Som automotivo alto será fiscalizado com mais rigor em Trindade

Com seus 150 mil habitantes e apesar do crescimento impulsionado pelo turismo religioso, Trindade ainda conserva aquele ar de cidade tranquila. Mas no trânsito, a situação é bem diferente. Os 57 mil veículos do município se multiplicam, especialmente, aos finais de semana. Até então tudo bem. O problema, segundo moradores e comerciantes, é que a maioria desses veículos transita com som ligado e o volume alto, perturbando o sossego público. Para minimizar o problema, a partir da próxima semana a Polícia Militar e a SMT do município passarão a fiscalizar com mais rigor a "lei do som automotivo".
    Para alertar a população sobre os riscos da combinação de álcool e direção, legislação de trânsito e tirar dúvidas sobre a resolução que regulamenta o uso do som automotivo, o Detran-GO desenvolve até sexta-feira, dia 31, uma campanha educativa no município. Durante as ações, os educadores estão distribuindo material educativo que alerta que o som alto é infração grave na tentativa de sensibilizar a população. O diretor da Faculdade Aphonsiano, Marcos Queiroz, conta que, às vezes, o volume do som automotivo dos carros que circulam pela avenida chega a atrapalhar as aulas dos alunos da instituição.
    Marcos Queiroz destacou ainda a importância do trabalho de conscientização que o Detran-GO está desenvolvendo no município. "O trânsito é um dos maiores causadores de mortes no país. A maioria das mortes ocorre por imprudência, por falta de consciência. Por isso, esse trabalho do Detran é tão importante", assevera.
    O presidente do Detran-GO, Manoel Xavier Ferreira Filho, enfatiza que apesar de não ser da competência da autarquia a fiscalização do som automotivo, o órgão tem cumprido o papel de educador, especialmente, quando há alteração na legislação. "Temos assumindo o compromisso de estimular o debate sobre o respeito às leis de trânsito e, sobretudo, de sensibilizar a população para que respeite a vida, respeite o outro e possa compartilhar de forma segura as vias públicas".
    De acordo com o major Enio Carlos Hans, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar em Trindade, a pertubação do sossego público, ocasionada por som automotivo, é recorrente na cidade. Para ele, como o município foi criado sob preceitos religiosos, a população é inflexível em relação à som alto.
    A comerciante Elivane Camargo Silva, que trabalha na Avenida Miguel Monteiro elogia punição mais rígida para quem exagera no volume do som. "Vai ser ótimo", afirma. Já o motorista Rodrigo Franco afirma que deve prevalecer o bom-senso. "Muita gente gosta do som alto. Acho que deve haver limite e respeito de todos os lados", pondera.

O que diz a lei
    Segundo o major Hans, a partir da próxima semana a PM vai intensificar a fiscalização nas ruas. "Vamos autuar e, se preciso, fazer a retenção de veículos até que o problema seja sanado". Ele destaca ainda que com a mudança na legislação, ocorrida em outubro do ano passado, o agente de trânsito ganhou mais autonomia em relação à essa infração. "Antes teríamos que fazer a autuação com o uso do decibelímetro. Como o equipamento era usado em área externa, os ruídos do ambiente acabavam desqualificando a infração. A resolução nos deu mais autonomia", pontua.
    O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou a multa por uso do som alto dentro do veículo por meio da Resolução nº 624/2016. Agora, quem for pego com som audível pelo lado externo do veículo pode ser multado, mesmo sem medição do volume em decibéis. Antes tinha um limite aceitável de até 80 decibéis a uma distância de 7 metros.
    A infração é considerada grave com 5 pontos na CNH, com penalidade de R$ 195,23, acompanhada da retenção do veículo. Não estão inclusos nas regras da resolução: buzinas, alarmes, sinalizadores de marcha a ré, sirenes, veículos de publicidade com caixas de som e carros de competição e entretenimento em locais permitidos pelas autoridades competentes.

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