Na pauta, balanço de 2015 e planejamento para ano que vem

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), por meio do Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica, da Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia, realizou, nesta quarta-feira (09/12), no 9º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, reunião com coordenadores e diretores do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Além do balanço das atividades realizadas em 2015, o encontro serviu à apresentação das novas regras do Ministério da Educação (MEC) para o próximo ano e que têm entre outras metas o aperfeiçoamento da identificação das demandas locais e o combate à evasão dos alunos nos cursos ofertados.

De acordo com a chefe do Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica, Soraia Paranhos, este foi um ano atípico para a execução do Pronatec – que foi pactuado no início do ano mas com recursos sendo liberados só no fim do semestre, viabilizando o início dos cursos a partir de julho. “Apesar da alteração do calendário e de dificuldades na compra de insumos, tivemos uma jornada exitosa, com a oferta de cursos em todo o estado, graças ao esforço de uma equipe arrojada que busca inovar nas estratégias e fazer parcerias com os municípios”, afirmou. Segundo ela, coordenadores do Pronatec nos Institutos Tecnológicos (Itegos) e os assistentes de demanda conseguiram cumprir o que foi pactuado para Goiás e apresentarão até o próximo dia 22 o último relatório mensal deste ano.

Quanto às novas regras estabelecidas pelo Ministério da Educação na pactuação deste ano, por meio da Portaria 817, Soraia Paranhos ressalta que a redução da evasão nos cursos do Pronatec sempre foi uma preocupação do governo, mas que a partir de agora deixa de ser apenas uma preocupação e passa a ser uma determinação com imposição financeira. A escola que não garantir a permanência de 85% dos alunos matriculados terá que devolver os recursos referentes aos alunos evadidos ou ofertar cursos gratuitos até zerar o valor pactuado. Soraia ressaltou, entretanto, que as equipes, nas regiões, já estão se desdobrando para evitar a evasão, mas, conforme lembrou, há vários fatores que interferem na dinâmica dos cursos, entre eles, a própria oportunidade de emprego que leva os alunos a interromperem o projeto de qualificação profissional.

Planejamento

A reunião contou com a participação da gerente de Educação Superior, Profissional e Tecnológica, Sônia Maria Barros, e da chefe do Núcleo da Bolsa Futuro, Carmem Sandra, além do coordenador pedagógico do Pronatec, José Teodoro Coelho, que apresentou aos dirigentes do Pronatec nos Itegos a nova equipe conteudista do programa contratada recentemente pela SED. Essa equipe dará o suporte pedagógico necessário aos Itegos de forma a garantir a qualidade dos cursos. Nela trabalham profissionais de diversas áreas de abrangência dos cursos, além de designer gráfico, revisor, agente de informação e comunicação que participam da preparação das apostilas.

No encontro, também foram debatidos alguns aspectos que dificultam a gestão do Programa na plataforma do MEC, o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec), que ficou sobrecarregado com a criação do Pronatec e ainda não passou pelas mudanças necessárias. Para que a gestão possa ser feito a contento, segundo José Teodoro, é preciso que as informações sejam inseridas dentro dos prazos, pois o sistema é compartimentado  e alimentado em datas específicas e muito rígidas. 

Os coordenadores, diretores de Itegos e assistentes pedagógicos e de demandas falaram do trabalho realizado este ano e das expectativas para 2016. Neste momento, os demandantes de vários setores locais estão apresentando ao MEC as suas observações para registro no Mapa da Demanda Identificada, feito com base nas solicitações locais, regionais e nacionais. A todos os coordenadores, a chefe do Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica, Soraia Paranhos, pediu esforço redobrado na identificação das demandas, para que os cursos ofertados contemplem as reais necessidades de cada região e cada município.

Para o próximo ano, além de uma maior inovação nas estratégias pedagógicas, o MEC vai priorizar cursos na modalidade de Educação a Distância (EaD).

Oportunidades

Para Gilvania Aparecida de Andrade Gomes, diretora do Itego Otávio Lage de Siqueira, em Goianésia, que participou da reunião na SED, o Pronatec é uma importante forma de inclusão de pessoas que precisam de oportunidades para aprender uma profissão e ingressar no mercado de trabalho. “A comunidade depende desses cursos gratuitos e temos que buscar formas de melhor atender esses jovens”, disse Gilvania. O Itego Otávio Lage ofereceu este ano três cursos técnicos, sendo um de química, de 1.440 horas (dois anos de duração) com duas turmas; um de açúcar e álcool, com a mesma duração, uma turma; e um de informática, de 1.100 horas de duração, uma turma.

De acordo com Gilvania, além do Itego, os cursos do Pronatec são ofertados em Goianésia em seis Colégios Tecnológicos que chegaram a atender mais de 300 alunos em formações iniciais e continuadas (Fics). “A dependência de insumos para os cursos e a desistência dos alunos são as duas maiores dificuldades”, afirmou. Naquele município, onde o setor sucroalcooleiro oferta vagas de forma sazonal, a evasão se dá principalmente no período em que as empresas começam a contratação de mão de obra para a safra da cana. “Eles não conseguem conciliar o trabalho com a qualificação e fazem a opção pelo emprego”, pontua.

Fotos: Jota Eurípedes

Comunicação Setorial
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