Retomada a navegação na hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná

Após dois anos, diversas reuniões e gestões junto ao Ministério de Minas e Energia e outros órgãos do Governo Federal, o governador  Marconi Perillo pôde enfim comemorar hoje (11/3) a reabertura da hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, no canal da cidade de São Simão, no extremo Sudoeste do Estado. Na companhia do prefeito Márcio Vasconcelos (PMDB), de representantes das empresas que operam a hidrovia em São Simão, do secretário Vilmar Rocha (Secima), prefeitos e demais lideranças da região e de outros estados, o governador acionou a botoeira que deu início ao carregamento das chatas que formam o comboio de barcaças de soja que deixará o porto goiano com destino a cidade de Pederneiras (SP), onde se localiza o terminal intermodal que promove a transferência da mercadoria para trens cargueiros que seguem em direção ao Porto de Santos (SP).

O empenho do governador para a retomada da navegação foi comemorado pelas autoridades que discursaram na solenidade realizada nas dependências da Caramuru Alimentos, para uma plateia superior a 200 pessoas. O prefeito de São Simão agradeceu Marconi “pelo empenho que sempre teve” e por ter “comprado briga em 2001 quando a hidrovia corria o risco de ser desativada”. Márcio Vasconcelos testemunhou que nestes dois anos em que a hidrovia permaneceu fechada, “centenas de famílias perderam os seus empregos enquanto a economia do município definhava”. Na estimativa do prefeito, o prejuízo neste período pode ter chegado a R$ 1 bilhão.

Raimundo Holanda, presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária, disse que a hidrovia São Simão/Pederneiras movimenta R$ 10 bilhões por ano em produtos de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. “São 6 milhões de toneladas transportadas por ano, operações que demandam o trabalho de poucas dezenas de marinheiros”. Segundo Holanda, a mesma quantidade de grãos exigiria o trabalho de 200 mil caminhões caso o transporte fosse realizado por rodovias. Outro dado relevante é que, transportando uma tonelada de carga, a distância percorrida com um litro de combustível é de 220 quilômetros pela hidrovia, 85 quilômetros por ferrovia e 25 quilômetros pelo modal rodoviário.

Cada comboio fluvial, formado por quatro chatas e um empurrador, transporta seis mil toneladas de carga por viagem. O transporte entre São Simão e Pederneiras (SP) é feito em quatro dias. Some-se a isso a economia superior a 30% no preço do frete praticado no Brasil, fator que representa diminuição de custo e consequente aumento de renda para os produtores.

Importância

Alberto Borges, diretor-presidente da Caramuru Alimentos, declarou que a retomada da navegação representou a vitória “da bandeira que levantaram o governador Marconi Perillo e o secretário Vilmar Rocha. Os desafios foram enormes. Se o governador não liderasse esse processo, a hidrovia teria ficado pelo caminho”. Ele destacou ainda que a hidrovia, quando teve sua navegabilidade interrompida, vinha registrando crescimento acima de 12% ano. “Agora temos que começar tudo novamente para alcançarmos esse patamar”, observou.

O secretário Vilmar Rocha iniciou sua fala rogando que esta seja a última vez que retorna a São Simão para participar de ato solene de retomada da hidrovia. “Estamos comemorando uma vitória. Tomara que daqui para a frente estejamos aqui para anunciar outras conquistas”, declarou para anunciar em seguida que está em estudo preliminar a extensão da hidrovia para os municípios de Catalão e Itumbiara. “Há estudos preliminares que indicam ser possível”, garantiu.

O titular da Secima anunciou ainda ter recebido comunicação do Governo de São Paulo de que na próxima semana vai abrir licitação no valor de R$ 300 milhões para o derrocamento das pedras existentes no reservatório de Três Irmãos, próximo à eclusa de Nova Avanhandava, no sentido São Paulo. A navegação na hidrovia havia sido suspensa pela Marinha devido ao baixo calado (profundidade segura para a navegação) representado pelo excesso de pedras no reservatório de Três Irmãos. A interrupção da navegabilidade deve-se ainda à prioridade dada pelo Governo de São Paulo à geração de energia.

Governo na palma da mão

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