MP e Saúde discutem soluções para superlotação do HMI

O fechamento de serviços de neonatologia e pediatria na rede de saúde de Goiânia tem provocado dificuldades para atender a demanda por esse perfil de atendimento e superlotando unidades como o Hospital Materno Infantil. Na tentativa de propor alternativas para o problema e pactuar soluções que fortaleçam a rede de assistência a gestantes e bebês, representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), da Saúde Municipal (SMS) e do Ministério Público de Goiás se reuniram nesta terça-feira, 21.

Ao representar a secretaria de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, apresentou ações imediatas que serão adotadas. A primeira será a ativação de mais 10 leitos de UTI Neonatal no Hospital Vila Nova. Eles serão utilizados como retaguarda e têm a abertura prevista em 60 dias. Nos últimos anos a SES-GO já instalou 10 leitos no Hospital Vila Nova, para usar essa unidade e a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes como retaguarda.

Abertura de Leitos

Conforme dados da SES-GO, em 2015, cinco unidades que prestavam serviços na área de ginecologia e obstetrícia eram conveniadas ao SUS. Destas, três se descredenciaram. O fechamento de 24 leitos da Maternidade Dona Iris agravou o problema e culminou com a superlotação do HMI de forma acentuada. A desativação desses leitos foi uma das grandes discussões do encontro. Ficou definido que a SMS de Goiânia vai buscar caminhos, tanto financeiros como administrativos, para reabrir esses leitos nos próximos dias.

Uma novidade no encontro foi o anúncio, por parte da secretaria de Goiânia, do compartilhamento de dados da regulação com o Estado. Com isso, o Complexo Regulador Estadual irá visualizar todos os fluxos dos pacientes, dando o apoio para melhorar o sistema. “A regulação de pacientes se tornou um grande entrave. Sabemos que, atualmente, 60% dos pacientes do HMI tem perfil de atendimento que deveria ser direcionado aos Cais e postos de saúde, não sendo classificação de risco. Essa clientela concorre com os pacientes do perfil do hospital que são aqueles com quadros mais complexos”, ressalta Leonardo Vilela.

A secretaria de saúde de Goiânia, Fátima Mrué, também informou que está próximo um acordo para ativar 13 leitos de UTI pediátrica e neonatal na rede conveniada, o que ajudaria a desafogar a regulação. No encontro também foi oficializada a criação do Comitê de Gerenciamento das Ações para Redução da Mortalidade Infantil e Materna, que tem o objetivo de identificar oportunidades para ampliar a rede de obstetrícia e neonatal. Em 45 dias haverá um relatório analítico propondo outras soluções. Já está em estudo pela SES, a possibilidade de adotar um co-financiamento diferenciado para os leitos de UTI neonatal. Como medida a longo prazo, houve ainda a sinalização por parte da SES-GO de priorizar a licitação da reforma do HMI. Já existe orçamento de cerca de R$ 1.2 milhões para a modernização e readequação do Hospital.

Governo na palma da mão

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