Maior palco do futebol goiano, Estádio Serra Dourada completa 45 anos de inauguração

Cartão postal do Estado de Goiás e principal motivador para o crescimento do futebol goiano, o Estádio Serra Dourada completa 45 anos de vida em 2020. Inaugurado em 9 de março de 1975, nessas intensas quatro décadas e meia de existência ele foi palco de memoráveis partidas de futebol e sede para inúmeros grandes eventos de outra natureza, como shows musicais, por exemplo.

Entre tantos acontecimentos importantes, o estádio recebeu jogos finais da Copa do Brasil (1990) e da Copa Sul-americana (2010); duelos da Taça Libertadores; e foi sede do Grupo B da Copa América de 1989. Também tem sediado dezenas de edições do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Goiano.

O Serra Dourada respira futebol e, como tal, tem sido um dos principais cenários para o esporte na Região Centro-Oeste. Além dos maiores clubes goianos, principalmente Goiás, Vila Nova, Atlético e Goiânia, a Seleção Brasileira fez dele a sua casa em diversas ocasiões. Por seu gramado, sempre em ótimo estado e referência nacional de qualidade, desfilaram a maioria dos principais jogadores das últimas cinco décadas.

No impecável tapete verde do Serra Dourada se exibiram talentosos craques como Pelé, Maradona, Neymar, Rivelino, Zico, Sócrates, Francescoli, Caniggia, Robben e Van Persie, entre outros. O estádio também foi palco de apresentações musicais únicas. Na extensa lista de eventos não esportivos que aconteceram nele está o memorável show do ex-Beatle Paul McCartney, que fez o Serra Dourada dançar em 6 de maio de 2013.

ATUALIDADE

Administrado pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), criada em 2019 pelo governador Ronaldo Caiado, o Serra Dourada vem recebendo reformas pontuais desde o ano passado. Mas a intenção do secretário de Esporte e Lazer, Rafael Rahif, é conseguir verba para ampla reforma. O Governo de Goiás tem trabalhado no sentido de obter os recursos necessários para tanto.

Enquanto isso não é possível, são feitas obras que incluíram adequação do sistema de iluminação; reforma nos vestiários; a construção de salas para a para instalação do VAR – Video Assistant Referee -, para as comissões técnicas dos times mandante e visitante; construção de salas para os clubes e seus convidados, além da ampliação do número de assentos nos bancos de reservas e a pintura das arquibancadas.

Atenção especial é dada a dois setores do Serra Dourada: o gramado e os aparelhos e mecanismos de segurança. No primeiro caso, tem sido realizado trabalho constante que permite a manutenção de um verdadeiro tapete verde para o campo de jogo, mesmo sob severas condições e elevado número de jogos. Não é à toa que o gramado do Serra Dourado segue sendo referência nacional.

No aspecto de segurança, a Seel atendeu demandas das autoridades reguladoras do setor, permitindo que o estádio voltasse a ter sua capacidade de público de 42.049 torcedores, além de melhorar aspectos como saídas de emergência e sua sinalização e sistema de combate a incêndios.

 

CONSTRUÇÃO

Idealizado para permitir o crescimento do futebol goiano e projetar o Estado, o Serra Dourada começou a ser imaginado a partir da constatação da precariedade do antigo Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, que não permitia a realização de jogos importantes, pois não tinha capacidade para abrigar público na proporção que demandam tais eventos.

A existência de um estádio de grande porte seria condição indispensável para a presença do Estado de Goiás no panorama nacional. Leonino Caiado, à época governador do Estado de Goiás, determinou ao engenheiro Lamartine Reginaldo da Silva Júnior, então diretor-geral da Fundação Estadual de Esportes (FEE), órgão do Governo que cuidava do esporte, para que iniciasse o processo de construção da nova praça.

E a edificação do Serra Dourada começou no dia 31 de março de 1973. Menos de dois anos depois – exatamente um ano, onze meses e nove dias -, em 9 de março de 1975, o novo estádio estava pronto.

 

INOVAÇÃO

O projeto arquitetônico do Serra Dourada, inovador para a época, é de autoria do arquiteto e urbanista capixaba Paulo Mendes da Rocha, que em 2006 foi condecorado com o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial.

Entre as inovações apresentadas por Mendes da Rocha, estão os vãos nas arquibancadas, localizados atrás dos dois gols. Além da estética, eles permitem a refrigeração natural do espaço interno, amenizando o forte calor da região. Além disso, o Serra Dourada foi o primeiro estádio a contar com jardins em seu interior, contrastando com o concreto.

O engenheiro Lamartine Reginaldo e os arquitetos Armando Scartezini, Ariel Costa Campos e Silas Varizo foram os responsáveis pela obra, totalmente realizada na gestão do governador Leonino Caiado.

 

INAUGURAÇÃO

O dia 9 de março de 1975 correspondeu ao segundo domingo daquele mês. Foi a data da grande festa de inauguração do que foi considerado por todos uma grande conquista: o novo estádio goiano. E o “pontapé inicial” não poderia ser com menos estilo que a ambicionada obra. A partida inaugural do Serra Dourada foi disputada por duas seleções.

De um lado estava a Seleção Goiana, representando o Estado e sua população. Do outro, alinhou a respeitada Seleção de Portugal. No time goiano, nomes de respeito no futebol da época e que estão na história dos clubes locais. Craques como Lincoln – chamado de o "Leão da Serra" – , Macalé, Matinha, Paghetti, Fernandinho e Tuíra, entre outros.

Uma enorme multidão de 76.718 espectadores pagantes se aglomerou na nova praça esportiva para sua abertura oficial. E o duelo entre as duas equipes não teve nada de festivo. As comemorações se encerraram com o apito inicial do árbitro. Quando a bola rolou, o que se viu foi uma disputa acirrada pela vitória.

Coube a um jogador português o feito de assinalar o primeiro gol do Serra Dourada. Foi de Octávio o tento que abriu o placar para os europeus. Os registros do lance são escassos, mas acredita-se que foi através de um chute de fora da área.

O primeiro gol brasileiro foi do centroavante Lincoln. O meia Alexandre Neto iniciou a jogada e passou para o ponta-direita Fernandinho, que acionou o “Leão da Serra” na intermediária. O atacante, que fez história com a camisa do Goiás, progrediu em diagonal e bateu de canhota no canto direito do goleiro.

O meia Tuíra fez o segundo da Seleção Goiana, que venceu a partida por 2 a 1, de virada.

 

CURIOSIDADES E CRAQUES

A dimensão do gramado, que já foi de 118 x 80 metros, passou para 110 x 75, mas hoje, por força de uma determinação da Confederação Brasileira de Futebol – CBF -, que padronizou os campos, é de 105 metros de cumprimento por 68 metros de largura.

Com este verdadeiro “tapete verde”, o Serra Dourada pode se orgulhar de ter sido local de exibição para verdadeiros “monstros sagrados”. O chamado Gigante do Cerrado viu desfilar em seu sempre elogiado gramado craques como Pelé, Maradona, Zico. Francescoli, Sócrates, Caniggia, Rivelino, Neymar, Robben e Van Persie, para ficar em apenas alguns nomes.

Isso além do tantos ídolos de clubes goianos, onde se destacam legendas como Lincoln, Guilherme, Tuíra, Luvanor, Baltazar, Cacau, Túlio, Fernandão, entre tantos outros que alegraram a torcida local e construíram a história do futebol no Estado.

O maior artilheiro do Serra Dourada é Túlio Maravilha, com 131 gols. A seleção brasileira já disputou 14 partidas no estádio e jamais foi derrotada – 12 vitórias e dois empates.

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