Secima faz debate sobre lixões com gestores das regiões Sul e Sudeste

Caldas Novas sediou nesta quarta-feira (11/11), a primeira audiência pública do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). O evento promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), reuniu prefeitos e secretários municipais do meio ambiente de todo o sul e sudeste goiano.

Segundo o Secretário Vilmar Rocha, o PERS é um documento de grande importância por definir estratégias, metas e ações para a gestão de resíduos nos próximos 20 anos em todo o estado de Goiás.Para ele, o PERS sugere os melhores caminhos para que os municípios definam suas estratégias, uma vez que foi elaborado a partir de pesquisas e estudos técnicos das áreas social, ambiental e de engenharia. “É importante nós termos um estudo completo como este. Com o Plano Estadual, nós estamos cumprindo a lei e também incentivando os municípios a gerir de maneira compartilhada os seus resíduos”, afirma.

A Secretária Municipal de Meio Ambiente de Caldas Novas, Thaís Cristina de Aquino, afirmou que ao passo que as prefeituras sabem da importância de cuidar corretamente dos seus resíduos, elas encaram a temática com descrença, porque não têm apoio e incentivo financeiro. “A implantação de um sistema eficiente de gestão de resíduos demanda um custo altíssimo e técnicas extremamente modernas. Os municípios não têm condições sozinhos. E nós encaramos este evento como o pontapé inicial para a solução da gestão de resíduos”, disse.

Queixa recorrente

Na ocasião, Vilmar Rocha afirmou que o governo está ciente de que a queixa recorrente entre os prefeitos e secretários de meio ambiente é a falta de recursos financeiros nos municípios para a gestão correta do lixo. Uma medida apontada pelo PERS é a implementação de consórcios intermunicipais, para que os municípios de pequeno e médio porte consigam dar destinação correta aos resíduos e também consiga aderir à coleta seletiva. “O Governo também sabe que a questão dos resíduos sólidos é de responsabilidade dos municípios, mas por uma decisão política nossa, estamos puxando esse tema para nosso colo. Nós tomamos uma importante decisão de ajudar as prefeituras a lidar com essa questão”, explica o titular da Secima.

Para o Prefeito de Cezarina, é necessário consolidar o quanto antes a política de consórcios intermunicipais porque, somente assim, as prefeituras terão condições de arcar com os custos. “Para construir um aterro, o município gastaria entre R$ 500 mil e R$ 1 mi. Mas depois a prefeitura não conseguiria pagar pela manutenção correta e o aterro voltaria a ser considerado lixão, como é o caso em muitos municípios goianos. Para receber o resíduo de seis municípios, o aterro geraria o mesmo custo de manutenção, o que seria mais viável”, alegou.

O município de Catalão, segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente Marcelo Mendonça, já recebe resíduos de outros municípios, realiza coleta seletiva, tem ecopontos de coleta espalhados pela cidade e conta com uma cooperativa de reciclagem estruturada, com cerca de 39 catadores. Além disso, Catalão conta com uma lei municipal que visa a substituição de sacolas plásticas por sacolas biodegradáveis. Mendonça afirma que a Prefeitura de Catalão, por ser uma cidade demográfica e economicamente importante, tem a consciência de que compartilhar a gestão de resíduos com os municípios menores é uma boa alternativa. “A adequação à legislação é uma necessidade premente e Catalão está disposta a ser parceira dos municípios da região”, afirmou.

Governo na palma da mão

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