Pesquisa do Procon Goiás avalia comportamento do consumidor goiano

Pesquisa do Procon Goiás avalia comportamento do consumidor goiano

Em comemoração ao Dia Mundial do Consumidor celebrado nesta quinta-feira, 15 de março, o Procon Goiás divulga uma pesquisa, de caráter inédito, que avalia o comportamento do consumidor goiano durante e após as compras. Os dados obtidos serão utilizados para direcionar os trabalhos de orientação e educação no mercado de consumo.

A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 13 de março com 782 consumidores, distribuídos entre os que buscaram atendimento junto ao Procon Goiás, abordados em um shopping de Goiânia e os que responderam o questionário por meio do site do órgão.

Do total de entrevistados, 52% são do sexo masculino. Em relação ao nível de escolaridade, 44% e 34% possuem o ensino médio e superior, respectivamente, e pouco mais da metade, 53%, estão na faixa etária entre 18 e 35 anos.

Alerta ao fornecedor: qualidade do produto e bom atendimento são mais importantes que o preço

A pesquisa de preço é muito importante, pois através dela o consumidor estimula a concorrência e participa da formação de preços quando privilegia a compra em um estabelecimento que possui uma melhor oferta.

Quando solicitado aos consumidores ouvidos a escolher apenas uma dentre as três alternativas, a qual considera mais importante na hora da compra, chamou a atenção do Procon Goiás a quantidade de consumidores que priorizam a qualidade do produto (55%) e o bom atendimento (25%), juntos equivalem a 80% dos consumidores entrevistados na pesquisa.

Ao priorizarem o item mais importante, o bom atendimento e qualidade do produto se destacaram. Contudo, isso não significa necessariamente que os consumidores não estejam preocupados com o preço. Quando questionados se costumam pesquisar sempre antes de comprar, 71% dos consumidores ouvidos disseram ter esse hábito frequentemente. Porém, num universo de 782 consumidores ouvidos na pesquisa, 227 ainda não têm como hábito a pesquisa de preços (24% às vezes pesquisam e 5% nunca pesquisam os preços).

Separados por faixa etária, diferente do que imaginávamos, tanto os consumidores mais experientes, acima dos 35 anos (74%), quanto os abaixo de 35 anos (69%), disseram ter o hábito de pesquisar sempre antes da compra.

Prazo de validade
A obrigatoriedade dos fornecedores apresentarem o prazo de validade dos produtos foi uma conquista importantíssima, pois o consumidor que observar este prazo pode evitar colocar sua saúde em risco. Além disso, os consumidores podem planejar suas compras e gastos, adquirindo somente a quantidade de produtos que consideram poder consumir dentro do prazo de validade, evitando o desperdício.

O levantamento revelou que 64% dos consumidores se atentam para o prazo de validade, o que é considerado número expressivo.

Contrato / divergência de preço
Os contratos são importantes para regular as relações de consumo, devendo expressar os direitos e obrigações das partes (consumidor e fornecedor). No entanto, 48% dos consumidores entrevistados nunca ou às vezes costumam ler o contrato antes de assiná-lo. Pelas informações repassadas à nossa equipe, muitos consumidores disseram que são desestimulados pela quantidade de folhas e geralmente ficam confusos.

Outro ponto comum nos trabalhos de fiscalização é a divergência de preço dos produtos. Quando questionado aos consumidores se costumam verificar se o valor registrado no caixa é o mesmo exposto na embalagem ou na gôndola, apesar de 60%, terem esse hábito freqüente, 26% disseram “às vezes” atentar para esse fato e 14% nunca costumam verificar.

Nota fiscal
Um dos documentos que resguardam os direitos dos consumidores e necessário para registrar uma reclamação junto aos ógãos de defesa do consumidor, são solicitados frequentemente apenas por menos da metade dos entrevistados, 43%. Considerando os que nunca ou às vezes solicitam a nota fiscal, o percentual é bastante significativo – 57%, ou seja, 445 dos 782 consumidores entrevistados.

Formas e métodos de pagamento
Neste quesito, percebemos que o hábito de economizar para comprar depois, fugindo dos altos juros do cartão de crédito e dos altos encargos de atraso cobrados em carnês, ainda não faz parte da rotina da maioria dos consumidores ouvidos na pesquisa. A maioria, 60%, disse comprar esses produtos de forma parcelada e apenas 40%, costuma economizar e pagar à vista na compra de produtos com valor considerável como eletrodomésticos e eletrônicos.

Nas compras parceladas, normalmente o consumidor não costuma verificar os encargos de atraso cobrados no caso de inadimplência. Conforme dados já apurados pelo Procon Goiás, há casos em que os encargos podem ultrapassar os 10% ao mês. O parcelamento, principalmente a longo prazo, também é um dos fatores que levam o consumidor à situação de inadimplência.

Desses 60% dos consumidores que costumam comprar de forma parcelada, o principal método utilizado para pagamento é o cartão de crédito, representando 47%, seguido pelos carnês, com 13%.

Um dos principais motivos que causam o endividamento é justamente o uso descontrolado do cartão de crédito, cujas elevadas taxas de juros cobradas em caso de inadimplência fazem com que a dívida se torne impagável em pouco tempo.

Postura do consumidor no pós -venda

Em relação a recebimento de produto sem solicitação prévia, apesar de expressamente proibido pelo Código de Defesa do Consumidor e normas do Banco Central do Brasil, a pesquisa revelou uma prática que já deveria ter sido eliminada, mas que ainda é observada nas reclamações que chegam ao Procon Goiás. Infelizmente, apesar de o resultado não ter sito tão expressivo, alguns consumidores ainda são vítimas desta prática abusiva.

Nesse quesito, 18% dos consumidores entrevistados, ou seja, 142 num universo de 782 ouvidos na pesquisa, já receberam produtos que não autorizaram ou solicitaram previamente.

Já em relação à cobrança indevida, mais da metade dos consumidores ouvidos já foram vítimas dessa prática (56%). Dessas cobranças indevidas, a maior parte, 47%, ocorreu na conta telefônica.

Ainda em relação ao comportamento no pós-venda, embora uma grande parte dos consumidores tenha dito nunca ter tido esse problema (44%), ainda é grande o número de consumidores que já comprou um produto mas não recebeu no prazo combinado (36%) – um total de 347 consumidores num universo com 782.

Já em relação aos consumidores que compraram, mas não receberam, ou que compraram mas receberam diferente, equivale a 20%. Acesse aqui a pesquisa na íntegra.

 

 

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