Marconi Perillo é empossado na presidência do Consórcio Brasil Central

Ao discursar na solenidade em que foi oficialmente anunciado e empossado primeiro presidente do Consórcio Brasil Central, ocorrida no auditório do Memorial JK, o governador Marconi Perillo prestou homenagens aos ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, considerados por ele os verdadeiros desbravadores da região central do Brasil e promotores da mais ampla ação de descentralização do desenvolvimento brasileiro, o primeiro pela Marcha para o Oeste e o segundo pela criação de Brasília.

Detendo-se na história mais recente e enaltecendo a figura do construtor de Brasília, estampada em mural que ornamenta o fundo do auditório, o governador Marconi Perillo comparou aquele momento ao ato visionário de JK que legou para a história marcos de ação, obstinação e coragem. “Nós governadores do Brasil Central, esperamos que ele possa continuar nos inspirando e que tenhamos atitude para seguir em frente”, salientou.

Ao destacar que o momento vivido pelo País leva alguns a afirmarem que a política perdeu a capacidade de resolver problemas, Marconi disse que o grupo de governadores que formam o consórcio prova que a boa política sempre será capaz de construir grandes soluções. “E boa política – ensinou – nasce do diálogo”. “Encaramos a crise como oportunidade e com objetivo claro em comum: construção de uma agenda de superação. Todos os governadores estão procurando boas notícias, algum caminho para sair desse momento ruim, e o Consórcio Brasil Central surge como esse novo caminho”, acrescentou.

O chefe do Executivo goiano afirmou, por fim, que os momentos difíceis como o que o País atravessa hoje só podem ser superados com diálogo e demonstração de liderança. “E é a partir do diálogo que esses homens aqui presentes, assumindo papel de liderança na agenda de superação da crise, constituem o Consórcio do Brasil Central. E encerrou com a frase que resume bem a ideia da união dos estados do Brasil Central: “As fronteiras oficiais de cada estado foram rompidas. Provamos agora que a causa que nos une é muito maior do que aquilo que nos separava”.

Prioridades do Consórcio

Depois de ser empossado presidente do Consórcio Brasil Central, o governador Marconi Perillo concedeu entrevista coletiva a imprensa, ocasião em que falou das prioridades da instituição nos próximos meses.

O senhor já tem planos para executar à frente do Consórcio?
Marconi Perillo – O Consórcio dos Governadores do Brasil Central talvez seja a boa novidade que tivemos neste ano. Nós o estruturamos ao longo de cinco meses. Ele já tem sua sede própria, já aprovamos as suas leis e hoje estamos formalizando a sua constituição. Ele terá um fundo a ser aplicado em objetivos comuns para a região. Nós já estamos identificando as potencialidades comuns para desenvolvermos projetos em conjunto e de forma cooperada. Além das discussões de gestão e técnica, em cada reunião nós também estamos nos fortalecendo politicamente. Afinal de contas é um bloco de seis governadores que conta com 18 senadores, quase 60 deputados federais e que, com certeza, vai influenciar na agenda política do País. A cada reunião nós trazemos especialistas em educação, saúde, segurança, gestão pública e experiências exitosas que estão nos ajudando a adensar uma agenda para melhorar cada vez mais as condições de competitividade dos nossos estados.

Quais as ações prioritárias do Consórcio para o ano que vem?
Marconi Perillo – Nós vamos continuar mês a mês nos reunindo. A próxima reunião será em Porto Velho. Em cada reunião a gente define uma agenda, que hoje aqui em Brasília foi a da formalização. Tivemos hoje um encontro com o empresário Jorge Gerdau, do Movimento Brasil Competitivo, e com vários empresários que nos trouxeram a agenda da reforma do estado brasileiro – que já conta com o apoio de 14 governadores. Teremos ainda um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para discutirmos o pacto federativo. Estamos discutindo os fundos com o Ministério da Integração Nacional. A cada passo, a cada agenda nós vamos aprofundando o debate do desenvolvimento regional, porque nós estamos em uma região muito homogênea do ponto de vista de potencialidades e de desenvolvimento econômico. Nós somos uma região rica, que contribui com o Brasil nas exportações, no emprego. Esse é um grande diferencial no momento em que nós temos hoje uma agenda de crise no País.

Pode-se falar em valores para que o Consórcio seja gerido?
Marconi Perillo – Nós vamos começar esse fundo com cada governador capitalizando com R$ 1,9 milhão. Vamos definir o que fazer com esses recursos, utilizando-os em projetos que possam gerar resultados satisfatórios para todos os estados. Depois, quando estivermos em melhores condições, nós vamos aportar mais recursos. Vamos trabalhar trocando experiências e buscando recursos que existem no Governo Federal e nas áreas do desenvolvimento regional, para celebrarmos parcerias comuns. Nós temos assuntos que interessam a Goiás e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,  Goiás/Tocantis, Goiás/Brasília. Estaremos juntos, lutando juntos pelos nossos interesses e desenvolvimento da região.

Em Goiás onde são esperados os melhores resultados?
Marconi Perillo – Em infraestrutura, educação, saúde, gestão. Na área de infraestrutura, por exemplo, nós estamos trabalhando com o governador de Brasília, há muito tempo, a continuidade dos projetos para a construção da ferrovia que vai ligar Brasília a Goiânia. Estamos concluindo a ponte que liga Goiás a Cocalinho no Mato Grosso. E assim sucessivamente. Temos uma agenda com o Tocantins para mais uma ou duas rodovias entre os dois estados.

Preocupa a dificuldade que o Governo Federal tem tido para aprovar o ajuste fiscal?
Marconi Perillo – Claro que preocupa. O Brasil está vivendo uma crise política sem precedentes. Vivemos uma crise na economia que fez com que as receitas dos estados fossem diminuídas. Em Goiás, por exemplo, nós tínhamos uma expectativa de um crescimento de receita real de 8 a 10%. Vamos ter zero de crescimento real e isso acaba impactando os projetos, os investimentos, os serviços e uma série de projetos que devem ter continuidade. Nós diminuímos o ritmo das obras este ano. Inauguramos muitas obras importantes. E no ano que vem nós vamos dar continuidade, depois de muitos enxugamentos que fiz em Goiás e que outros governadores estão fazendo. As reformas precisam ser realizadas sob pena de o Brasil continuar parado.

Governo na palma da mão

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