Apesar de tímida, inovação no setor público brasileiro é uma realidade

Com o objetivo de apresentar casos e definições sobre inovação no setor público, a Controladoria-Geral de Goiás (CGE) realizou nesta terça-feira (3/11) o terceiro encontro virtual do projeto Inova CGE, com participação maciça de servidores da pasta e convidados. O palestrante foi André Tamura e teve como mediador dos debates o gestor governamental da CGE, Tiago Borges.

André Tamura é fundador e diretor executivo da Wegov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais, estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Como ele mesmo diz, desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as linhas de produção, sejam elas de produtos, de serviços ou de pessoas.

Antes que a palestra tivesse início, foi liberado um link para que todos respondessem um questionário sobre a percepção pessoal acerca de inovação e encaminhassem perguntas ao palestrante.

De posse das respostas dos servidores da CGE, André Tamura apresentou uma das definições de inovação nos governos, por meio de um conceito da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). De acordo com essa definição, a inovação seria um conjunto de mudanças em práticas anteriores, ou o surgimento de novas práticas que produzam resultados positivos para o público e a sociedade, ao incorporar novos elementos de gestão pública ou nova combinação dos mecanismos de gestão existentes.

Para Tamura, a inovação tem sempre o viés tecnológico e social. Ele explica que para inovar no setor público é preciso incentivar e equipar todos os servidores, cultivar novas parcerias e envolver vozes diferentes, apoiar a exploração, iteração e testes, além de difundir as lições e compartilhar novas práticas.

Muitos poderiam ser considerados como “marco zero” da inovação no setor público no Brasil. A escolha de André Tamura recai sobre um evento promovido pelo Governo Federal, que envolveu o Ministério do Planejamento, Enap e TCU, em 2015, com a realização da 1ª Semana de Inovação no Setor Público. O evento se tornou a representação de uma agenda de inovação no setor público, que está distante de ser somente tecnológica. “Ainda mais importante do que as inovações, no entorno da semana, tivemos uma grande reunião de inovadores públicos, que se expandiu”, explica Tamura. 

Naquela semana da inovação, o então presidente da Enap, Francisco Gaetani, provocou os participantes com a colocação: inovar no setor público é, por definição, ilegal. Com a ampliação do aprendizado e da oferta de métodos para fazer a inovação acontecer, as próprias construções mostraram que a frase não carregava um significado prático. “Foi preciso empurrar as barreiras do entendimento legal e decretar: inovação já existe no setor público, e é legal!”, afirmou.

A partir desse evento de 2015, surgiram diversos laboratórios de inovação pública no País. A inovação tem germinado dentro de grupos, salas ou laboratórios e um exemplo é o Pequilab, do governo de Goiás. Nesses laboratórios, as pequenas regras podem ser quebradas, ousadias experimentadas e os erros apreendidos. Assim os inovadores cuidam uns dos outros e se fortalecem.

Tamura lembra que é preciso contrapor o pensamento tradicional “da resposta correta” para o Design Thinking, onde a descoberta do que funciona permite uma infinidade de respostas possíveis. Essa é forma de criar algo com foco nas pessoas. Procurando entender o contexto e criar soluções criativas por meio de um processo colaborativo. 

Após a apresentação de diversos conceitos de inovação, do porquê se faz e de como se faz inovação no setor público, o palestrante respondeu diversas perguntas encaminhadas pelos participantes. O Inova CGE terá a quarta edição em 24 de novembro, em um webinar com a psicóloga Luana Faria, servidora do Ministério da Economia, pasta onde fundou e lidera o LA-BORA! Gov – Gestão Inovadora de Pessoas.

Controladoria-Geral do Estado – Governo de Goiás

 
 

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