Governadores do Brasil Central devem assinar hoje criação de consórcio

Os governadores de seis Estados que compõem o Movimento Brasil Central (MBrC) devem assinar hoje (10/09), em Palmas (TO), o protocolo de intenções para criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central. Os secretários das áreas de gestão, planejamento e assuntos estratégicos de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins já ajustaram os últimos pontos do documento que será assinado. Depois disso, caberá a cada um dos governadores o envio de mensagem às casas legislativas locais para aprovação do texto e criação efetiva do consórcio. A expectativa é que até novembro essa etapa esteja concluída.

Além dos encontros de governadores que já ocorreram em Goiânia, onde o MBrC nasceu oficialmente, e em Cuiabá (MT), os secretários e técnicos já participaram de algumas reuniões, principalmente em Brasília, para avançar na construção do protocolo. “Todos os pontos foram muito bem discutidos. Creio que chegamos em um texto que atende as expectativas de cada um dos seis estados e dos seis como um todo. Procuramos identificar, nos programas, aquilo que mais nos identifica regionalmente”, destacou o titular da Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan), Thiago Peixoto, um dos principais articuladores do movimento.

O consórcio será constituído de forma a fomentar o desenvolvimento econômico e social dos estados da região com base em ações, programas e projetos em várias áreas: agropecuária, industrialização, infraestrutura e logística, educação, empreendedorismo, inovação (ciência e tecnologia) e meio ambiente. “A consolidação desse movimento, quando as ações efetivas começarem a ser aplicadas, vai fortalecer os Estados do Brasil Central”, acrescentou Thiago Peixoto. Posteriormente, a tendência é que seja criada uma agência para captação de recursos públicos e privados para financiar projetos.

Características comuns

Apesar de Tocantins e Rondônia pertencerem à região geográfica Norte e os demais Estados serem da região Centro-Oeste, o bloco foi criado com base nas semelhanças entre seus componentes. Além de estarem no centro do país e de não terem acesso ao litoral, os Estados têm entre si várias outras características como, por exemplo, terem em seus territórios o bioma Cerrado, que é o segundo mais extenso do Brasil.

Além disso, as unidades da federação têm ocupação humana extensiva mais recente, principalmente a partir dos anos 1930, quando o ex-presidente Getúlio Vargas criou a versão brasileira da Marcha para o Oeste, incentivando a ocupação do interior. O desenvolvimento, neste caso, foi focado na agricultura e na pecuária, que até hoje são a grande força da região (à exceção do Distrito Federal, que pelas características de capital da República tem perfil administrativo e com força econômica no setor de serviços).

Os números confirmam que o potencial da região, que detém 25% do território nacional e que corresponde a 11,27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, está de fato no setor agropecuário. Nada menos do que 25,68% do que é produzido pela agropecuária no país sai do Brasil Central (dados de 2012). A região, sozinha, tem significativa participação nacional em alguns produtos importantes: algodão (66,21%), soja (44,59%) e milho (26,16%) – dados de 2012/13. Nos rebanhos, a participação também é representativa: 41,89% dos bovinos estão no Brasil Central; 14,84% dos suínos e 10,74% das aves (dados de 2013).

Os Estados do Brasil Central tiveram expressiva presença na balança comercial nacional. No ano passado, enquanto as exportações do Brasil como um todo tiveram déficit de R$ 4 bilhões, o Brasil Central registrou saldo de R$ 15 bilhões. A boa situação econômica reflete-se na qualidade de vida. Os estados da região têm média de 0,739 no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) que é acima da nacional: 0,727 – o indicador leva em consideração três fatores: longevidade, educação e renda.

Governo na palma da mão

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