As crianças goianas entre seis meses a cinco anos que não se vacinaram contra a Poliomelite, doença conhecida como Paralisia Infantil, ganharam mais esta semana para receberem a dose da vacina. Em função da baixa cobertura vacinal, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) decidiu prorrogar a Campanha de Vacinação até sexta-feira (4/9) para todos os municípios que ainda não atingiram a meta. Goiás, até o momento, alcançou 64,28% da cobertura, com imunização de 264 mil crianças. Para atingir a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95%, cerca de 125 mil crianças ainda precisam receber a vacina.

“Estamos preocupados com a baixa adesão e o risco da importação de casos da doença devido a presença de crianças não imunizadas”, ressaltou a gerente de Imunização e Rede de Frio da SES, Clécia Vecci. Na campanha, que teve início em 15 de agosto e terminaria nesta segunda-feira, dia 31, somente 54 municípios goianos alcançaram a meta do MS, o que corresponde a 21,95% dos municípios. Em Goiânia, apenas 48% das crianças na faixa etária da campanha foram vacinadas. Em Aparecida de Goiânia a situação é ainda pior, com 40% de cobertura.

Força tarefa

Clécia Vecci destaca que é preciso uma força tarefa de todos os gestores municipais para  aumentar a cobertura da campanha. “Pedimos a todos os prefeitos e secretários de saúde que realizem ações junto à população. Precisamos de uma ampla divulgação e os gestores são fundamentais nesse processo”, comenta. Ela também cobra de todas as prefeituras a digitação atualizada dos dados da Campanha, já que muitas enviam os registros atrasados, o que dificulta a mensuração dos resultados.

Segundo a gerente, a população tem dificuldade de entender os a gravidade da paralisia infantil, já que há 26 anos ela está erradicada no Brasil. “Sabemos que existe um certo comodismo dos pais e cuidadores para levar as crianças até os locais de vacinação em função de a doença não existir no País há muito tempo. A população jovem desconhece os seus riscos”, diz.

O Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite emitido pela Organização Mundial de Saúde em 1994. Clécia Vecci destaca que as Campanhas de Vacinação continuam a ser realizadas duas vezes ao ano para que não haja risco de reintrodução da doença no Brasil. A Poliomielite foi notificada em nove países neste ano, a maioria localizada na África e na Ásia. Devido ao grande fluxo migratório, é fundamental proteger as crianças contra a doença.