BOVINOS – AGRO EM DADOS / NOVEMBRO 2024

Em outubro, observou-se a continuidade da valorização nas cotações da carne bovina, com crescimento exponencial desde junho. Apesar do início das chuvas, a pastagem ainda não se recuperou o suficiente para atender à demanda dos animais, refletindo em menor disponibilidade de animais terminados para abate e, consequentemente, menor oferta para o mercado consumidor.

Simultaneamente, com a escala curta de abate nos frigoríficos nacionais, há uma demanda externa aquecida, o que contribui para a manutenção das cotações em patamares elevados. Em contrapartida, no mercado interno, a carne bovina pode perder espaço para outras proteínas mais acessíveis, como a de frango e a suína, nos próximos meses.

No panorama internacional, o governo do Marrocos concedeu ao Brasil uma cota de 20 mil toneladas de carne bovina com isenção total de impostos para importação. Desde 2022, o país norte-africano vem intensificando a aquisição da proteína brasileira e, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, já atingiu o valor de US$ 5,8 milhões em importações. Com essa concessão, há potencial de abertura de mercado para outros produtos agropecuários e como mais uma possibilidade de destino para as exportações. Diante desse cenário, Goiás poderá ampliar suas relações comerciais internacionais, visto que já exporta para outros países africanos, como Egito, Argélia, Angola, Congo, dentre outros.

O Brasil terá que se adequar às novas exigências europeias para exportação da carne bovina até dezembro de 2025. Por meio da legislação antidesmatamento, conhecida como EUDR, o bloco passa a exigir a rastreabilidade desde o nascimento dos animais. A China, um dos principais destinos das exportações brasileiras, em consonância com a Europa, também exigirá controle sobre toda a cadeia do boi, com a espera dos primeiros embarques de carne 100% rastreada a partir do ano que vem. As exigências dos destinos das exportações poderão ser o fator de sustentação dos preços da proteína até a adequação das propriedades rurais.

Juntamente com a valorização da arroba do boi gordo, o preço do bezerro alcançou R$ 2.409,01 no dia 31 de outubro de 2024, o maior patamar no referido mês, de acordo com o Cepea. Já na média mensal, houve aumento de 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa é de perpetuar essa valorização, devido à procura por boi magro pelos confinadores que estão entusiasmados com o preço atual e futuro do boi gordo.

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo