Goiás recebe em Paris certificado de zona livre de peste suína

Goiás vai receber na quinta-feira (26/5), em Paris, na França, o Certificado Internacional de Zona Livre de Peste Suína Clássica. O título será concedido pela Organização Mundial da Saúde Animal. Desde 2013, a peste suína clássica passou a fazer parte da lista de doenças passíveis de certificação internacional pela OIE. A partir daí, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) tem trabalhado para garantir o título para o Estado.

A veterinária e coordenadora do Programa Estadual de Sanidade de Suídeos da Agrodefesa, Poliana Junqueira, explica que Goiás, que já fazia parte da zona livre de PSC nacionalmente, reconhecida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, iniciou de forma intensa o processo para conseguir a certificação internacional. “Já estamos há três anos trabalhando em todo o Estado para conseguir este objetivo”, explica ela. Ao todo, 14 estados brasileiros receberão o título. Hoje, somente Rio Grande do Sul e Santa Catarina possuem o certificado

Poliana ressalta que para ter o certificado, todas as ações de vigilância para a doença na zona livre, descritas na Norma Interna do Departamento de Saúde Animal nº 05-2009 do Mapa, que já eram executadas, foram melhoradas e incrementadas. Ela explica que esse certificado significa a conquista da credibilidade perante os países quanto à ausência da doença no nosso Estado. “Isso resultará em ganho de novos mercados importadores da carne e seus produtos”, afirma. Atualmente, Goiás exporta carne suína e produtos para 110 países. “Estamos em 4º lugar no ranking de exportação de carne suína com 10% das exportações, atrás de Santa Catarina (com 35%), Rio Grande do Sul (33%) e Paraná (12%)”, detalha Poliana.

A doença

A peste suína clássica é uma enfermidade viral, contagiosa dos suínos domésticos e selvagens, e é de declaração obrigatória à OIE. A doença causa alta mortalidade em todas as fases de produção, febre, amontoamento de leitões, perda de apetite, apatia, debilidade e conjuntivite. O sinal clínico que melhor representa a doença, é a marcante vermelhidão na pele do animal, em especial nas extremidades como orelhas, focinho, ventre e membros. Integra as chamadas ‘doenças vermelhas dos suínos’.

A PSC atinge suínos domésticos e javalis. A doença não é uma zoonose e não causa riscos para a população. Os prejuízos advindos de um foco de PSC seriam de ordem econômica, como: perca de mercados importadores, custos com saneamento do foco, indenizações, entre outros”, destaca a veterinária.

A coordenadora do programa explica que não há tratamento para a doença e a vacinação na zona livre é proibida. “A Agrodefesa mantém diversas ações de vigilância ativa e passiva em todas os locais onde existam suídeos: granjas de reprodutores de suínos, granjas comerciais, criatórios de subsistência, abatedouros de suínos e atividades com javalis, com colheita constante de amostras de sangue inclusive”, finaliza.

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo