Hugo vive fase plena de desenvolvimento da medicina de alta complexidade

O médico clínico Ciro Ricardo Pires de Castro, diretor geral do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), atua no corpo clínico da unidade desde a inauguração, em 1991. Durante todos esses anos, o profissional acompanhou as diferentes fases pelas quais o hospital passou, que o conduziram da esperança no estabelecimento de uma medicina de urgência de ponta na capital goiana até o desmonte desse propósito ao ver desvirtuada a sua real função de atendimento de média e alta complexidades, para absorver o grande contingente de pessoas que buscavam a unidade para realizar pequenos procedimentos.

“Inauguramos a unidade com a promessa de sermos especialistas no atendimento de grandes traumas e fomos vítimas da nossa eficiência. Em pouco tempo, a sociedade passou a ver no sistema de portas abertas do Hugo, a salvação para todo e qualquer pequeno problema que a acometia. Casos perfeitamente tratados em Cais chegavam diretamente para nós. Dessa forma, chegamos ao nível de ver macas espalhadas pelos corredores para absorver o enorme contingente de casos recebidos”, recorda Ciro.

Nova abordagem

A realidade começou a ser transformada em maio de 2012, quando o Governo do Estado repassou a sua administração à Organização Social Gerir, estabelecendo um novo modelo de gestão compartilhada de unidades públicas de saúde. Nesse momento, o Hugo começou a resgatar a sua essência, o propósito da sua criação, que sempre foi o atendimento de traumas de maior complexidade.

“Ao adotarmos a classificação de risco de pacientes, conseguimos fazer o mapeamento mais preciso de quem realmente tem o perfil emergencial e de urgência para ser atendido na unidade, permitindo, com isso, dar o devido encaminhamento aos Cais de casos de menor potencial de gravidade. Somado a isso, contamos com a melhor orientação do sistema de regulação de pacientes e de campanhas elucidativas sobre a natureza de atendimentos da unidade, o que permitiu que deixássemos de absorver todo e qualquer tipo de pequenas demandas que nos apareciam diariamente”, relata.

Paralelo a isso, a diretoria da OS elencou áreas prioritárias para receberem investimentos infraestruturais desde o início do contrato. Foi criada uma área vermelha para atendimento prioritário de pacientes graves e promovida a reforma de leitos de observação com a instalação de novos equipamentos para monitoramento e ventilação mecânica.

Sob a nova gestão foram abertos 172 leitos a mais, permitidos com a transferência da área administrativa para um bloco anexo. Com isso, os 235 leito iniciais foram ampliados para 407 ao todo, sendo 14 de UTI abertos logo nos primeiros 30 dias do contrato de gestão. (Clique aqui e conheça a realidade da UTI do Hugo)

Com o hospital abastecido e o foco do seu atendimento restaurado, foi possível se promover um salto nos atendimentos ambulatoriais, que passaram de 4.900 para 6 mil mensais. E as cirurgias de média e alta complexidade, que chegavam a 750 por mês, saltaram para 1200. Unidade está hoje entre os 3 melhores hospitais públicos de trauma do Brasil.

Governo na palma da mão

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