Novo sistema produtor de água do Ribeirão João Leite começa a operar em abril

Projetado para garantir o abastecimento de água tratada de Goiânia e Aparecida de Goiânia até 2040, o Sistema Produtor Mauro Borges é a maior obra de saneamento básico da Região Centro-Oeste e uma das maiores da América Latina. O complexo é formado pelo reservatório da Barragem do Ribeirão João Leite, com capacidade de armazenamento de 130 bilhões de litros de água numa área inundada de 1040 hectares, e também pela Estação Elevatória de Água Bruta, Estação de Tratamento de Água e milhares de metros de adutoras e redes de distribuição.

Toda essa estrutura está no Jardim Guanabara, na Região Norte de Goiânia. Os investimentos totalizaram R$ 1 bilhão, contando com recursos do governo estadual, federal e do Banco Interamericano de Desenvolvim ento (BID). A primeira etapa das obras foi a construção da barragem, iniciada em 2002 e finalizada em 2009. Um paredão de 53,5 m de altura e 470 metros de comprimento. O Sistema Produtor Mauro Borges, que entrou em pré-operação no dia 20 de dezembro de 2016, pode produzir 21,6 milhões de litros de água por hora, o que duplicará a capacidade atual. Todo o complexo foi executado pela empresa de engenharia Emsa.

Fase de testes

De acordo com a diretora de expansão da Saneago, Juliana Matos, essa fase marca o início de testes dos equipamentos e a conclusão de alguns itens necessários para a operação definitiva, com a finalidade de identificar algum vazamento ou perda de pressão. É uma medida de segurança para que os equipamentos não entrem plenamente em funcionamento, a fim de evitar uma sobrecarga do sistema. A Estação de Tratamento de Água do Sistema Produtor Mauro Borges dispõe de equipamentos modernos, é totalmente automatizada e controlada a partir de um Centro de Comando Operacional.

A expectativa da empresa é de que, no início de abril, a água captada na barragem chegue às casas dos consumidores. Ao relembrar as dificuldades enfrentadas pelo Estado de São Paulo com a crise hídrica em 2016, Juliana ressalta a preocupação do governo estadual, que se antecipou, pensou no futuro e viabilizou uma obra que garanta abastecimento para Goiânia e Aparecida de Goiânia até 2040, quando estima-se que a população das duas cidades chegará a cerca de 3 milhões de pessoas. Ela descarta a possibilidade de falta d´água no período de estiagem. “O Sistema Mauro Borges foi projetado para suprir a demanda hídrica pelas próximas duas décadas. Não teremos problemas de desabastecimento”, afirma.

Com o sistema funcionando em plena capacidade, uma parte de Goiânia (Jardim Guanabara, Aldeia do Vale, Negrão de Lima e adjacências) deixará de ser atendida pelo Sistema Produtor Meia Ponte (cujo manancial é o Rio Meia Ponte), o que possibilitará uma oferta/vazão de 400 litros por segundo para a vizinha Aparecida. Além disso, cidades como Trindade e Goianira serão indiretamente beneficiadas, pois o Sistema Produtor Meia Ponte, que atualmente atende a população da capital e uma parte desses dois municípios, passará a ser direcionado exclusivamente para abastecê-las.

Uma das grandes vantagens da Estação Elevatória de Água Bruta é o projeto que prevê a utilização da água do manancial (Ribeirão João Leite, afluente do Rio Meia Ponte) para geração de energia que irá retroalimentar o sistema (turbinas e motores). Em função disso, a obra recebeu o prêmio de Eficiência Energética em 2010, concedido pela Eletrobras/Procel/Abes. A expectativa é de uma economia de energia de 5.500 HPs durante seis meses do ano. Juliana diz que o Sistema Mauro Borges é uma referência nacional também no quesito inovação tecnológica.

Governo na palma da mão

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