Marconi diz que ferrovia Goiânia-Brasília poderá sair do papel ainda em 2017

“Imagine a gente entrar num trem aqui na Rodoviária de Goiânia e chegar no Centro de Brasília em 50 minutos a uma velocidade de 260 km/hora”. O projeto do trem ligando Goiânia a Brasília, idealizado e chamado de “sonho” pelo governador Marconi Perillo, pode estar perto de sair do papel. Foi o que ele anunciou durante mais uma edição do Governador Responde, o bate-papo com internautas nesta sexta-feira, dia 17. Após uma reunião realizada nesta semana com o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, em Brasília, Marconi ficou otimista sobre o assunto.

Na ocasião, ele teve acesso ao Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental – EVTEA – do trem de passageiros no corredor Brasília/Anápolis/Goiânia, realizado pelo consórcio formado pelas empresas EGIS, LOGIT, JGP e Machado Meyer, concluído há dez dias. O processo demorou cinco anos devido a adequações técnicas por conta do porte da importante obra de mobilidade urbana. “Eu comecei a discutir esse projeto em 2001, no meu primeiro mandato. Depois eu saí do governo, esse projeto esfriou. Na minha volta, em 2011, nós procuramos o governo federal, a Sudeco, ANTT e o Ministério dos Transportes e, aí, começamos de novo a colocar esse projeto de pé”, disse.

O desenvolvimento desse planejamento foi acompanhado pelo ex-presidente da ANTT e da Empresa Brasileira de Logística (EBE), Bernardo Figueiredo, um dos principais executivos responsáveis e designado pelo governador Marconi Perillo. O custo do projeto é estimado em R$ 9 bilhões. O plano de investimentos  apresentado sugere a realização de uma Parceria Público-Privada para a construção da obra, com destaque para o baixo investimento público a ser executado pelos governos federal, de Goiás e do Distrito Federal.

“Nesta semana eu vi a última proposta de modelagem de engenharia e financeira e fiquei muito satisfeito porque o desembolso dos estados é mínimo e isso faz com que o projeto se viabilize. Vai depender agora apenas de termos empresas, consórcios nacionais ou estrangeiros interessados em entrar na licitação e realizar a obra”, avaliou. O desembolso total do poder público, de acordo com o documento denominado Tomada de Subsídios, não ultrapassará R$ 2,9 bilhões, valor que será dividido entre o Estado de Goiás, o governo do Distrito Federal e a União. Os demais investimentos necessários serão feitos pela empresa que vencer a licitação para realizar o projeto executivo e a obra.

Já existem investidores árabes e chineses interessados em apoiar a iniciativa, adiantou Marconi. O primeiro aporte anual do Estado de Goiás e dos governos do DF e federal seria de R$ 6 milhões e o montante seria reduzido gradativamente ao longo de 30 anos. O último aporte seria de cerca de R$ 130 milhões por parte das empresas vencedoras da concorrência pública.

Mobilidade urbana

Juntas, as Regiões Metropolitanas de Goiânia e Brasília têm 6 milhões de consumidores. Diante desse cenário, o trem poderá potencializar o desenvolvimento econômico regional. “É importante também ressaltar o que vai acontecer com esse polo entre Goiânia e Brasília, o que vamos ter de parques tecnológicos, conjuntos imobiliários, escritórios… Isso vai mudar completamente a realidade dessa região e o mais importante vai ser o primeiro projeto de mobilidade urbana através de trem de passageiros que vai ligar uma capital a outra em velocidade alta.

O trem São Paulo-Rio dificilmente vai sair do papel nos próximos anos, mas esse, como está sendo tocado, pode sair rápido e o melhor de tudo com pouquíssimo dinheiro público”, finalizou. O projeto será apresentado pelo governador aos Fundos soberanos durante missão comercial nos Emirados Árabes e Arábia Saudita, prevista para iniciar no próximo dia 24.

Governo na palma da mão

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