Compliance e o engajamento dos servidores estaduais

 

Rodrigo Nunes Leles – Jornalista da Agência Brasil Central e assessor de comunicação na Controladoria-Geral do Estado

 

O governo de Goiás instituiu, em 19 de fevereiro de 2019, o Programa de Compliance Público do Poder Executivo (PCP), por meio do Decreto nº 9.406/2019. O PCP é um conjunto de procedimentos e estruturas desenvolvidos pela administração estadual destinados a assegurar a conformidade dos atos de gestão com padrões morais e legais, bem como garantir o alcance dos resultados das políticas públicas e a satisfação dos cidadãos. Com participação obrigatória dos órgãos da administração direta e indireta, o programa é composto pelos eixos ética, transparência, responsabilização e gestão de riscos.

Importante ressaltar o papel da comunicação na concretização do PCP. Ela está presente não somente na implantação do programa, mas em seu desenvolvimento e continuidade, seja como ferramenta de engajamento e interação entre os parceiros (stakeholders), seja na disponibilização das informações para a sociedade, de cunho jornalístico ou institucional, assegurando, por exemplo, o cumprimento de instrumentos como a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011).

Romper a inércia no processo de implantação de um programa de integridade demanda, entre outras questões, fazer a gestão da comunicação, e de todas as suas ferramentas, com o objetivo de gerar engajamento, o que é sempre um desafio. Neste sentido, o primeiro público engajado foi, naturalmente, o público interno: servidores, parceiros, gestores e colaboradores que, em sinergia com a alta direção, passaram a acreditar no projeto e ajudaram a construir, paulatinamente, uma sólida cultura organizacional de conformidade na administração.

Na Controladoria-Geral do Estado de Goiás (CGE), interessante observar como, nos últimos três anos, a implantação do Programa de Compliance Público promoveu um choque de gestão, mexendo com a percepção do servidor, com seu nível de envolvimento e de capacitação e, especialmente, com a sensação de pertencimento. Um patamar que somente pode ser atingido quando todas as estratégias e ferramentas disponíveis convergem para a mesma direção no dia a dia.

Quando ética, transparência, responsabilização e gestão de risco deixam de ser somente palavras e passam a ser valores e referenciais convertidos em estratégias e atitudes práticas, as coisas começam a mudar. Não há estratégias de compliance e de comunicação que sejam implantadas e se incorporem na cultura organizacional sem o engajamento de seus colaboradores. E uma das grandes dificuldades, seja no setor público ou privado, é fazer com que todos se sintam parte.

O papel da liderança, neste sentido, pode ser inspirador, ou desmotivador. No caso do governo de Goiás, felizmente, caminhamos ao lado dos inspiradores. E os avanços resultam na melhor prestação de serviços para quem verdadeiramente importa, que é o cidadão goiano. Oxalá que estas boas políticas de governo se tornem boas e perenes políticas de Estado!

Governo na palma da mão

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