Assédio no ambiente de trabalho: saiba identificar
Evento da CGE pontuou aspectos legais da prática nociva, punível inclusive na esfera cível, mas incentivando a prevenção e a criação de ambientes de trabalho mais respeitosos
A Controladoria-Geral do Estado de Goiás (CGE-GO) reuniu na manhã desta terça-feira, 17, no auditório do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC), mais de 200 servidores dos 47 órgãos públicos estaduais para o evento “Não ao Assédio – Seu trabalho merece respeito”. O objetivo foi capacitar os participantes, oferecendo ferramentas concretas para identificação e enfrentamento, de forma assertiva, das diversas situações de assédio que possam surgir no seu cotidiano profissional.
A iniciativa, da Subcontroladoria do Sistema de Correição e Contas e do Comitê Permanente para Questões da Mulher e da Diversidade (CMPD) da CGE, marcou o Dia Estadual de Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual no Ambiente de Trabalho, instituído pela Lei Estadual nº 20.470/2019 e celebrado em 21 de junho.
O secretário-chefe da CGE, Marcos Tadeu de Andrade, chamou a atenção para a necessidade de compreensão das definições de assédio, descritas no Estatuto do Servidor Público Estadual. “Precisamos entender que nem todas as situações que acontecem nas relações de trabalho são assédio. E é importante ter elementos mínimos de comprovação para não ter resultados difusos, ou o arquivamento. Nosso papel é apurar, avaliar e decidir se a materialidade está de fato posta”, observou.
O subcontrolador do Sistema de Correição e Contas da CGE, Bruno Mendes, destacou o aspecto educativo do evento: “É muito importante que vocês conheçam os conceitos, as ocorrências, as hipóteses e interiorizem essas informações. É preciso sair daqui ciente do que pode ser um assédio moral ou sexual e de que, se está acontecendo com você, você deve denunciar. Temos canais de Ouvidoria para isso”, informou.
Para o subcontrolador, a melhor conduta será sempre a do respeito e profissionalismo. “A partir do momento que somos profissionais e respeitosos, há uma tendência de não ocorrência do assédio, moral ou sexual”.
Já a necessidade da atuação conjunta das instituições na prevenção e combate ao assédio foi pontuada pelo vice-presidente de Controle Interno do CRC-GO, Ranniel Martins Silva. “O assédio não pode ser naturalizado nem ignorado e o seu combate é uma obrigação de todos nós, tecendo soluções com tranquilidade e confiança, como a iniciativa de hoje. Precisamos de uma cultura organizacional mais baseada na empatia e diálogo”, classificou o gestor.
Rede de apoio, identificação de casos e iniciativas de prevenção
Antes das palestras, a presidente do CPMD, Cíntia Villac, apresentou o papel do Comitê no contexto do assédio. “O ambiente de trabalho deve ser de respeito e pertencimento. E as vítimas são na maioria mulheres. Por isso, promover o combate ao assédio é também promover a equidade de gênero. A CGE atua fortemente neste sentido ao instituir a Ouvidoria da Mulher Servidora. Será mais uma estrutura de apoio e acolhimento que em breve estará ativa”.
A primeira palestrante, a psicóloga e doutora em Ciências da Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rita de Cássia Araújo, ajudou os participantes a identificarem situações de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho e os impactos negativos das práticas abusivas. Destacou, ainda, a educação para uma mudança de cultura no ambiente de trabalho, bem como a própria postura.
“Reeducar é mais difícil que educar. Por isso, iniciativas como esta (evento) precisam continuar acontecendo. Não enxergamos em nós mesmos o comportamento assediador. Então a educação é contínua e permanente”, considerou.
Vera Núbia Zandonadi Gomes, diretora de Governança, Planejamento e Gestão do TCE-GO, apresentou a palestra “Case do TCE-GO: prevenção e combate ao assédio e discriminação. Ética, dignidade e respeito são da nossa conta”. Vera ressaltou a eficácia da comunicação não violenta como instrumento importante em todas as relações humanas, desde a familiar até a profissional.
“Ela gera empatia e aumenta as chances de melhoramento das relações. Nossa cultura é de trabalhar com o julgamento e críticas, o que faz com que o outro ou recue ou ataque. Se você pratica a escuta profunda, isso gera respeito, melhora a comunicação e reduz as chances de situações de violência e assédio”, argumentou.
Testes de conhecimento – Num momento de descontração, o gerente de Promoção de Valores e a superintendente em Consultoria da Atividade Correcional e Conta da CGE, Ricardo Orsini e Maria do Carmo Póvoa, respectivamente, aplicaram um teste interativo com os servidores presentes na plateia.
Com intuito de verificar os conhecimentos difundidos no evento e fomentar a continuidade do debate, foram feitas perguntas sobre o tema central, com direito a distribuição de brindes.
Comunicação Setorial CGE – Governo de Goiás












