Modelo de gestão do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana é destaque em debate no Insper, em São Paulo
O modelo de gestão do transporte coletivo de Goiânia e da Região Metropolitana foi destaque durante a programação do debate “Gestão metropolitana da mobilidade urbana: barreiras e passos para implementação”, realizado na manhã desta sexta-feira (26/4) no Instituto Insper, na cidade de São Paulo.
O subsecretário de Cidades para Políticas e Transporte da SGG, Miguel Angelo Pricinote, ministrou a palestra “A experiência exitosa de Goiânia” e destacou a necessidade de priorizar o conceito de integração no sistema para atender melhor os usuários de acordo com sua demanda.
Miguel explicou que o sistema de transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana atende diariamente 2.6 milhões de habitantes de 19 municípios, incluindo Goiânia.
“A pandemia nos mostrou que sem o Poder Público não existe transporte público. Precisou ter uma catástrofe com um número impressionante de mortes, com paralisação de serviços, mas o transporte público teve que continuar rodando, levando os profissionais de saúde e neste momento o Ministério Público exigiu que o Estado e a Prefeitura pagassem os custos operacionais que não estavam mais sendo cobertos pela tarifa”, explica.
O pagamento do subsídio foi regulamentado pela Lei Complementar 169/2021. Neste modelo, o Governo de Goiás e a Prefeitura de Goiânia participam com 41,2% dos custos de manutenção; a Prefeitura de Aparecida de Goiânia com 9,4%; Senador Canedo com 4,8%; Goianira com 2.3%; e Trindade com 1,26%. A tarifa está congelada no valor de R$4,30 para o usuário desde 2019. O restante é subsidiado.
Para Miguel, para além de alcançar a integração entre as linhas de ônibus e modais de transporte público disponíveis, o objetivo é oferecer a mobilidade urbana como serviço à população, a ponto de os cidadãos optarem por deixar o carro em casa para usar o transporte público, assim como ocorre na Europa.
Mediador do evento, o coordenador do Laboratório Arq. Futuro de Cidades, Sérgio Avelleda, destacou as qualidades do sistema, uma referência nacional. “Nós vemos aqui a atribuição de responsabilidades bem definidas entre os entes federativos que atuam, um desenho muito bem feito da participação do poder privado e subsídio claro e transparente”, disse.
“A Região Metropolitana da Grande Goiânia é uma das pioneiras, no Brasil, na estruturação de um
sistema único e integrado de transporte público coletivo de passageiros, dotado de estrutura de
governança própria, interfederativa, e segregada da estrutura de governança geral da Região
Metropolitana de Goiânia”, afirma Miguel.
Participaram do debate o secretário Nacional de Mobilidade Urbana, Denis Andia, e demais representantes do Poder Público, além de executivos de bancos de fomento. A consultora em transporte Brittany Montgomery fez uma apresentação detalhada sobre o sistema de transporte público de Nova York, uma das maiores metrópoles.