Crise afeta economia goiana em 2015 e PIB cai 2,6% em 2015

As crises econômica e política que o País vive nos últimos dois anos, com agravamento em 2015, refletiram nos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) goiano, que registrou queda de -2,6%. Embora a soma das riquezas produzidas no Estado tenha diminuído no ano passado, na comparação com 2014, o índice ainda foi menor que a média nacional, que teve recuo de -3,8% no período, e de estados como São Paulo (-4,1%), Minas Gerais (-4,9%) e Bahia (-3,2%), de acordo com estimativas do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan).

Segundo a superintendente do IMB, Lillian Maria Prado, desde quando se apura o resultado do PIB goiano, em 1985, esta foi a primeira vez que o Estado apresentou resultados negativos no fechamento do ano. O último trimestre pesou mais no resultado do ano, com queda de 6,6% no período na comparação com o mesmo trimestre de 2014.

O secretário de Gestão e Planejamento (Segplan), Joaquim Mesquita, estima que, este ano, o Produto Interno Bruto goiano apresentará números melhores do que os registrados no ano passado, embora ainda tendendo para índice negativo. Ele lembra que os indicadores relativos à agricultura goiana, já divulgados, mostram que as safras de soja e de milho foram recordes, o que impactará mais positivamente na economia. Além disso, ele cita a retomada das obras públicas que garantirá mais circulação de recursos no Estado e geração de mais empregos.

Setores

Todos os setores que compõem o Produto Interno Bruto goiano registraram desempenho negativo no último trimestre de 2015 e, por consequência, no fechamento do ano. Nos 12 meses, a indústria recuou 2,88%, o setor de serviços 2,19% e a agropecuária teve queda de -2%. Mesmo assim, no ano passado, de acordo com as primeiras estimativas do IMB/Segplan, mais de R$ 166,85 bilhões circularam pela economia goiana, contra os R$ 159,16 bilhões do ano anterior.

A queda da produção de soja (-3,8%), cultura de grande importância na pauta das exportações goiana, do algodão (-40,8%), do tomate (-16,7%) e da cana de açúcar (-0,4%) ajudou a puxar para baixo o desempenho da agropecuária goiana. Isso ocorreu devido às condições climáticas adversas manifestadas durante todo o ano passado.
De acordo com as estimativas do IMB/Segplan, o setor industrial goiano também recuou bem menos que o brasileiro (2,88%, diante de 6,2% na média do País). Isso ocorreu porque a construção civil registrou alta devido a grandes obras públicas de infraestrutura, como o Centro de Excelência do Esporte, rodovias, ferrovias e o aeroporto de Goiânia, entre outras.

Por outro lado, Lillian Prado chama a atenção para o recuo de 69,2% da produção do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias. No quarto trimestre de 2015. Dos quatro grandes segmentos que compõem o setor industrial do Estado (indústria de transformação, indústria extrativa, produção e distribuição de eletricidade, gás e água) apenas a construção civil registrou crescimento.

O setor de serviços é o que tem o maior peso na formação do PIB goiano (61,8%). Assim, o seu resultado negativo registrado ao longo do ano passado, de -2,19%, influenciou o desempenho da economia goiana. O segmento que mais pesou negativamente foi o comércio varejista de veículos, motocicletas, partes e peças (-24,2%), seguido de móveis e eletrodomésticos (-17,8%) e hipermercados e supermercados (-12,8%).

Governo na palma da mão

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