Governo e empresários discutem efeitos de medida contra a Celg D

O governador Marconi Perillo e o representantes do Fórum Empresarial e do Fórum de Engenharia, acompanhado pelos presidentes e diretores da Celg, discutiram os efeitos negativos da retirada da cláusula da Medida Provisória número 675, que reduziria a dívida da Celg Distribuição com Itaipu Binacional em R$ 400 milhões. O encontro foi na sexta-feira (28/8). Na reunião, realizada no Palácio Pedro Ludovico, a direção da Celg D explicou que com a exclusão da cláusula, o passivo da distribuidora com a geradora de energia saltará de R$ 900 milhões para R$ 1,3 bilhão, porque pelas regras atuais o saldo devedor seria cobrado em dólares, com taxa anual de juros de 12% (confira abaixo a relação de participantes da reunião).

Marconi afirmou que a emenda foi suprimida por razões políticas, que potencializaram a questão de forma completamente equivocada e irresponsável. “Fizeram isso por falta de informação ou por maldade política mesmo, jogando contra a empresa, contra Goiás e contra o governo federal”, ressaltou. Ao tomarem conhecimento detalhado sobre os prejuízos que a companhia terá caso a discussão seja trancada e adiada novamente, as lideranças do setor produtivo afirmaram que apoiam o governo de Goiás no trabalho pela aprovação da cláusula que reduz a dívida da Celg.

A desdolarização, além de permitir a redução da dívida com Itaipu em R$ 400 milhões, possibilitaria que os R$ 900 milhões fossem pagos em dez anos, com carência de 48 meses. A dívida foi contraída na gestão do governo goiano entre 2006 e 2010, período no qual a Celg não pagou pela energia comprada de Itaipu Binacional. Com a federalização da Celg Distribuição, no ano passado, a operação de reestruturação econômico-financeira da companhia energética propôs a repactuação de dívidas, entre elas o passivo com Itaipu. Assim, a Eletrobrás, nova proprietária da Celg D, com o aval do Ministério de Minas e Energia e da Presidência da República, apresentou a proposta de inclusão da cláusula de desdolarização da dívida na Medida Provisória.

MP 675

O governador reiterou que a emenda à MP 675 corrige uma anomalia que existia no contrato de energia entre Celg e Itaipu. A dívida, que é dolarizada e está em R$1,3 bilhão, ocasionou um prejuízo mensal para a Celg de R$ 80 milhões. Pelo acordo que consta na emenda, ela seria convertida em moeda nacional, o que retiraria a variação cambial, retroagiria o valor devido ao câmbio de janeiro de 2015 – que impacta em R$ 400 milhões a menos de dívida; e daria ao governo carência de dois anos, e ainda mais oito anos para pagá-la.

“Será um benefício enorme para a Celg se conseguirmos reduzir a dívida em R$ 400 milhões. Quem politiza um assunto sério como esse está jogando contra o governo do Estado, contra o povo goiano e contra a Celg. Não vamos dar bola para isso. Vamos continuar nossa marcha”, enfatizou.

O governador obteve o apoio dos representantes dos fóruns empresarial e de engenharia, que reconhecem a importância da liquidação da dívida da Celg para a administração pública e para o setor produtivo. Presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira afirmou que o fórum empresarial está à disposição para colaborar com o que for possível para que seja de conhecimento da sociedade o prejuízo que a supressão da emenda trará para os goianos.

Governo na palma da mão

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