Goiás entre os dez estados que mais exportaram com crescimento de 36,30% em junho e saldo de US$ 504 milhões

Goiás se manteve entre os dez estados que mais exportaram no mês de junho, ocupando a 9ª posição, à frente de Santa Catarina, Bahia e Pernambuco que, tradicionalmente, são considerados grandes exportadores. Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia.

Enquanto as exportações brasileiras tiveram um decréscimo de -2,68% no mês de junho (comparado com junho de 2019), as exportações goianas cresceram 36,30% (também comparado com o mesmo período de 2019), alcançando 4,26% de todas as exportações brasileiras, segundo maior índice de participação desde o início da apuração das estatísticas. 

As importações estão quase no mesmo patamar de junho/2019, apenas -1,85% menores e o saldo nesse mês atingiu impressionante incremento de 70,09% (ou US$ 504 milhões), praticamente o dobro do aumento do saldo brasileiro que foi de 38,79%.

Esse mês, o Complexo Soja representou 58,28% de toda exportação goiana, um aumento de 83,47% em relação a junho/2019, seguido pelas Carnes, que somaram 17,86% das exportações, com aumento de 23,08%. O destaque do mês fica por conta do açúcar, que aumentou 256% em relação ao mesmo período do ano passado. Tanto no mês quanto no acumulado, a China fecha o semestre como o principal destino das exportações goianas, representando 51% das mesmas.

Nas importações de junho, ganham destaques os Produtos Farmacêuticos – 45,63% do total das importações, seguidos de Produtos químicos orgânicos e Fertilizantes. A importação de combustíveis para Goiás vem crescendo a cada mês.

No acumulado do semestre, ou seja, de janeiro a junho desse ano, Goiás conseguiu se manter na 9ª posição dos estados mais exportadores, com 3,93% de participação nas exportações brasileiras. Nesse período, enquanto as exportações brasileiras tiveram uma queda de -7,06%, as exportações goianas cresceram 20,03%. As importações ainda se mantiveram em queda de -6,55% e o saldo comercial foi maior em 48,31% (ou US$ 2.391 bilhões), enquanto o saldo brasileiro caiu -13,07%.

No acumulado (janeiro a junho de 2020), os números praticamente se mantêm quando se trata de produtos exportados. O complexo soja lidera com 53,52% das exportações do estado e o complexo carne em segundo lugar, com 17,47%.

Nas importações semestrais, continuam em destaques os produtos farmacêuticos, seguidos de produtos químicos orgânicos e fertilizantes.

Com exceção das importações que ainda não recuperaram seu ritmo plenamente, os dados são positivos em relação ao mesmo período de 2019.

Os números, tanto de junho quanto do semestre, revelam a realidade que se está vivendo o mundo em pandemia: uma corrida desenfreada por insumos médicos e hospitalares para combate do COVID19, aliada a uma quarentena não linear que dificulta previsões econômicas para o cenário.

Porém, há alguns indícios de setores que estão se reaquecendo e com impacto direto na economia goiana. “As montadoras de veículos CAOA e Mitsubishi voltaram à produção, o que deverá impactar as importações de insumos nos próximos meses, reduzindo o saldo comercial, porém melhorando a economia regional. 

A normalização do consumo de países que já saíram da quarentena garantem um fluxo contínuo nas exportações do agronegócio, enquanto o setor de serviços e turismo deve demorar um pouco mais a recuperar” pontua Plínio Viana, Superintendente de Atração de Investimentos Internacionais da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços.

Segundo Adonídio Neto, secretário em exercício de Indústria, Comércio e Serviços, Goiás vem conseguindo manter o crescimento em suas exportações mês após mês, pontuando que o resultado do saldo da balança comercial de junho de 2020 é 70% maior que o de junho de 2019. “No acumulado do ano, o saldo é de cerca de 2,4 bilhões de dólares. O que significa 13 bilhões de reais a mais na economia do Estado, que auxiliam na manutenção e crescimento, mesmo diante da crise da COVID-19, o que vai contribuir para sairmos dela antes e mais fortes.”

O papel do Governo de Goiás, além de facilitar o Comércio Exterior, capacitação e desburocratização, e atrair novos investimentos que viabilizem estas operações, como os que estão sendo feitos em Anápolis, Rio Verde, São Simão, Jataí e Santa Helena, por exemplo, também se esforça na qualificação das exportações goianas, visando uma maior verticalização da indústria no Estado.

Adonídio pontua que outro destaque é nossa importação, que apesar da leve queda, principalmente em razão da suspensão temporária das atividades no setor automotivo, mantém uma concentração de operações decorrentes de nossa atividade industrial. “O setor farmacêutico, setor essencial, neste mês representou 46% do total das importações e com crescimento de 39% em comparação com o ano anterior”, informa o secretário.

Para o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Márcio César Pereira, mais uma vez o comércio exterior é destaque no Estado de Goiás. Em meio a essa situação econômica nada favorável, ele pontua que conseguimos obter um dos maiores superávits em nossa balança, dando um salto de 70% em relação ao mesmo período do ano passado, puxado principalmente pela soja, carnes e minérios. Nesse sentido, “temos muito o que comemorar, não nos esquecendo de investir em tecnologia e inovações para que não só as commodities agrícolas e minerais sejam as protagonistas, como também produtos de alto valor agregado, diversificando os nossos negócios. Esse é o foco!”

O Superintendente de Negócios Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação, Edival Lourenço Júnior destaca o crescimento substancial se comparado ao mesmo mês de Junho de 2019 (36,30% de aumento no saldo da balança) o que também trouxe uma maior participação de Goiás nas exportações brasileiras (de 3,04% em 2019 para 4,26% em junho de 2020).

Edival Lourenço Júnior também destaca que a demanda por alimentos e minerais, principalmente pela China, continua em alta, ponto muito positivo que pode ser ainda impulsionado pela busca de novos mercados. “Na importação, destaca-se, além do esperado aumento na importação de produtos farmacêuticos, o aumento expressivo também nas importações de Produtos químicos orgânicos, Combustíveis minerais, Produtos diversos das indústrias químicas e Plásticos e suas obras, dentre outros", pontua.

Com mais de US$ 648,647 milhões em exportações no mês de junho, o agronegócio fechou o mês sendo responsável por 85,1% de tudo o que foi exportado pelo Estado. O valor também é 60,5% maior do que o volume registrado no mês de junho de 2019. Conforme já pontuado, o crescimento se deve à Soja, Carne bovina e Açúcar. A China continua sendo o principal destino das exportações goianas. Em todo o Brasil, as exportações do agro somaram mais de US$ 10,169 bilhões, representando 56,8% das exportações totais e 24,5% de crescimento em relação a junho do ano passado.

No acumulado do ano, ou seja, no primeiro semestre de 2020, o agronegócio corresponde a 80,9% das exportações totais, com mais de US$ 3.230 bilhões, resultando em um incremento de 28,7% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Já no Brasil, as exportações do agro somaram mais de US$ 51.623 bilhões, representando 50,8% do total exportado pelo País e 9,6% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado.

O Complexo Soja foi responsável por 68,49% das exportações do agro no mês de junho, com valor em negócios superior a US$ 444.247 milhões. O principal destino foi a China, que recebeu 66,9% do que foi exportado. No caso da carne bovina, foram mais de US$ 109.758 milhões, com 16,92% das exportações goianas do agronegócio. Os principais países foram China, Hong Kong e Egito.

Outra área que registrou crescimento foi o Açúcar. O valor em comercialização foi superior aos US$ 34.072 milhões, ou seja, 5,25% das exportações do agro no Estado. Os principais importadores foram Marrocos, Índia, Argélia, Venezuela, Estados Unidos e Canadá. Mas a principal evolução se deu no mês de junho. O Açúcar registrou crescimento de 259,1% no valor exportado, se comparado ao mesmo período de 2019. O número saltou de US$9.489 milhões, em junho do ano passado, para US$ 34.072 milhões em junho de 2020.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, enfatiza que os dados refletem o excelente momento do agronegócio goiano, que tem registrado resultados impressionantes na safra, Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária. “O crescimento das exportações do agro é mais um reflexo do trabalho desenvolvido tanto no campo, para estimular o aumento da produção e da produtividade, quanto nas negociações internacionais, com foco em abrir e ampliar mercados para os produtos goianos”.

O titular da SEAPA, Antônio Carlos, acrescenta que essas estatísticas, cada vez mais positivas, retornam em benefícios para a população. “O incremento do volume exportado também volta em mais investimentos no setor e, por consequência, em ganhos para indústria, comércio e toda a sociedade. Com o agro aquecido, em todas as vertentes, como é o caso da balança comercial, o resultado é mais emprego e renda no Estado”.

 

Balança Junho2020

Governo na palma da mão

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