9

-8,4

-17,3

-9,5

-1,0

Móveis

-6,9

-3,3

-13,0

-7,3

0,6

-15,6

-7,6

Governo na palma da mão

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