UEG faz diagnóstico sobre Bacia do Rio Vermelho e aponta saída

A Bacia do Rio Vermelho, que alcança 11 municípios goianos, está correndo risco. É o que aponta um pesquisa que está sendo feita por alunos e professores da Universidade Estadual de Goiás, do Campus Cora Coralina, na antiga Vila Boa. A bacia hidrográfica do Rio Vermelho abrange 11 mil km² de área, onde vivem quase 95 mil pessoas. Essa população cresceu 10% nos últimos seis anos, segundo o IBGE. Mas, apesar da demanda por água aumentar, o nível dos rios está cada vez mais baixo, chegando a secar no período de estiagem.

A realidade atual é reflexo de um descuido histórico, combinado ao mau uso dos recursos ambientais na região. A vegetação nativa praticamente desapareceu; há apenas resquícios de cerrado. As árvores nativas foram cortadas, descontroladamente, para dar lugar às pastagens e plantações. Os rios ficaram sem mata ciliar e, por consequência, sofrem com o assoreamento. O solo vem sendo usado de maneira incorreta e muito dejeto tem sido lançado nos rios, sem nenhum tratamento, o que prejudica a qualidade da água.

Além disso, os números mostram que a água que sobra tem ficado, em sua maior parte, nas propriedades rurais. Em 2011 foram outorgados 321,49 litros por segundo para abastecimento público. Ao mesmo tempo, foi concedida outorga de 1.490, 252 litros por segundo para atividades agrícolas em pivôs centrais.  E, neste mesmo ano, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente registrou 114 pedidos de barramento da água, em fazendas.

Solução

Para discutir o problema e saídas para ele, a Universidade Estadual de Goiás realizou no Campus Cora Coralina, na Cidade de Goiás, o I Seminário Intermunicipal da Bacia do Rio Vermelho. Um grupo de participantes do projeto de extensão da UEG, chamado “Gestão de Recursos Hídricos”, coordenado pelo professor Robson de Sousa Moraes, apresentou a representantes dos municípios que compõem a bacia hidrográfica um diagnóstico preciso e detalhado sobre a situação dela.

Foram três dias de debate e, ao final, prefeitos, vereadores e secretários de meio ambiente das cidades decidiram assinar uma “Carta de Compromisso Ambiental”. No documento, os gestores se comprometem com uma série de políticas públicas que visam preservar o que ainda resta, e recuperar o que é possível.

Os municípios também deverão elaborar uma “Política Municipal de Meio Ambiente”, com o apoio da Universidade Estadual de Goiás. O plano deve ser executado de acordo com cronograma das prefeituras, mas pretende incluir os municípios na lista dos beneficiários do ICMS Ecológico 2018.

Os gestores se comprometeram a criar os planos de: resíduos sólidos e de saneamento ambiental; de educação ambiental; de combate e redução do desmatamento; de proteção e uso dos recursos hídricos. E também se comprometeram em constituir um Conselho Municipal de Meio Ambiente e um Fundo Municipal de Meio Ambiente.

A Universidade Estadual de Goiás vai contribuir de maneira direta com a elaboração dos planos e com o desenvolvimento dos projetos, que podem garantir com que a água não falte nas cidades banhadas pela Bacia do Rio Vermelho.

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