Hospital Materno Infantil promove simpósio para discutir violência sexual

Levantamentos da coordenação de Vigilância de Violências e Acidentes, ligada à Secretaria da Saúde, mapearam que em 2016, mais de 5.700 pessoas foram vítimas de violência física, sexual, ou psicológica em Goiás. Desse total, 1.219 sofreram diretamente violência sexual, sendo 1.050 do sexo feminino e 169 do masculino. Só na capital, o registro de casos dessa natureza foi feito por 522 vítimas. Nos quatro primeiros meses de 2017, já foram notificados 465 casos de violência em todo o Estado. Porém, estima-se que o número seja ainda maior, já que grande parte das vítimas não registram ocorrência.

Diante de tal realidade, o Hospital Materno Infantil (HMI) organiza o I Simpósio de Violência Sexual e de Gênero, a ser realizado nesta sexta-feira, dia 12, das 8h às 18h30, na unidade. O evento contará com mesas redondas e palestras ministradas por profissionais e pesquisadores da temática do simpósio de Goiás e convidados. O debate envolverá discussão sobre atendimento clínico das vítimas de violência; gênero; acolhimento e atenção; aborto legal; e assistência psicológica.

No Ambulatório de Apoio de Vítimas de Violência Sexual (AAVVS) do HMI, por mês, passam de forma espontânea, ou encaminhados pelas delegacias e conselhos tutelares cerca de  193 vítimas, dos sexo feminino e masculino, após sofrerem algum tipo de violência, de forma espontânea ou encaminhadas por delegacias, unidades básicas de saúde, conselhos tutelares ou pelo Ministério Público. Desse número, a maior procura é de mulheres com mais de 18 anos, representando 43%, seguido de adolescentes do sexo feminino, responsáveis por 23% dos atendimentos.

Outro ponto a ser enfatizado é a humanização no atendimento dessas vítimas, uma vez que a assistência aos casos de violência sexual requer a sensibilização de todos os colaboradores do serviço de saúde. “É necessário que haja uma reflexão coletiva e ternura sobre a questão da violência de gênero e sexual; sobre as dificuldades que as vítimas enfrentam para denunciar esse tipo de crime; os direitos assegurados pelas leis brasileiras e sobre o papel do setor da Saúde para que haja uma ampliação no atendimento dessas vítimas”, frisa o psicólogo Ronaldo Celestino, organizador do evento.

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