Governador abre comportas de represa aumentar vazão na bacia do Meia Ponte

O governador Ronaldo Caiado modificou sua agenda nesta quinta-feira (12/9) para visitar a Fazenda Mamoa, em Santo Antônio de Goiás, a cerca de 30 quilômetros de Goiânia. Ele fez questão de abrir as comportas da descarga de fundo represa da propriedade do produtor rural José Diniz Maricato, que foi o primeiro a atender ao pedido feito por Caiado para que a água de reservatórios particulares pudesse ser utilizada com o propósito de equilibrar a vazão na bacia do Rio Meia Ponte. “Tão logo minha solicitação veio a público, prontamente recebi a ligação do seu Zé Maricato, meu amigo de longa data, colocando a água de sua fazenda à disposição sem nos cobrar nada, a custo zero. São gestos nobres como esses que sensibilizam a nós, que estamos no governo”, reconheceu Caiado.

E os gestos de colaboração continuam. O governador contou que o ex-deputado Roberto Balestra também colocou todos os seus reservatórios à disposição, e que ainda recebeu ligações de outros produtores rurais fazendo o mesmo. Todos estão sendo cadastrados para que haja o avanço na captação dessa água. “Tenho certeza que essa solidariedade do homem do campo é total. Amanhã (sexta-feira, 13) à tarde, terei uma reunião no Sindicato Rural de Inhumas, em que todos os irrigantes estarão presentes e todos aqueles que têm reservatórios nas suas propriedades”, adiantou Caiado. Ele revelou que pretende atuar nas zonas urbanas. “Precisamos verificar onde tem um consumo exagerado de água na cidade, por exemplo, lava jatos, lugares onde se nota o desperdício neste momento, para que haja uma fiscalização maior também.”

O governador destacou que neste momento conta com a solidariedade e a consciência dos goianos. “Tenho certeza que nenhum produtor vai recusar em atender nossa solicitação. Vamos buscas o apoio destes 70 produtores rurais, para que colaborem com 30% de seus reservatórios, em sistema de rodízio. Assim ninguém sai penalizado e, ao mesmo tempo, fica garantido o abastecimento de Goiânia. E contamos com a colaboração da população para que use a água de forma consciente, sem desperdício”, afirmou. A represa da Fazenda Mamoa tem cerca de 7,5 milhões de litros de água ou 5 hectares de espelho d’água (o equivalente a cinco campos de futebol). São cerca de 200 a 300 litros por segundo sendo descarregados direto no Rio Meia Ponte.

“É muito gratificante saber que a gente pode, de alguma forma, contribuir com um pedido do governador. A água está aí, armazenada e a gente cede, sabendo o quanto isso será importante para a sociedade como um todo. Então, não tem como não atender ao chamado do governador”, enfatizou seu Maricato. Criador de frango e gado de corte, o produtor rural construiu a represa há 15 anos, visando, à época, a produção de alimentos. “Eu percebi, já naquele tempo, que a água já estava diminuindo”, conta ele que, mesmo possuindo a outorga, deixou de utilizar a água para a irrigação. O fazendeiro mandou um recado aos demais proprietários de reservatórios. “Em primeiro lugar, é preciso racionar água. Porque sem matar a sede não há produção de alimento”, refletiu.

Comportas abertas

Segundo explicou a secretária de Estado do Meio Ambiente, Andrea Vulcanis, foram mapeados e já georreferenciados todos os barramentos com espelho d'água acima de dois hectares, representando 42 milhões de metros cúbicos de água reservada. Os produtores já estão sendo contatados para que possam disponibilizar a abertura das comportas. Algumas represas, por sua estrutura, possuem mais facilidade na vazão e serão priorizadas nesta primeira abordagem. “É o caso desta represa aqui, em que é só abrir a comporta e a água já está disponível. Em outras represas, não existe a vazão de fundo, como a gente chama, sendo necessário fazer um bombeamento e uma interligação com dutos e canos”, explicou.

Andréa Vulcanis salientou que a medida é mais um esforço do Governo de Goiás para evitar que a vazão na bacia do Meia Ponte fique abaixo de 1.500 litros por segundo (l/s). Esse número representa o nível crítico e que pode gerar ações voltadas para o racionamento de água em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, mas que é fundamental a participação da população. “Estamos no limite máximo de restrição. Agora, a água disponível é mínima. Mesmo que a gente faça a abertura, temos que lembrar que tem captação muito em cima, lá em Inhumas, então demora a chegar essa água, desde que ela desça todo o percurso do rio. Não tem água disponível para nenhum tipo de desperdício”, alertou.

 

Governo na palma da mão

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